Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Victoria De Angelis
Los Angeles - Califórnia | The Palace | 01:05
Nossas línguas dançavam na mesma sintonia, lutando por espaço e aproveitando cada contato feito. Seu beijo era quente e tinha um gosto viciante e forte de álcool, cigarro e menta. As mãos de Tom pressionavam minha cintura puxando meu quadril contra o dele como se quisesse nos fundir em um só, aquilo fazia um tipo estranho de calor infernal subir e descer sobre minha espinha. Beijar o Kaulitz mais velho não era uma ação, mas sim um sentimento. Tal sentimento que tinha se dissipado e caído no esquecimento da minha mente, talvez uma forma de me proteger.
Não podia negar que meu corpo reagia tanto a ele quando estava perto. Cada toque, cada olhar, cada sorriso e cada palavra. Sempre reagia. Desde as provocações mais bobas até as conversas mais sérias.
Eu achava aquele momento super irônico, na verdade, até era hipocrisia da minha parte ter esse pensamento. O garoto que mais me causava sintomas de ansiedade, era o mesmo garoto que me ajudou nas últimas crises de pânico. Sem cobrar ou questionar.
Fomos obrigados a nos separar pela falta de fôlego, sem nenhum outro motivo. Nossos olhares se encontraram e trocamos os sorrisos mais genuínos. Tom acariciou minha bochecha e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Como está se sentindo? - pergunta.
- Melhor agora.
Vejo o gêmeo sorrir ladino e se aproximar mais uma vez. Fecho os olhos esperando o seu contato, mas ele nunca chega.
Franzi o cenho ao abrir os olhos tendo a visão de Tom caído no chão com Bill em cima do seu corpo e socando seu rosto uma, duas, três vezes seguidas. O Kaulitz mais velho parecia horrorizado com a atitude do irmão e não retribuía a agressão do mais novo. Rapidamente uma roda de pessoas é formada em volta dos dois garotos caídos, câmeras digitais começam a ser apontadas e flashes são disparados.
Isso não era nada bom!
- Bill! Pare com isso! - tento gritar para o garoto raivoso mas nada acontece - Por favor! Bill! - mais uma tentativa falha.
Meus pés estavam cravadas no chão, sem conseguir mover um músculo. Eu era tão inútil quanto a música animada que tocava naquele cenário. Georg e Gustav param ao meu lado questionando o que estava acontecendo e posso ver Thomas do outro lado da roda com os olhos arregalados.
- BILL!
Escuto a voz firme e zangada do meu pai ecoar atrás de mim me fazendo estremecer por completo. O gêmeo mais novo para de bater em seu irmão e olha em minha direção. Ele imediatamente me encara com seus olhos escuros e frios, suas narinas estavam dilatadas, seu peito arfava e se movia tão bruscamente parecendo que seu pulmão tinha esquecido de trabalhar por horas. Ele estava fora de si.
Meu pai e Benjamim passam por nós chegando mais perto dos gêmeos com urgência. O homem loiro faz um sinal com a mão chamando por um dos seguranças que logo segura Bill pelos ombros e o arrasta para longe de Tom. Ben levanta com alguma dificuldade o Kaulitz mais velho, que agora sangrava muito pelo nariz ao ponto de manchar sua camiseta ridiculamente grande, e o apoia em seus ombros levando o garoto para a saída do local.
Assinto sem demonstrar nenhuma expressão, meu melhor amigo entrelaça nossos dedos e me guia através das pessoas curiosas em direção ao estacionamento.
(...)
Los Angeles - Califórnia | De Angelis House | 02:50
- Eu quero morrer! - resmungo enterrando meu rosto molhado de lágrimas no travesseiro.
- A culpa não foi sua, Vic. - diz Thomas passando as mãos pelas minhas costas - Bill foi um otário.
- Você não entende, Thomas! - digo encarando o italiano - Eu não me importo com a minha situação. Só não quero estragar o relacionamento deles. Eu vou embora, eles vão estar ligados um com o outro para sempre.
- Você não estragou a relação dos gêmeos. - o garoto revira os olhos - Todos fizeram suas próprias escolhas, você não escolheu por eles.
- Ainda assim, de uma forma ou outra, eu irei morrer. - suspiro pesadamente e me sento na cama - Meu pai vai me matar!
- Pelo menos será a interação mais emocionante que vocês dois vão ter depois de dias sem trocar uma palavra. - o italiano brinca e sorri sem mostrar os dentes.
Reviro os olhos e jogo meu travesseiro em Thomas que gargalha alto. Antes que eu pudesse responder ao deboche do garoto, duas batidas fortes me interrompem. Eu e Thomas nos encaramos por alguns segundos e então, me levanto indo até a porta. Ao abri-la tenho a visão de um gêmeo Kaulitz com o lábio cortado e uma pequena fissura vermelha superficial no nariz. Seus olhos preocupados me revistaram de cima a baixo como se estivesse verificando se faltava alguma parte de mim. Então seu olhar pulou para dentro do quarto onde Thomas estava sentado em minha cama. Tom acenou para ele que logo retribuiu.
- Queria saber se você estava bem. - o gêmeo quebra o silêncio - Você sabe... depois de tudo o que aconteceu.
- Ah. Eu... eu estou bem. - digo pressionando os lábios.
Tom assente.
Ouço um ruído e Thomas aparece ao meu lado sorrindo divertidamente para nós dois.
- Acho que está na minha hora. - o italiano pisca para mim e passa pelo gêmeo dando tapinhas em seu ombro - Boa madrugada para vocês dois!
Mordo o lábio tentando reprimir a vontade de atentar contra a vida do meu melhor amigo. Minha atenção volta para o gêmeo que estava parado na minha frente com as mãos enterradas nos bolsos e percebo que ele não tirou os olhos de mim nem por um minuto sequer enquanto brincava com seu piercing. Engulo em seco.
- Você... você quer entrar? - pergunto sem graça.
- Se você insiste, De Angelis. - ironiza logo passando por mim.
Quando ele adentra no quarto, fecho a porta devagar e respiro fundo. Giro meus calcanhares em sua direção.
- Tom, eu queria que você soubesse que sinto muito pelo...
O Kaulitz mais velho me empurra com pressa contra a porta segurando meu rosto com as duas mãos firmemente e então me beija. Sem demora, me entrego ao beijo dando permissão a sua língua feroz. Sinto seu toque deslizar para o meu pescoço, passeando entre meus ombros e braços até sentir suas mãos fortes pousarem em meus quadris. Tom me impulsiona para o seu colo me fazendo entrelaçar as pernas ao redor da sua cintura e caminha em direção a cama. Ele senta no móvel e desce seus lábios pelo meu pescoço e clavícula deixando beijos molhados e leves mordidas.
Arfo quando Tom suga minha pele no ponto pulsante do meu pescoço e jogo a cabeça para trás. Minhas mãos correm pelo seu peito até a barra da camiseta e a puxo para cima retirando a peça que cobria o seu tronco.
Passo a língua sobre os lábios ao admira-lo. Ele sorri ladino e se aproxima da minha orelha.