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Victoria De Angelis

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Victoria De Angelis

Los Angeles - Califórnia | Rehearsal Room

- Vic...

- Victoria.

- Ei!

Pisco algumas vezes focando minha visão no baixista que balançava as mãos de um lado para o outro em frente ao meu rosto.

- Desculpe! - digo dedilhando as cordas do baixo - Estava distraída.

- Certo. - Georg me fitou desconfiado - Vamos retomar do refrão, ok? - avisa apontando para a partitura presa ao tripé.

Estávamos ensaiando a quase quatro horas sem um minuto sequer de intervalo. Embora, eu ter uma adoração incomum por tocar baixo, meus dedos imploravam por socorro e meu corpo por remédios. E para piorar a situação, minha mente estava fora de órbita desde a horrenda reunião dessa manhã.

- Tudo bem. - concordo respirando dramaticamente alto.

Escuto uma réplica do meu drama vindo do canto da sala e olho por cima do ombro para ver Thomas bem acomodado, quase deitado, em dois puffs cinza que ele juntou para formar uma espécie de cama/poltrona, me encarando com uma expressão divertida, porém tranquilizadora.

Após deixar meu pai estático pelas minhas sinceras e duras palavras, corri escada acima indo até o quarto em que meu melhor amigo estava hospedado, o encontrando ainda dormindo. Ao bater a porta atrás de mim o italiano acordou em um sobressalto assustado e pronto para xingar, mas quando seus olhos me analisaram mais uma vez, ele suspirou. Thomas me conhecia mais do que ninguém. Ele colocou um sorriso fraco no rosto inchado pelo sono e abriu os braços para mim que sem demora me joguei no seu abraço reconfortante. E assim passamos o resto da manhã e o começo da tarde, até então algumas horas antes daquele presente momento em que, mesmo com o desejo de ficar enterrada nos braços do meu melhor amigo, me obriguei a ir ao ensaio.

Sorrio para o italiano e volto a minha atenção para o baixista que me observava. Georg estreitou os olhos e levantou os cantos dos lábios em um meio sorriso.

- Está cansada, não está?

- Exausta! - digo passando as mãos pelos cabelos - Podemos fazer uma pausa? - coloco o instrumento sobre os bancos estofados.

- Na verdade, esse é um excelente momento. - o baixista disse olhando para o seu celular - Gustav acabou de mandar mensagem, já estão chegando. Podemos fazer um intervalo enquanto eles se preparam para ensaiar.

Sinto meu cenho franzir automaticamente.

- Os garotos estão vindo? - questiono estalando os dedos das mãos.

Normalmente nos ensaios era somente Georg e eu, com a exceção de Thomas como platéia. Fazia quase um mês que nenhum dos rapazes se juntavam a nós, pois estavam ocupados demais no estúdio de gravação ou em outros compromissos da banda. E como consequência o baixista foi designado como minha babá.

AFFAIR | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora