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Victoria De Angelis

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Victoria De Angelis

Vancouver - Canadá | Hilton Downtown | 00:21

Os flashes nos cercavam na frente do hotel. Meu pai e Ben, com mais um segurança, formavam uma barreira para tentar nos guiar para dentro, passando pelo meio das fãs que multuavam a entrada. Os garotos andavam ao meu redor, Bill estava no lado esquerdo, Georg no lado direito, Tom e Gustav estavam atrás de nós. Eu olhava para o chão, acompanhando com os olhos os passos do empresário, cronometrando cada segundo de intervalo entre as passadas, tentando a todo custo não prestar atenção no suor acumulado entre meus dedos e no arfar severo do meu peito.

Quanto mais perto da entrada do hotel, mais puxões e empurrões eram dados, várias mãos agarravam nossos braços, alguns com muita força, outros eram como toques fantasmas. Em um pequeno ato distraído, um flash foi disparado em frente ao meu rosto, seguido de mais alguns, as luzes fortes me cegaram por alguns segundos. Levei as mãos até os olhos, me sentindo desorientada. O desespero começa a subir pelo meu corpo, quando noto que os garotos e meu pai haviam sumido de vista. As pessoas começaram a se juntar sobre mim, e ao não conseguir me mover e ter dificuldade para respirar o ar poluído de perfumes variados e cheiros saturados de fluidos corporais, meu peito implodiu. Olhava para todos os lados para achar alguma saída daquele amontoado de gente. Nada. Minha cabeça começou a rodar e a visão embaçar. Meu corpo entrou em modo automático. Quando percebi já estava agachada no chão, tentando ter firmeza nos pés e colocando as mãos sobre os ouvidos para abafar os gritos agudos. Então tudo parecia estar em câmera lenta, as pessoas, os flashes e até mesmo os empurrões. Sentia como se meu corpo estivesse se fundindo com o concreto, meus músculos endurecidos e os ossos petrificados. Eu estava caindo por anos, mais e mais no mesmo abismo sem fundo.

Quando o ar dos meus pulmões parecia sessar, uma lágrima solitária escorregou pela minha bochecha. Eu estava sozinha.

De repente, senti uma grande mão entrelaçar na minha e outra mão agarrar minha cintura. Ainda cega pelos flashes, o indivíduo começa a me guiar para dentro do hotel com cuidado e rapidez. Após passarmos pelas portas, o segurança encerra a entrada atrás de nós mas o flashes continuavam pela fachada de vidro. Eu não conseguia falar e nem expressar qualquer reação. Olho para a pessoa que ainda segurava a minha mão e vejo Tom me encarar preocupado.

- Você está bem, Vic? - pergunta Bill entrando no meu campo de visão e me abraçando forte - Está tremendo...

- Você pode pegar um copo de água? - Ben pede para a recepcionista que confirma - Obrigado.

- Victoria! - meu pai para na minha frente e coloca suas mãos em cada lado do meu rosto - Está suando frio.

- Senta aqui, Vic! - disse Gustav colocando uma cadeira atrás de mim e me ajudando a sentar - Temos que chamar alguém?

- Ela está em estado de choque, só preciso que se afastem um pouco. - respondeu Benjamin ficando no lugar do meu pai - Inspira e expira, Victoria.

Encaro o homem moreno e o obedeço, puxo o ar até sentir meus pulmões encherem totalmente e solto o ar lentamente. A recepcionista chega com um copo cheio de água logo me entregando, bebo alguns goles sentindo aos poucos o meu corpo relaxar.

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