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Victoria De Angelis

Los Angeles - Califórnia | De Angelis House

Acordo sentindo algo pesar por cima da minha barriga, me causando um certo desconforto. Me mexo na cama, tentando me desfazer do peso mas sem sucesso. Abro  os olhos e tendo a visão de Thomas com a perna por cima de mim. Suspiro. Ele sempre faz isso.

Tiro a sua perna, cuidadosamente para não acordá-lo e me levanto da cama indo até o banheiro, onde faço as minhas higienes básicas do cotidiano e visto uma roupa confortável. Abro a porta do banheiro e vejo Thomas ainda dormindo e  abraçado ao meu travesseiro.

- Italiano folgado. - sussuro negando com a cabeça.

Olho para o relógio da parede que marcava 09:25 e escuto meu estômago roncar. Calço as minhas pantufas logo saindo do quarto e vou em direção da cozinha para achar algo apropriado para comer. Ao descer as escadas escuto a risada exagerada de Georg e presumi que os garotos tomavam o café da manhã.

- Bom dia, galera! - digo ao entrar na cozinha encontrando todos ali.

- Bom dia! - responderam em uníssono.

Bill que estava sentado de costas para a entrada, se vira para me encarar e noto seu sorriso crescer. Caminho até ele o abraçando por trás e deixando um selinho rápido em seus lábios logo sentando ao seu lado.

Olho para os rapazes ao redor e noto que todos nos olhavam com expressões confusas e olhares sérios.

- Perdemos alguma coisa? - indagou Gustav.

- Acho que eles estão levando a sério esse lance de namoro falso. - disse Georg brincalhão.

- Já estava na hora, maninho. - disse Tom sarcástico - Se perdesse mais tempo, alguém já estaria no seu lugar.

- Eu acho que não, maninho. - falou Bill sorrindo irônico.

- Tem certeza? - provocou o gêmeo mais velho sorrindo de lado.

- Sim, acho que perdemos muita coisa, Gustav. - disse Georg cutucando o baterista com o cotovelo.

- Alguém pode me explicar o que está acontecendo? - pediu meu pai franzindo o cenho.

- Eu e Bill... - digo mordendo o lábio - Estamos saindo.

- Saindo? - pergunta o homem loiro - O que significa isso?

- Estamos nos conhecendo, Victor. - explicou o gêmeo mais novo.

- Tem algum problema, pai? - questiono.

- Desde que esse relacionamento não cause mais problemas, por mim tudo bem. - diz meu pai dividindo seu olhar entre mim e Bill - Por falar nisso, tenho que resolver algumas coisas.

O homem loiro olha a hora no seu relógio prateado enquanto toma o resto do seu suco e vai em direção a porta.

- Vic, não me espere para o almoço e a banda precisa estar as duas horas no estúdio, vão dirigindo. - avisa rapidamente antes de sair.

- Estranho. - disse Bill pensativo - Normalmente ele sempre nos leva até lá.

- Ele está muito ocupado planejando a ... - sou interrompida antes que consiga terminar a frase.

- Planejando a nossa viagem para Mexico City. - falou Tom me fuzilando com o olhar.

- Isso. - concordo nervosa - A nossa viagem para o show, estou ansiosa para tocar com vocês de novo.

- Você é incrivel no palco. - elogiou Bill sorridente.

- Obrigada. - agradeço e olho para o gêmeo mais velho que balançava a cabeça negativamente.

- Então... Vocês estão juntos agora? - indagou Gustav - Até que formam um casal legal.

- O lado bom é que agora não precisamos mais fingir. - digo aliviada.

- Fale por você, De Angelis. - disse Tom sorrindo sarcástico se colocando em pé e saindo da cozinha.

- Alguém acordou mau humorado hoje. - disse Georg apontando com o polegar para o garoto de dreads.

- Ele ainda está com sono. - diz o gêmeo mais novo dando de ombros.

- Vou falar com ele. - digo.

Me levanto da cadeira para ir atrás de Tom, mas antes que eu consiga sair, Bill segura o meu braço.

- Você não precisa. - disse me encarando sério.

Comprimo os lábios ao intercalar meu olhar entre seus olhos e a sua mão que agarrava o meu braço, ele me solta devagar e logo saio da cozinha.

(...)

Vou até a sala de jantar e ele não estava lá também. Procurei Tom pela casa inteira, quartos, salas, jardim e nenhum sinal do garoto. Suspiro passando pela porta de vidro que dava para a parte de trás da mansão já pensando em desistir, mas acabo encontrando o gêmeo mais velho com uma nuvem de fumaça saindo da sua boca.

Começo a andar em sua direção, Tom estava sentado em uma das espreguiçadeiras na área da piscina, ele parecia estar pensando longe enquanto fumava um cigarro.

- Posso sentar?

- Se quiser. - respondeu seco.

Me aproximo do garoto e sento na espreguiçadeira ao seu lado. Ele olhava para algum lugar fixamente com uma expressão vazia, segui o seu olhar até um arbusto cheio de flores do outro lado da piscina, onde mais ao centro dele havia um pequeno beija-flor se alimentando.

- Você gosta dele? - perguntou Tom quebrando o silêncio porém sem me encarar.

- Gosto. - digo.

- Eu achava que poderia aceitar isso numa boa, mas é mais dificil do que pensava. - fala dando uma risada fraca e sarcástica.

- Não entendo você, Kaulitz. - digo - Sua boca fala uma coisa mas você age de um jeito diferente.

- Eu sei. -  diz dando mais uma tragada no cigarro - É confuso para mim também.

- Não precisava ser assim... - falo encostando minha cabeça na espreguiçadeira.

- Não tinha outra opção. - disse Tom finalmente me encarando - Eu sempre vou colocar a felicidade do meu irmão acima da minha.

- Eu te admiro por isso, Kaulitz. - digo sorrindo fraco - Mas não acho que essa era a única opção.

- O que você quer dizer, De Angelis? - questiona o garoto arqueando a sobrancelha.

- Primeiro você disse que estava interessado em mim e me fez criar expectativas, depois apenas decidiu que não devia estar comigo e não quis saber o que eu sentia, me fez descartar qualquer possibilidade de ficarmos juntos e quando finalmente eu estou bem com isso, você começa a agir como se estivesse com algum problema com a situação que você mesmo criou.

Tom fica em silêncio por um momento me analisando mas em seguida desvia o seu olhar e volta a fumar.

- Foi mal. - disse seco.

- Quer saber, Kaulitz... - falo arrancando o cigarro da sua mão e jogando na piscina.

- Está louca, Victoria? - diz irritado.

- Bill é uma pessoa melhor do que você, ele não inválida os meus sentimentos e não desconsidera as minhas decisões, na verdade eu tenho que te agradecer por ter feito isso. - digo alterada e me coloco em pé - Obrigada, cunhado.

Dou as costas e volto para dentro da casa.

AFFAIR | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora