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Victoria De Angelis
Lisbon - Portugal | Jupiter Hotel | 11:40
Tom guarda a chave prateada no bolso da sua bermuda enquanto me encarava com um olhar afiado e desafiador. Batidas fortes são distribuídas pelo lado de fora da porta.
- Você está sendo um imbecil, Tom! - a voz abafada de Bill atravessa o quarto - Não seja infantil!
- Cai fora, Bill! - o gêmeo mais velho resmunga alto.
- O que pensa que está fazendo, Kaulitz? - pergunto, irritada.
Ele cruza os braços e inclina levemente a cabeça. Seu maxilar estava travado.
- Como foi? - Tom indaga entre uma respiração.
Ergo as sobrancelhas, confusa.
- Como foi o que? - questiono.
- Você e Bill... - ele diz baixo e contido. Suas mãos se fecham em punhos - Transaram.
Engulo em seco e cuidadosamente reforço o nó no tecido que me cobria. Noto seus olhos acompanharem meus dedos que torciam o lençol sobre o meu peito. Naquele momento eu me odiava completamente por não ter vestido uma roupa decente.
- O que te faz pensar isso?
Os cantos da sua boca se erguem em um sorriso irônico.
- Talvez porque acabei de ver meu irmão sair do seu quarto com as mesmas roupas de ontem e você estar enrolada nesse lençol, ou a porra daquele beijo e o simples fato de Bill estar cheirando ao seu shampoo de merda.
- Você só pode estar chapado. - forço uma risada - Está mesmo me cobrando por ter dormido com Bill, sendo que você estava fodendo duas garotas ao mesmo tempo?
- Mas é diferente! - ele aumenta o tom da sua voz.
- Como pode ser diferente? - digo no mesmo volume.
- Por que elas significam nada para mim!
Silêncio.
As palavras morrem na mesma velocidade que chegaram na ponta da minha língua. Minha respiração falha por alguns segundos e algo quente se expande em meu interior. Que tipo de jogo era esse que ele estava fazendo?
- Você e Bill já tiveram algo. - Tom começa e esfrega os lábios um no outro antes de continuar - E eu sei que não chegou nem perto do que tivemos. Mas dessa vez não vou suportar ver toda a história se repetir novamente.
Então ele estava com medo? Ele ainda sentia algo por mim? Eu não entendia qual era o ponto. Algumas ações de Tom mostravam que ele me desprezava e o quanto queria que eu me ferrasse, mas isso... era confuso.
- Não somos mais adolescentes. - murmuro - Nada vai se repetir.
- Eu sei que não vai. - ele dá um passo e cerra os dentes - Porque eu não vou deixar.
