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Victoria De Angelis

Los Angeles - Califórnia | Somewhere

- Achei que nós estávamos indo ao cinema. - digo notando as luzes da cidade se afastando aos poucos.

- E nós vamos. - disse Bill, rindo fraco - Você vai gostar, Vic.

O gêmeo havia pegado uma via diferente das demais de Los Angeles, a estrada era escura sendo iluminada somente pelos faróis do carro e não tinha circulação de automóveis e nem de pessoas. Olho pela janela e vejo o caminho por onde seguíamos rodeado de árvores altas impossibilitando a nossa visão da cidade.

- O que você pretende fazer comigo no meio do nada? - questiono, franzindo a testa.

Bill me encara com um sorriso divertido e volta sua atenção para a estrada. Apesar do lugar ser deserto, as estrelas estavam bem visíveis sem as luzes fortes que as escondiam.

Entramos em uma curva que parecia ser infinita, ficando cada vez mais estreita entre as árvores. Ao finalizá-la paramos em frente a um cercado médio, onde havia uma linda casa rústica. Um homem de cabelos grisalhos saiu para fora ao notar a luz alta dos faróis.

Vejo o garoto apoiar o braço na janela do carro, acenando para o homem que imediatamente libera a nossa entrada. Bill dirige por mais cinco minutos em uma subida extensa e após passarmos sobre ela, chegamos ao nosso destino.

- Você não fez isso! - digo animada.

Uma tela enorme estava instalada no meio de um belo campo enfeitado, cheio de fios com luzes penduradas ao redor da estrutura, um filme italiano antigo em preto e branco estava rodando sobre tela por um projetor colocado mais atrás. Um cinema drive in.

O gêmeo estaciona o carro ao centro nos dando uma boa visão do filme e desliga o carro.

- Gostou? - perguntou Bill, me encarando.

- Está brincando? Eu amei. - respondo com sorrindo gigante - Como conseguiu isso só para nós?

- Eu conheço um cara... - ele brinca, me fazendo rir - Estou feliz que tenha gostado.

- Esse lugar é muito lindo. - digo, olhando ao redor.

- Eu trouxe cobertores se sentir frio. - diz o gêmeo, apontado para a parte de trás do carro - E se estiver com fome, eles podem preparar alguns lanches para nós.

- E foi você que fez eles passarem um filme italiano? - pergunto para o garoto e ele sorri ladino.

- Se eu disser que foi apenas coincidência você vai acreditar? - ele estreita os olhos para mim.

- Claro que não. - dou uma risada alta.

- Nem vou tentar te enganar então. - ele ri.

- Você planejou tudo isso hoje a tarde? - questiono brincalhona e ele nega com a cabeça.

- Desde que chegamos de Vancouver. - responde, me fazendo erguer as sobrancelhas.

- Desde que chegamos? - pergunto, surpresa.

- Eu sei que fui precipitado. - disse o gêmeo, soltando uma risada anasalada - Não tinha certeza se você iria aceitar sair comigo.

Olho para o gêmeo, que mantinha a sua atenção no filme e respiro fundo.

- Bill. - ele me encara - Sobre a nossa conversa de antes, eu quero que você entenda que para mim lidar com sentimentos é complicado, eu sou terrível com essas coisas. - solto uma risada fraca - Entender, demonstrar e receber, é tão simples, não é? - viro o meu corpo de frente para o gêmeo - Mas na minha cabeça é como uma bola de lã. Eu tenho medo que você crie expectativas sobre mim e acabasse se magoando por causa da confusão que é a minha mente. - seguro a sua mão - Mas eu tenho certeza de uma coisa... - entrelaço os nossos dedos - Eu gosto de você.

Ele me encarava em silêncio. Começo a observar cada movimento minimo que ele fazia. O jeito que ele mexia os olhos analisando todos os traços do meu rosto, a sua expressão suave que deixava sua boca entreaberta, a sua respiração tranquila e a leve curva no canto dos seus lábios. Eu estava hipnotizada.

- Desculpe não ter deixado isso claro antes...

- Você me deve por isso, Victoria.

O gêmeo sorri e me puxa delicadamente para o banco do motorista, me colocando sobre o seu colo com as pernas dobradas no banco, uma de cada lado da sua cintura. Bill olha no fundo dos meus olhos, colocando uma mecha do meu cabelo para trás e lambe os lábios.

- Sabe qual é a melhor parte de ir ao cinema? - sussurou, chegando perto do meu rosto e eu nego com o cabeça - Não assistir o filme.

O garoto desce suas mãos até o meu quadril e me faz chegar o mais perto possível, fazendo o meu peito bater contra o dele. Fecho os olhos ao sentir a sua respiração se misturar com a minha e ele finalmente me beija.

Lento e profundo. O beijo ficava quente a cada mordida no lábio, a cada puxada de cabelo e a cada toque sobre a pele desnuda. Arfo ao sentir sua mão quente apertar minha cintura por debaixo da blusa. Bill sorri satisfeito entre o beijo e então decido provocá-lo. Começo a movimentar o meu quadril devagar para frente e para trás, fazendo com que a minha intimidade tocasse em seu membro enrijecido.

Seus beijos desceram até o meu pescoço e um arrepio travessa o meu corpo quando ele mordisca a pele da minha clavícula. Bill deixa um leve e longo chupão no local delicado e minhas costas se arquearam como resultado, sentindo uma pontada de prazer subir pela minha intimidade.

- Estou louco para ter você, Vic. - disse Bill dando uma última mordida em meu lábio inferior - Mas a nossa primeira vez não vai ser dentro de um carro.

Respiro fundo e assinto. Pouso a minha cabeça no seu ombro e começo a fazer alguns carinhos suaves em sua bochecha. O gêmeo sorri e me envolve em um abraço confortável.

(...)

Los Angeles  - Califórnia | De Angelis House

- Como assim vocês não transaram? - questionou Thomas, incrédulo.

- Fala baixo, idiota. - digo tapando a sua boca - Eu achei fofo da parte dele, não vou perder a minha virgindade em um carro.

- Você só pode estar brincando. - disse o italiano, negando com a cabeça - Esse papo de perder a virgindade em algum lugar especial é bobagem, depois que perde, você faz em qualquer espaço que couber os dois.

- O seu incentivo é a parte que mais me emociona. - sorrio irônica, mostrando o dedo do meio para o garoto.

- Você sabe que tem o meu apoio para transar. - disse Thomas, me fazendo franzir o cenho - Não que eu vá estar junto com vocês na hora ou que...

- É melhor você parar de falar.

- Foi mal. - disse o garoto, deitando na minha cama - Mas estou falando sério, não deixe de fazer as coisas por medo, transar é apenas um lance físico e as vezes é só por diversão.

- E desde quando você se tornou tão experiente no assunto? - questiono,  arqueando uma sobrancelha.

- Você está ficando chata, Victoria. - provocou Thomas, me fazendo rir.

- Nesse assunto eu sou experiente. - digo sarcástica me deitando ao seu lado - Pelo menos estou conseguindo guardar o segredo da festa para o Bill.

- E para o Tom... - disse o italiano me olhando - Não é, Victoria?

Em silêncio encaro Thomas, sorrindo sem mostrar os dentes.

- Você contou para ele da festa surpresa, não foi? - questiona, sério.

- Não contei nada. - digo cruzando os braços - Eu fiquei nervosa e Tom deduziu tudo sozinho.

- Você realmente é uma péssima mentirosa, Victoria.

AFFAIR | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora