Victoria De Angelis
Los Angeles - Califórnia
- ... então ele disse que dormi com vinte e cinco mulheres.
- O entrevistador foi um idiota. - disse Bill, se recostando na cadeira.
- Não precisam mais se preocupar com isso, Victor e eu já cuidamos de tudo. - diz Ben, apoiando os dois cotovelos na mesa e cruzando as mãos em frente ao seu queixo.
Depois que todos terminaram de comer, a conversa continuou entre os garotos e a tensão entre mim e os gêmeos também. Minha respiração estava pesada e eu não tinha coragem de olhar para algum dos dois. Aquela situação era desconfortável.
- O que acham de irmos nos refrescar na piscina? - meu pai convida, animado.
Era a minha oportunidade.
Levanto abruptamente rápido e todos na mesa olham para mim.
- Acho uma ótima ideia, pai. - finjo estar animada.
- Que bom que gostou, querida. - ele sorri, me encarando surpreso.
Os meninos se levantam. Vejo Tom se aproximar discretamente, como se fosse apenas passar ao meu lado. Mas ele acaba parando a centímetros da minha orelha.
Engulo em seco.
- Certeza que quer ir? Você parecia com frio. - ele sussurra - Sua pele estava toda arrepiada. - o garoto dá uma piscadela e eu reviro os olhos.
Observo todos deixando a sala para se dirigir até os fundos da casa, porém minha atenção é roubada por Benjamin que andava na direção oposta. Decido segui-lo.
Ele estava indo para a cozinha.
Entro atrás de Benjamin, caminhando até o balcão e apoiando os braços sobre a superfície. O homem moreno começa a preparar algum tipo de bebida.
- Não devia estar na piscina? - indaga, enquanto cortava alguns limões - Parecia tão animada.
- Pensei melhor e não estou afim de molhar o cabelo. - dou de ombros - Posso experimentar? - aponto para o líquido transparente.
- Você bebe? - ele me encara, surpreso.
- Sim! - minto - Não comenta nada com meu pai, mas minha mãe me dá total liberdade para beber... álcool. - dou uma pausa sugestiva.
- Se sua mãe aprova isso... - disse Ben desconfiado, colocando um canudo na taça e me entregando.
Sorrio para o homem e pego a taça, agradecendo mentalmente por ele ter acreditado. Sem pensar, levo o canudo até os lábios dando três grandes goles na bebida, quase secando a taça. O líquido transparente desceu queimando pela minha garganta, me fazendo tossir desesperadamente. Benjamin arregala os olhos e começa a desferir tapinhas rápidos em minhas costas.
- Você está bem? - ele me encara preocupado.
- Eu acho... - tossi - Que... - tossi - Sim... - tossi mais algumas vezes.
- Você nunca tinha bebido antes, não é mesmo? - questiona me entregando um copo de água.
- Eu só não esperava que fosse tão forte.
- E eu espero que depois desse drink você seja forte também. - ele franze a testa e ri.
Reviro os olhos para Benjamin e saio da cozinha.
(...)
Depois de dar algumas voltas pela casa, vou em direção aos fundos. A área era coberta e extensa. Alguns arbustos com pequenas flores enfeitavam o local, haviam duas mesas de piquenique sob toldos brancos e então uma grande piscina com uma mini cachoeira na sua lateral, era um ambiente agradável. De longe consigo ver Tom, Georg e Gustav já dentro da água e, meu pai, Ben e Bill sentados nas espreguiçadeiras, enquanto conversavam.
Sinto alguns pingos de água sendo jogados em mim e bufo. Meus olhos viajam até a piscina e vejo Tom me encarando com um sorriso divertido. Respiro fundo e vou em direção as espreguiçadeiras.
Passando pela piscina, minhas pernas fraquejam e meu corpo parece amolecer de um jeito muito estranho. Nunca havia me sentindo assim antes. Olho ao redor e noto que, gradativamente, a minha visão começa a ficar turva. Levo as mãos até os olhos, os esfregando com os dedos. Eu estava tonta. Com mais alguns passos, meu equilíbrio parece me abandonar e meus pés não aguentavam firmes no chão.
O que estava acontecendo?
Chegando perto do local onde meu pai se encontrava, tropeço nos meus próprios pés bruscamente, fazendo o meu corpo anestesiado se chocar com a água.
Afundei tão rápido que minhas costas bateram contra o chão da piscina. Uma pontada de dor atravessa minha coluna, me fazendo engolir um pouco de água. Alguém grita o meu nome. Vejo uma figura esguia pular na piscina e sem demora, ele agarra o meu corpo e começa a nadar comigo em seus braços até emergir sobre a água.
Sou colocada deitada em uma espreguiçadeira, enquanto escutava vozes me chamando freneticamente. Abro os olhos e vejo Bill ao meu lado. Ele estava todo molhado e me encarando com uma expressão preocupada. O garoto passa os dedos pelo meu rosto suavemente, tirando os fios de cabelo que grudavam em minha pele. Sua roupa estava totalmente ensopada e a sombra preta que antes cobria seus olhos, escorria pelas suas bochechas. Ele tinha pulado na água.
- Você está bem? - sussurra olhando nos meus olhos.
Começo a tossir involuntariamente e noto todos em volta da minha espreguiçadeira com expressões preocupadas em seus rostos. Ri ao perceber o que tinha acontecido comigo, mas paro ao sentir a minha cabeça latejar.
- O que aconteceu com você, Victoria? - disse meu pai em um tom alto - Você está bêbada? - questiona, me analisando.
- Ocasionalmente... - respondo, tentando me levantar mas falhando miseravelmente.
- Eu te explico depois, Victor. - diz Benjamin, me cobrindo com uma toalha - A situação da sua filha agora não está nada boa.
Meu pai suspira.
- Só leve-a para o quarto. - ele diz com uma expressão séria.
- E acho melhor ela trocar de roupa. - disse Georg, indicando com a cabeça para o meu vestido.
O encaro confusa e vejo que todos olhavam para minha roupa com os olhos arregalados. Segui os seus olhares e mordo o interior da minha bochecha, sentindo um rubor subir pelo meu pescoço. A renda do meu vestido, que cobria os meus seios, estava totalmente transparente e grudada ao meu corpo.
Meu pai rapidamente me cobre com mais uma toalha.
- Vou levá-la até o quarto. - disse Ben, tentando me levantar.
Meu pai assente, passando as mãos pelo rosto.
- Foi um prazer conhecer vocês, gatinhos. - digo piscando divertida para eles.
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AFFAIR | Tom Kaulitz
Fanfiction- Você sabe o que dizem. "Se você ama uma pessoa, tem que deixar ela ir, se um dia ela voltar, ela será sempre sua, se não, é porque nunca foi."