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Victoria De Angelis

Los Angeles - Califórnia | Barnes House

- Ei, Tom!

Escuto alguém falar.

- Fala, cara!

A voz do Kaulitz.

- Vic está completamente ferrada de sono.

Georg?

- Ela dormiu?

Tom pergunta.

- Sim, mas acho que já está acordando.

Meus olhos se entreabrem de um jeito preguiçoso, me dando uma visão embaçada de Georg agachado na frente da minha poltrona me encarando com curiosidade. Gustav aparece espiando sobre o ombro do baixista e ergue as sobrancelhas surpreso. Sorrio fraco para os garotos e irresistivelmente volto a fechar os olhos.

- Por que você não leva a sua... a sua... - a voz de Georg morre por alguns segundos - Afinal, vocês estão namorando ou não? Quer saber, deixa isso pra lá. Por que você não leva Victoria lá para o quarto?

- Acho que Thomas pode fazer isso.

Escuto Bill dizer.

- O cara está mais desmaiado que ela.

Georg rebate.

- Não acredito... - a voz de Gustav ecoa - Ele está babando no estofado.

As risadas dos garotos se misturam em um coro alto, fazendo meus olhos se abrirem mais uma vez. Bufo voltando a me sentar ereta na poltrona e as risadas cessam. Observo todos em seus respectivos lugares, eles me encaravam com olhares assustados e meu melhor amigo estava esparramado com a boca aberta e uma mancha molhada no encosto do móvel.

- Acho que perdi o filme. - brinco entre um bocejo.

- Tudo bem, Vic. - diz Georg com um sorriso - Se você quiser, pode dormir em um dos nossos quartos.

- Vou aceitar. - digo me espreguiçando - Hoje meu dia foi cheio.

- Eu posso te acompanhar, De Angelis.

Tom rapidamente se coloca em pé, fazendo a volta em sua poltrona e ficando na entrada da minha fileira, como um soldado com as mãos colocadas para trás, me esperando. Contenho um sorriso ao ver sua determinação e balanço a cabeça negativamente.

- Mas e quanto ao Thomas? - questiono alto e os garotos trocam olhares ligeiros.

Tom encara o italiano dorminhoco e sorri travesso.

- Bill pode levá-lo.

(...)

Entro no novo quarto em que Tom estava instalado, sendo seguida pelo próprio. O espaço era mais amplo que o antigo quarto na casa do meu pai, tão organizado e perfeitamente alinhado que não parecia pertencer ao garoto de dreads. Faltava aquele cheiro da sua colônia misturada com a fumaça do cigarro, aquela bagunça em pilhas semi organizadas que deixava o cômodo estranhamente mais harmônico e os lençóis, sempre em tons escuros, emaranhados de um jeito satisfatório de olhar e gostoso ao ponto de querer enrolar-se sobre eles.

- Não sabia que algum dia veria o seu quarto todo arrumado. - ironizo voltando os meus olhos para o gêmeo encostado na porta já fechada.

- Sinta-se privilegiada, pois você é a única. - ele cruza os braços e lança uma piscadela para mim.

- Devo ter orgulho disso? - questiono arqueando a sobrancelha.

- Não. - dá de ombros - No entanto... - Tom faz uma breve pausa enquanto seu olhar viajava descaradamente pelo meu corpo e sua língua brincava com o piercing - Deve ter orgulho por ser a única capaz de me fazer perder a cabeça.

AFFAIR | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora