Victoria De Angelis
Los Angeles - Califórnia | De Angelis House
- Quero explicações!
Meu pai me fitava com seu olhar zangado enquanto se ajeitava na cadeira forrada em couro marrom do seu escritório. Eu estava sentada de frente para a grande mesa de madeira envernizada, que continha algumas pilhas de papéis pela sua extensão. Meus dedos batiam descompensadamente nos braços da cadeira, na qual eu me encontrava, como sinal de ansiedade e nervosismo.
Engulo em seco tentando pensar em alguma desculpa para o ocorrido, porém em minha mente já não cabia mais pensamentos. Mas obviamente não falaria que estava seminua pelo simples fato, de que, cheguei bêbada em casa e acordei sem roupa ou dignidade na cama do Kaulitz mais velho.
A solução seria contra-atacar.
- Idem!
Sussurro com a voz trêmula e quase inaudível fazendo o homem loiro a minha frente arquear as sobrancelhas.
- O que você quer dizer? - indaga.
- Também quero explicações.
- E você acha que está no seu direito? - cruzou os braços dando um pequeno sorriso sarcástico.
- Eu não... - imito seu gesto - Mas minha mãe está!
Sem entender, meu pai desmancha o sorriso e franze o cenho confuso.
- Do que está falando, Victoria?
- Quando você iria contar que nunca assinou os papéis do divórcio, pai?
Ele deixa sua boca entreaberta e pela primeira vez, desde que entrei naquela sala, seu olhar se desprendeu de mim e foi em direção ao chão, onde ele se perdeu. Vejo meu pai inspirar todo o ar que conseguia e fechar os olhos por alguns segundos, o que foi tempo demais para mim.
Eu conseguia sentir meu lado emocional vindo a tona, meus olhos começaram a arder e meu coração se encher de tristeza misturado com raiva, mas eu sabia que não podia, naquela altura do campeonato, deixar minha mágoa falar mais alto. Foram anos guardando tudo isso dentro de mim e não seria agora que eu deixaria sair. Então, finalmente meu pai solta todo o ar que segurava bem devagar, voltando a me encarar, suas mãos se juntam sobre a mesa e ali ele apoia os cotovelos sem desviar o olhar.
Silêncio. Subi meus olhos até o relógio na parede perto da estante de livros, cronometrei seis minutos. Ele ficou na mesma posição por seis minutos. Imóvel por seis minutos. Apenas olhando para mim.
Escutava a sua respiração pesada ao mesmo tempo em que o meu coração martelava no peito, tinha a sensação que ele sairia pela boca a qualquer instante.
Aquilo estava me torturando.
- Vic... - meu pai quebra o silêncio me fazendo estremecer - É complicado.
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AFFAIR | Tom Kaulitz
Fanfiction- Você sabe o que dizem. "Se você ama uma pessoa, tem que deixar ela ir, se um dia ela voltar, ela será sempre sua, se não, é porque nunca foi."