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Victoria De Angelis

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Victoria De Angelis

Los Angeles - Califórnia | De Angelis House

- Não entendo qual é o ponto. - disse o italiano me encarando com a testa franzida.

- O ponto é, eu não posso ficar aqui nem mais um segundo, Thomas. - digo passando as mãos pelos meus cabelos - Desde que cheguei só causei problemas. Não só para mim, mas para os garotos e meu pai.

Alguns dias depois da conversa esclarecedora e ameaçadora que tive com meu pai, decidi que o melhor seria deixar Los Angeles. Eu não estaria fugindo de tudo, de modo algum. Mas seria a solução para todas as confusões e problemas que surgiram com a minha estadia em L.A. Com toda certeza, não iria embora rapidamente, não deixaria a banda em maus lençóis, me apresentaria na Cidade do Mexico pela segunda e última vez com a Tokio Hotel. Depois Ben me ajudaria com o pronunciamento sobre o fim do namoro falso entre mim e Bill para a imprensa. Sem ressentimentos e cada um seguiria sua vida. O que não seria totalmente mentira.

Após o dia do mal entendido, nada estava mais como antes. Bill me evitava a qualquer custo, sem conversas ou flertes, sem cumprimentos ou despedidas. Ao contrario de Tom que pelo menos se dirigia a mim para dizer alguns "olá" e depois murmurava alguns "até mais" como despedida. Sem mais sorrisos, sinceros ou sarcásticos. De nenhum dos dois.

Meu pai nunca parava em casa. Passava os dias no estúdio com os garotos, resolvendo negócios da banda ou do The Palace, onde quase todas as noites a banda comparecia após os ensaios para curtir e relaxar. Ana nunca mais apareceu e nada a mais foi dito sobre o divórcio ou qualquer coisa entre mim e meu progenitor. Mas quem podia julga-lo? Ele estava novamente fazendo o seu papel que fez durante 9 anos da minha vida. Sendo um fantasma.

E assim, meu pior medo se concretizou. Fui rejeitada. Mais uma vez.

Meus dias se resumiam em ficar em casa, Thomas tentando me animar e me fazer comer, Ben checando a cada uma hora se eu estava bem e se precisava de alguma coisa, e no fim do dia, ensaios com Georg. Estávamos ensaiando uma nova música para o show no final da semana, e segundo o baixista meu desempenho mudou de água para vinho. E eu estava satisfeita com minha evolução.

Toda noite de madrugada acordava em pânico, tentando puxar uma quantidade exagerada de ar para meus pulmões, minhas mãos tremiam, meu corpo todo transpirava e parecia que meu coração sairia pela boca. Então toda vez, após os ataques de pânico noturnos, eu ligava para minha mãe. A voz dela me acalmava. Em nenhum momento mencionei o que havia acontecido ou o que estava acontecendo, somente conversávamos coisas banais. E a risada dela me fazia ter força para continuar por mais um dia.

Ao acordar, encaro o relógio na minha cabeceira que marcava dez horas da noite. Levanto e paro em frente ao espelho do banheiro e noto as manchas arroxeadas abaixo dos meus olhos, rosto magro, bochechas chupadas, cabelos desgrenhados, lábios pálidos e rachados. Eu estava horrível.

AFFAIR | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora