Victoria De Angelis
Los Angeles - Califórnia | De Angelis House
Com alguma dificuldade, tento abrir os olhos, a visão oscilando entre algumas piscadas rápidas para acostumar com a claridade. Olho ao redor e vejo quatro familiares paredes roxas. Eu estava no meu quarto, mas não lembrava de como cheguei aqui. A última coisa que eu conseguia lembrar, era como eu estava exausta, como ele me envolveu em um abraço confortável e como seu colo era tão assustadoramente aconchegante.
Eu dormi nos braços do meu pai, enquanto colocava todos os meus demônios para fora do peito. Ele deve ter me colocado na cama depois da nossa discussão.
O relógio marcava onze horas da manhã, ainda faltava algumas horas para a nossa viagem. Sento na cama com muita preguiça e sentindo meu corpo pesar de cansaço. Não tinha descansado o suficiente com tanta coisa acontecendo. Passo a mão pelo rosto, tentando afastar o sono e com a mão livre, estico o braço para alcançar o celular em cima do criado mudo. Nada.
Arregalo os olhos e rapidamente sinto minha preguiça ir embora pelo choque de adrenalina em meu corpo. Levanto da cama, começando a vasculhar o quarto em busca do meu celular. Mamãe podia ter mandado mensagem ou ligado. Também tinha Tom...
Meu pai.
Bufo sentindo uma pontada de indignação e saio do quarto, dando passos longos pelo corredor e indo diretamente até o escritório do homem loiro. Quando chego em frente à porta, sinto minha coragem e irritação se esvair pela minha respiração pesada.
Minha mente começa a trabalhar em possíveis possibilidades de diálogos que teríamos quando eu abrisse aquela porta. Falaríamos sobre nossa discussão? Sobre o meu transtorno de ansiedade? Sobre o passado? Ou eu poderia somente exigir meu celular de volta e fugir do constrangimento de conversar sobre qualquer um desses assuntos. Eu particularmente preferiria a última opção.
Meus dedos seguram a maçaneta fria e giram a circunferência para abrir a porta. Meu pai estava em pé ao lado de sua mesa enquanto juntava alguns papéis. Assim que dou o primeiro passo para dentro da sala, seus olhos me capturam com neutralidade. Engulo em seco e aceno para o homem que, apenas, sorri fraco e sem dizer uma única palavra, ele aponta para a cadeira em frente a sua mesa me convidando para sentar. Meu pai contorna o móvel e se acomoda em sua cadeira de couro, sem desviar os olhos de mim, ele coloca seus cotovelos por cima da mesa e junta as mãos.
- Na verdade... - limpo a garganta - Só quero saber se está com o meu celular.
Vejo sua sobrancelha se erguer e seus olhos travarem nos meus por um momento. Ele respira alto e abre a primeira gaveta do móvel logo puxando o aparelho e o colocando sobre a mesa.
- Não parou de tocar desde a hora que você dormiu. - meu pai empurra com o indicador o celular até ficar na outra ponta mesa, bem na minha frente - Estava no chão do corredor, então achei melhor guardar. Não queria te acordar.
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AFFAIR | Tom Kaulitz
أدب الهواة- Você sabe o que dizem. "Se você ama uma pessoa, tem que deixar ela ir, se um dia ela voltar, ela será sempre sua, se não, é porque nunca foi."