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Victoria De Angelis

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Victoria De Angelis

Lisbon - Portugal | Cinco Lounge | 23:15

Me obrigo a olhar para trás e tenho a visão de Damiano agarrando as lapelas da jaqueta do homem, ficando cara a cara com ele. O rosto do italiano tinha um olhar maníaco e fixo nos olhos do desconhecido, enquanto murmurava, com os dentes cerrados, algumas palavras. Por sua vez, o homem apenas assentia descompassado para tudo o que o vocalista dizia.

Eu sabia o que Damiano estava fazendo, ele não queria dar um escândalo em público e passar uma impressão negativa. Nós tínhamos que sempre ter cuidado e ser cautelosos em todas as nossas ações para não prejudicar a banda. Mas uma coisa eu tinha certeza, Damiano sabia ser tão ameaçador quanto sabia ser amigável.

Fecho os olhos com força e bebo um grande gole da minha bebida, na esperança de me acalmar. O álcool entrou mais fácil no meu corpo do que o oxigênio nos meus pulmões. Volto a abrir os olhos, e percebo que o homem havia sumido e que italiano se aproximava com uma expressão preocupada.

- Você está bem? Ele te machucou? - Damiano segura o meu rosto e me analisa por completo.

Nego com a cabeça para as duas perguntas e ele me abraça, protetoramente, acariciando os meus cabelos.

- Eu queria ter acabado com a raça daquele idiota. - ele resmunga entre dentes - Cadê o Thomas?

- Eu não sei, ele simplesmente sumiu. - murmuro.

O italiano suspira forte.

- Depois que Thomas matar Ethan, eu mesmo vou matá-lo.

Deixo escapar uma risada espontânea e enterro mais o meu rosto no seu peito. Aos poucos consigo sentir minha respiração voltar ao normal e começo a recuperar completamente todo o ar que havia perdido, ficando mais relaxada em seus braços. Quando uma nova música se inicia, o garoto se afasta para me olhar.

- Quer dançar comigo? - com um sorriso encantador, ele faz uma reverência e oferece a sua mão.

Sorrio e assinto, colocando a minha mão sobre a dele. Gentilmente, Damiano me faz rodopiar e me traz para perto, passando os braços ao meu redor, ele me balança de um lado para o outro, ignorando completamente a melodia agitada da música. Em um movimento surpresa, o garoto me impulsiona para longe, sem soltar a minha mão, ele me puxa de volta e, por fim, inclina o meu corpo para trás, quase me fazendo derrubar a minha bebida em algumas portuguesas que estavam próximas a nós. Murmuramos um pedido de desculpas e o italiano dá uma piscadela para as garotas, logo me abraçando novamente. Eu já estava vermelha de tanto rir.

Nunca pensei como seria ter um irmão ou na possibilidade de que poderia chegar ao ponto de considerar tanto alguém como um. Apesar de ter Thomas como meu melhor amigo, minha relação com Damiano era muito diferente. Thomas me conhecia como ninguém, mas Damiano e eu éramos almas gêmeas. Não no sentido romântico. Nossa conexão era surreal, tão surreal que não precisávamos dar explicações sobre qualquer coisa, sempre nos entendíamos a primeira vista. Existia uma sintonia forte na nossa forma de pensar e sentir. Era algo que eu não sabia explicar.

AFFAIR | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora