007

722 85 10
                                    

Victoria De Angelis

Los Angeles - Califórnia

Encontro o meu pai e Ben no backstage, bem atrás do palco. Eles conversavam sobre algo, enquanto os garotos se posicionavam para iniciar o show.

As luzes se apagaram logo começando a piscar freneticamente. Bill aparece no meio do palco segurando com as duas mãos o microfone que estava encaixado no pedestal. Quando o som da música aparece em meio aos gritos fanáticos, Tom e Georg apareceram dedilhando seus instrumentos de corda, uma luz acende mais ao fundo dando visibilidade para Gustav que tamborilava sua bateria.

Depois de uma breve introdução, Bill solta a voz dando início a primeira canção. Arqueei a sobrancelha ao escutar aquela letra familiar.

- Que música é essa? - pergunto para os dois homens ao meu lado.

- Monsoon, o maior sucesso da banda. - respondeu Ben.

- Essa com certeza você deve conhecer. - disse meu pai divertido.

- Pode ser que sim, já ouvi em algum lugar. - dou de ombros.

- A música é famosa, deve ter escutado pela TV ou pela rádio. - explicou Benjamin sorrindo.

Assenti, voltando a curtir o show.

(...)

Enquanto os meninos finalizavam mais uma performance, as fãs gritavam eufóricas pedindo por mais. Confesso que no início subestimei a carreira da banda, mas na verdade essa reação das garotas não era exagero, eles realmente eram bons.

Os dois homens me guiaram até um pequeno espaço ao lado do palco. A área vip.

Eu dançava no ritmo de cada música. Tom de vez ou outra me encarava com os olhos estreitos, lançando um sorriso divertido enquanto tocava sua guitarra intensamente. Cada olhar fazia minha barriga gelar.

Paro de dançar ao perceber que meu pai não se encontrava mais ali, somente o homem moreno. Ben balançava o corpo sutilmente com a batida animada. Ele percebe o meu olhar perdido e sorri gentil, logo segurando a minha mão, me fazendo rodopiar. Um sorriso genuíno é arrancado de mim.

Bill inicia a próxima música e fico confusa ao escutar a letra. Não entendia uma palavra do que ele cantava. Olho para Benjamin com o cenho franzido.

- É alemão. - explicou Ben, rindo.

- Ah, claro. - gargalho.

Olho para o palco novamente, notando que o gêmeo mais novo olha diretamente na nossa direção e começa andar em linha reta até a área vip. Arregalo os olhos ao perceber o que ele iria fazer e sinto Benjamin me fitar desconfiado.

Bill entoa o refrão mais uma vez, por fim lançando uma piscadela nada sútil. O canto dos seus lábios se curvam em um sorriso de canto e sem conseguir desprender meus olhos dos dele, senti minha pele arrepiar até a espinha. O que ele estava fazendo? O vocalista continua a cantar uma parte da música, sem desgrudar seu olhar do meu, fazendo os fãs enlouquecerem ao redor.

- Isso faz parte do show? - questiono Ben, sem me mover.

- Não sei te dizer, Vic. - responde, duvidoso - Mas com certeza ele não estava cantando para mim.

Benjamin me encara e balança as sobrancelhas com uma expressão divertida em seu rosto, me fazendo revirar os olhos. Vejo Bill sorrir uma última vez, antes de voltar para perto do seu irmão gêmeo, que o fitava de cenho franzido.

(...)

Ben e eu aguardávamos os outros dentro do camarim. Depois que o show acabou, os meninos se fizeram presente na sala de autógrafos para tirar fotos e conversar com algumas fãs. Meu pai cuidava dessa parte também.

- Será que vai demorar? - perguntei me jogando no sofá - Já faz mais de uma hora.

- E faz mais de uma hora que você não para de me perguntar a mesma coisa. - murmurou Benjamin com o rosto enterrado em suas mãos.

- Odeio esperar. - cruzo os braços.

- Eu também, mas você não me vê reclamando, vê? - rebate e reviro os olhos para ele.

Me assusto ao ouvir alguém bater fortemente na porta algumas vezes e sem demora, Ben a destranca. Meu pai aparece e sorri ao nos encontrar.

- Já podemos ir. - disse, colocando as mãos nos bolsos.

- E os garotos? - questionou Ben.

- Eles foram para o The Palace.

Franzi o cenho.

- O que é The Palace? - indago, curiosa.

- Lembra quando te falei que eu e seu pai somos sócios? - o moreno me recorda e eu assinto - Pois bem, nós somos donos de uma casa noturna.

- Vocês tem uma casa noturna? - meus olhos brilharam - Por que não me contaram isso antes? Eu quero ir.

- Nem pensar, Victoria. - meu pai disse sério - Você é menor de idade.

Faço uma careta e olho para Ben, tentando pedir por ajuda. Ele ergue as sobrancelhas ao notar meu olhar, comprime os lábios relutante e respira fundo.

- Eu posso ficar de olho nela, Victor. - disse Benjamin para o loiro ao seu lado.

Meu pai suspira, me encarando.

- Tudo bem. - ele concede - Mas a senhorita não pode sair de perto ou ir a qualquer lugar sozinha sem Benjamim, entendeu?

- Obrigada. - sorrio largo.

- Você não vai, Victor? - questiona Ben.

- Estou cansado, podem ir.

(...)

Los Angeles - Califórnia| The Palace | 01:18

Chegamos em frente a um grande prédio. No alto e bem no centro, havia um enorme letreiro com o nome The Palace chamando a atenção por várias quadras, o letreiro brilhava em luzes amarelas e vermelhas. Ao pisarmos na calçada da entrada, já conseguia se ouvir a música alta. Ben fez um sinal com a cabeça para um grande homem careca que estava na frente da porta quase a cobrindo por completo. O segurança retribui o sinal dando espaço para passarmos. Pisquei para o grandão e sorri animada.

Adentramos na casa noturna e era simplesmente grandiosa, o lugar estava lotado, na pista havia uma galera animada dançando no ritmo da música que o DJ tocava, nos bares pessoas pediam seus drinks e brindavam entre si. A cor vermelha predominava o local, mas algumas outras luzes coloridas piscavam para todos os cantos do The Palace.

Eu andava atrás de Benjamin que cumprimentava todos por quem passava, até que paramos na frente de uma escada caracol.

- Lá em cima é a sala Kingdom. - disse o moreno um pouco alto por conta da música - Só algumas pessoas importantes tem permissão para subir até a sala, e é onde vamos ficar.

- Os meninos estão lá? - pergunto no mesmo tom.

- Provavelmente.

Assenti e começamos e subir os degraus. Chegando no topo havia outro segurança na frente da entrada que logo reconheceu Benjamin, ele nos deu passagem e cruzamos por uma cortina de franjas metalizada.

A sala não estava tão cheia, apenas algumas pessoas dançavam e outras conversavam sentadas nos bancos de veludo vermelho. Aquela área dava visão para todo lugar, desde a pista até os bares.

Ben apontou para uma mesa ao centro da sala Kingdom, sigo a direção com o olhar e vejo Tom, Georg e Gustav bebendo algum tipo de líquido transparente e conversando. Resolvo ir até eles, mas ao dar um passo, a atenção dos meus olhos se focam em algo desagradável. Duas garotas, desconhecidas por mim, sentadas juntamente com os rapazes. Uma pontada de decepção crava no meu peito ao ver uma delas sentada no colo do gêmeo mais velho enquanto sussurrava algo em seu ouvido.

Parece que a brincadeira acabou de ficar interessante.

AFFAIR | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora