Capítulo 48

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O boy perturbou pra mim ficar na favela pra dormir com ele, algo me disse pra eu ir pra casa e assim eu fiz, meti o pé com a Tatiane, dormimos na minha casa na maior paz.

Acordei com a Tatiane me balançando, tava num soninho tão gostoso, tive um sonho maravilhoso com o boy e a minha vó e essa safada me acordando.

- Já acordei Tatiane, para de me balançar - falei tirando a coberta de mim e virei pra olhar ela, ela pálida - que foi Tati?

- O seu.. Seu irmão - falou e começou a chorar, meu coração apertou na hora.

- O que aconteceu com o meu irmão? Fala Tati, foi o Léo? - ela assentiu.

- Ele.. Ele foi baleado Lua - ela falou e eu pulei da cama.

- Como assim Tatiane?  - falei pegando meu celular, eu apertando e nada dele ligar - CARALHO, ISSO É HORA DE DESCARREGAR?

- Liga do meu, o Lohan me ligou depois de tentar ligar pro seu. - ela falou me entregando, peguei e liguei pro Lohan que no segundo toque atendeu.

📱
Lua: O Léo, Lohan, cade ele?

Loh: Calma Luana, você ta em casa né.

Lua: Tô, cadê a minha mãe? o que ta acontecendo?

Loh: Vai lá pra casa, eu to aqui no salgado filho, teve correria ontem no pagode, os cana invadiu, teve troca e o Léo foi atingido e..

Lua: E o que Lohan? Aconteceu mais alguma coisa né, alguém morreu? - ele não falou nada - Lohan, me fala caralho.

tututu
📱

O viado desligou na minha cara, eu ja comecei a chorar, meu coração apertando mais ainda.

- O sonho, o sonho foi um aviso - falei chorando desesperada e a Tati veio pra perto de mim.

- Sonho? Que sonho Luana, você sonhou com quem? Com o Léo - ela falou me balançando.

Eu levantei doida e fui pro banheiro, to precisando me acalmar, tirei minha roupa e entrei no box tomar banho...

Chegamos na minha mãe, abri o portão e o Índio tava ali no quintal ele falava no telefone andando pra lá e pra cá.

Passamos por ele e entrei em casa encontrando minha mãe sentada no sofá, sentei do lado dela e ela me abraçou.

- Você tava aqui ontem né Luana? - assenti - ainda bem que você foi embora cara, graças a Deus.

- O que rolou mãe me conta, o Lohan não me contou direito - ela balançou a cabeça.

- TU VAI DEIXAR POR ISSO MERMO? O CARA MORREU POR CAUSA DESSAS PORRA AI, SABE QUE TA PROIBIDO SAIR PRA PISTA PRA ROUBAR, AINDA TROUXERAM OS CANA PRA DENTRO DA FAVELA - o Índio começou a gritar lá fora, olhei pra minha mãe.

- Quem morreu mãe? - meus olhos ja se inundaram de lágrima - MÃE FALA.

- O Negão Luana - o Índio falou, me deu um alívio - mas o Pará ta sumido, desapareceu na hora da confusão, a gente correu pra lados diferentes e até agora nós não sabe onde ele tá.

Pronto, a agonia veio três vezes mais forte, peguei meu celular e o carregador na bolsa e coloquei pra carregar na primeira tomada que vi, fiquei perturbando o Índio ele falando que o celular dele não ta completando a porra da ligação, que caralho...

Por fim a merda do celular carregou, tirei ele da tomada e ja fui ligando o mesmo, ouvi baterem no portão, minha mãe que ja tava mais calma foi atender.

- Ela ta aqui sim, o que você quer com ela Mariane? - ouvi minha mãe, quando ela falou o nome da maluca eu levantei e fui lá pra fora.

- O que houve? - perguntei parando ao lado da minha mãe.

- Ela ta querendo falar contigo - minha mãe falou e apontou com a cabeça pra Mariane eu apenas acenei pedindo pra ela falar.

- Tem algumas horas que me ligaram falando que estão com o Raul - eu arregalei os olhos.

- Quem? Onde estão com ele? Quando ligaram? E porque você ta vindo aqui só agora? me fala garota - falei indo pra cima dela mas minha mãe me puxou, eu ja comecei a chorar que nervoso e a puta olhando pra minha cara com cara de paisagem

- Segura tua filha em Alê, tenho obrigação de vim aqui não nega, deu sorte que ainda to avisando se fosse outra mandava matar aquele desgraçado - ela falou e eu tentei passar por cima da minha mãe pra avançar nela, minha mãe me empurrou pra dentro e puxou o portão ficando lá fora com ela.

Eu comecei a gritar, eu tentava puxar o portão pra abrir mas a minha mãe tava segurando enquanto conversava com a Mariane...

Quando minha mãe finalmente entrou eu tava sentada no chão abraça nos meus joelhos, Tatiane tentou me tirar daqui mas eu não quis sair, ela veio até onde eu estava e esticou a mão pra mim.

- Vem, vou te contar o que ela falou - eu peguei na mão dela e levantei entrando, sentei no sofá.

Sentei do lado da Tati e coloquei a cabeça no ombro dela.

- É o seguinte, o Pará ta com os policiais, e eles estão pedindo 50 mil pra liberarem ele até às 21h, se não entregarem o dinheiro ele vão jogar o corpo do Pará na entrada da favela - ela finalizou e eu automaticamente levantei os olhos pro relógio, eram 19h30.

- Puta que Pariu, essas porras gostam de extorquir - o Índio falou puto, pegou o celular em cima da mesa e saiu ligando pra alguém.

- Eu vou dar esse dinheiro - falei e olhei pra minha mãe.

- Você ta ficando maluca Luana? - minha mãe me olhou incrédula.

- Eu tenho essa quantia guardada mãe, eu dou o dinheiro pra salvar o Raul - falei levantando.

- Mas é o dinheiro do carro, da obra da loja filha - minha mãe falou me segurando.

- Eu sei, mas o Raul ta precisando mais do que eu - falei e ela negou - mãe, eu não vou deixar eles matarem o Raul, eu tenho esse dinheiro guardado em casa...

Fui em casa com a minha mãe falando abeça, pegamos o dinheiro e voltamos pra favela, fomos atrás do Índio e ele taca reunido com uma tropa lá na boca, pelo bocado de gente até o responsável da favela tava ali.

Fui até eles que estavam conversando, quando eu cheguei perto eles pararam de falar e me olharam. Um cara lá falou "Qual foi? " apontando pra mim com a cabeça e o Índio falou "é a minha enteada" e saiu vindo ao meu encontro.

- Ta fazendo o que aqui Luana? Nós ta conversando a respeito do dinheiro faltam 15 mil só e já são 20h35.

- Ta aqui - falei levantando uma mochila preta.

- Que? Como assim ta ai? - perguntou.

- Os 50 mil que pediram, ta aqui - falei jogando a mochila em cima dele - vinha guardando dinheiro desde quando comecei a fazer programa, eu ia usar ele pra terminar a obra da loja, mas o Raul tem que sair da mão desses vermes.

Falei e ele me olhou, assentiu e foi levando a mochila na direção dos caras, eu apenas virei as costas e fui de encontro a minha mãe e saímos dali.

Assim que cheguei na casa da minha mãe, fui pro meu quarto, me joguei na cama e apaguei.

𝑬𝒓𝒂 𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒆𝒛... 𝑷𝒂𝒏𝒅𝒐𝒓𝒂!Onde histórias criam vida. Descubra agora