Capítulo 54

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25 de maio.

Cá estou a caminho da casa dos pais do Raul, to nervosa? Muito. Tô com medo? Também, mas como o boy pediu tanto pra eu ir, tô aqui né, me arrumei bem comportada, se eu for usar roupas que eu realmente gosto, ja era.

Coloquei uma calça jeans de lavagem clara, um cropped branco de manga porque ta um friozinho e um tênis branco, to me sentindo muito menininha.

O boy ta com uma camisa de manga preta, boné como sempre também preto e uma bermuda jeans e um chinelo da nike também da cor preta.

O uber parou na porta do condomínio, o Raul pagou o motorista e nós descemos, o Raul fez questão de pegar na minha mão antes da gente sair andando..

Chegamos na casa dos pais dele, sabe o que é todos olhando pra minha cara? Sim, todos, ele veio me apresentando, primeiro pra mãe, que me deu dois beijinhos no rosto, a irmã deu apenas um sorrisinho e o pai que fez questão de me puxar, me dar um abraço, deu um sorrisão pra mim que me deixou até um pouco tranquila.

A gente sentou no sofá, eles começaram a conversar e eu só olhando, prestando atenção e tal.

- E você Luana? Bebe? - o pai me perguntou e eu assenti - ah, então minha nora vai beber uma cervejinha comigo.

- Pai, não atiça - ele falou rindo e eu olhei pra cara dele. - se ela começar não vai querer parar.

- Não é pra tanto ta - falo olhando pra ele.

- Precisa ter vergonha não - o pai dele veio com um copo e me entregou e logo encheu o mesmo com cerveja.

- Obrigada - falo e dou um gole na cerveja.

- Quantos anos você tem? - a mãe dele me perguntou.

- 19 mãe - ele respondeu por mim - porque?

- Sabe que ela é uma menina ainda né, você largou a sua família por uma menina de 19 anos - ela falou olhando pra cara dele.

- O que que tem cara? 19 anos ja...

- Eu sou de maior já e ele não ta me obrigando a nada, eu to com ele porque eu quero e eu gosto muito do seu filho - falei interrompendo ele.

- Gosta dele ou do dinheiro dele? - a irmã dele perguntou me olhando e eu ergui a sobrancelha. - aliás, quanto ele ta te dando?

- Como é? - perguntei sem entender.

- Você não é garota de programa? - ela perguntou, na hora eu senti um negócio subindo, eu fiquei encarando ela firme, ele levantou na hora indo até a irmã dele mas a mãe entrou na frente.

- Ta com algum problema Raul? - ela falava olhando pra cara dele na frente da irmã - ela falou alguma mentira? A gente ja sabe que essa menina é garota de programa.

-  Ela não é nada disso ai, quem falou essa porra pra vocês? Anda, fala ai, o mal de vocês é esse, falando merda da garota sem saber.

- Sem saber? - a mãe perguntou - você achou que ia trazer ela aqui e a gente ia aceitar de boa? A gente ta sabendo de tudo que aconteceu, ta ouvindo, sabemos que você largou a mãe dos seus filhos por essa daí, sabemos de tudo que você fez com a Mariane, esqueceu de tudo que a Mariane fez por você? Largou a família dela por você? Você jogou 8 anos do seu casamento por causa de uma garota de programa? É sério isso? Que decepção meu filho.

Eu to aqui incrédula ouvindo tudo isso, eu olhando a cara da mãe e da irmã dele, me olhando com cara de ódio o pai olhando de um jeito balançando a cabeça, sinceramente, eu só quero ir embora daqui.

- Tá a menina é garota de programa - o pai dele se procunciou - mas o que vocês duas tem a ver com isso? O Raul é de maior, ele faz o que quiser da vida dele, a garota sendo ou não sendo não é problema teu, aliás não é problema de ninguém aqui, teu mal Renata é querer dar pitaco na vida do Raul, se ele largou a Mariane é porque não tava dando mais, agora ele é obrigado a ficar com ela por conta dos filhos? - o pai falou e elas ficaram olhando pra cara dele.

- Cês tão falando ai que a Mariane fez de tudo por mim, Mariane contou da vida da garota pra vocês, certo? - as duas assentiram - ela contou que os cana me pegaram? Ficaram rodando na penha comigo a segunda feira toda? Contou que ligaram pra ela pedindo 50 mil pra me soltarem - a mãe dele negou com os olhos arregalados - é, isso essa filha da puta não contou, mãe, a santa Mariane contou pra senhora quem deu o dinheiro pra me soltar? - ele perguntou andando pra trás e pegou na minha mão - ta aqui a pessoa que salvou a vida do teu filho, não tinha um pingo de obrigação, mas ela pegou todo o dinheiro que ela tinha e deu pra pode me liberarem, a santa Mariane não pensou nem nos três filhos que ela tem comigo, ligou o foda-se, queria mesmo que eu morresse na mão daquelas porra lá e a senhora ai passando a mão na cabeça dela. - ele falou e olhou pra mim, sim já tinha criado um nó imenso na minha garganta e tudo que eu queria era chorar.

Ele virou comigo e fomos em direção a porta.

- O Raul, vai aonde? - o pai dele perguntou.

- Embora - ele virou pro pai e falou - vou ficar em um lugar que não aceitam a mulher que salvou a minha vida pra que? Antes eu tivesse em casa com ela comendo um bolo que ela queria fazer pra mim.

Ele voltou a andar, abriu a porta e me deu passagem, ele saiu em seguida e nós fomos andando, chegamos lá em baixo e o pai dele logo atrás.

- Calma ai - o pai dele parou a gente e ele me olhou - não da ideia pra elas, foram envenenadas, tem ex que não supera o fim do relacionamento e usam a família do ex pra atingir a atual - ele falou e eu assenti - eu gostei de você, não vou deixar vocês irem embora, é seu aniversário hoje meu filho e nós vamos comemorar de qualquer jeito.

Ele falou e saiu andando, nós seguimos ele, fomos pro estacionamento e lá ele parou perto de um carro, destravou o mesmo e nós entramos, saímos do condomínio e seguimos alguns minutos.
Paramos em uma choperia, ja era 17h e ja tava cheinho, ele estacionou o carro e nós saímos e entramos na choperia.

Ficamos ali com o Seu Danilo, até umas 20h, bebendo, conversando, ele me contando as merdas que o Raul fazia, eu rindo abeça, o celular do Raul tocando adoidado com a mãe dele ligando, ele me deixando super a vontade, até me zoando ele tava, única pessoa da família que eu me dei bem, as outras duas, quero nem contato.

Viemos embora e ele dentro do carro me pedindo desculpas pela gracinha da mãe e da irmã dele, eu só falando pra ele esquecer e ele falando que ia pegar a Mariane de porrada, por mais que mereça, falei pra ele deixar pra lá, vale a pena não, mulher baixa, o desprezo é tudo que ela merece.

Chegamos em casa, tomei o meu banho pra dar uma relaxada nas carnes que a adrenalina de hoje foi foda, coloquei meu babydoll, deitei na cama, aquele bolo que tava na minha garganta cedo resolveu sair agora, as lágrimas foi descendo sozinha descontroladamente e eu apenas deixei.

Ele entrou no quarto e eu lá chorando de soluçar, ele veio até a cama, subiu em cima da mesma, deitou do meu lado e me abraçou.

- Desculpa, desculpa - ele falava me apertando nele.

𝑬𝒓𝒂 𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒆𝒛... 𝑷𝒂𝒏𝒅𝒐𝒓𝒂!Onde histórias criam vida. Descubra agora