Capítulo 61

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Faltam exatamente uma semana pro meu aniversário, o boy e eu? Estamos ai ainda, ele ja viu a casa, diz ele que tem 3 quartos, minha loja ja está aberta, ja escolhi até um look pra usar no meu aniversário, mas não to querendo fazer nada.

Fui na consulta com a minha mãe e terei uma irmãzinha, tinha que ver a briga que teve pra escolher o nome, eu ri tanto, o Índio querendo com a letra J minha mãe falando que vai seguir no L, eu só olhando os dois brigando, minha mãe falando "é L Júlio, quem vai parir sou eu, eu que sei", ele por fim cedeu e decidiram colocar Laura, até que gostei, agora estão correndo atrás de decorar o quarto dela.

Leonardo segue lá em Bangu, Tati assumiu firme a bronca e ta indo visitar, sinceramente, eu não iria, esperava aqui fora e via o que ia dar, esses dias ele me ligou, ficamos conversando, ele deu os papo dele e mandou eu abraçar, quando eu fui dar o meu papo pra ele, ele desligou na minha cara, gosta de falar mas não gosta de ouvir, vai entender.

Tô aqui na loja de bobeira, pedi minha quentinha e to esperando chegar, Ágatha foi resolver um caô dela e então to aqui sozinha, ouvi um barulho e levantei a cabeça, era a Mariane, deu pra perturbar meu anjo da guarda desde quando entrei na casa dela.

- Eai gatona - falou entrando e veio até o balcão - to querendo saber o preço do chinelo da coca cola.

- Ta 50 - falei segurando um tico da paciência que tenho hoje.

- Então eu vou querer um do rosa - falou se afastando, foi até o chinelo e pego o mesmo e trouxe pro balcão.

- Vai pagar como, cartão, dinheiro ou pix? - perguntei pegando a bolsa e colocando o chinelo dentro da mesma.

- Teu marido vai pagar - ela falou no deboche e eu ri.

- Vai? - perguntei e ela assentiu - cadê o dinheiro então? - perguntei estendendo a mão.

- Ele vai vim pagar, ele falou que eu podia vim pegar que depois ele se acertava contigo - ela falou indo meter a mão na bolsa mas eu puxei e coloquei a mesma embaixo do balcão.

- Então você vai fazer o seguinte, vai na direção dele e fala que você só vai levar o chinelo depois que o dinheiro chegar na minha mão - falei e ela ficou me olhando - eu to falando sério, não vai levar chinelo nenhum.

Falei e ela virou as costas e saiu, peguei meu celular na hora e liguei pro filho da puta que demorou mais atendeu.

📱
Raul

Raul: Oi preta
Lua: ta escrito idiota na minha testa?
Raul: Que?
Lua: A mãe dos seus filhos veio aqui me tirar de otária, voltou a comer ela Raul? Virou sua amantezinha agora?
Raul: Calma ai, to entendendo nada do que você ta falando to indo ai, tchau.
📱

Não deu nem 10 minutos o filho da puta chegou, ele entrou e simplesmente abaixou a porta da loja.

- Qual foi? - perguntou me olhando.

- Quem tem que perguntar qual foi sou eu - falei e ele me olhou sem entender, peguei a bolsa embaixo do balcão e joguei em cima dele que segurou e abriu a mesma - a mãe dos seus filhos falou que você mandou ela vir pegar aqui, que depois você pagava.

- Ah, ela ficou tontia...

- Voltou a comer ela por acaso? - falei me alterando - dar as coisas pro teus filhos é uma coisa, agora vai mandar tua ex vim aqui pegar as coisas?

- Eu vou te pagar cara - ele falou e eu ri, ele colocou a mão no bolso e tirou o dinheiro.

- Você não ta entendendo? você ta com aquela mulher de novo Raul? - falei e ele balançou a cabeça negando - e ta bancando ela ainda porque? Essa mulher vai ficar nas suas costas pra sempre? Ela não vai agir a vida dela não? Arrumar um emprego, sei lá.

- Eu só to dando uma ajuda pra ela Luana, vai querer arrumar briga por conta disso? - ele falou me dando o dinheiro e eu não segurei fazendo o mesmo cair no chão - vai te custar aceitar?

- Ta achando isso certo? Uma coisa normal você continuar bancando a tua ex mulher? - perguntei

- Ela é a mãe dos meus filhos cara, querendo ou não tenho que dar uma assistência - ele falou e eu neguei.

- Só pode ser brincadeira - falei tentando acreditar - então é de boa tua ex mulher vir aqui, comprar algo e falar na minha cara que é o meu marido que vai pagar, você acha isso certo?

- Ta brigando por conta de uma coisa mínima - ele falou assim numa tranquilidade que eu to de cara.

- Vai embora Raul - falei saindo de trás do balcão, passei por ele e fui até a porta, abri a mesma na força do ódio - anda, volta pra tua boca.

- Coé cara, vai ficar nessa? - ele falou passando por mim.

- Quando você entender o que ta acontecendo a gente conversa, não tenho sangue de barata e isso não vai ficar se repetindo com frequência, então me faz o favor, some da minha frente - falei puta, ele ficou me olhando e logo saiu da loja.

Voltei pra dentro da loja, peguei o dinheiro que tava no chão, uma nota de cem, coloquei a mesma na caixa, agora vou ser obrigada a aturar isso? Vamos ver até quando.

Agora que a comida chegou eu to zero fome, coloquei a mesma na geladeira e fiquei sentada lá na porta, dia de semana o movimento é fraco mesmo, então eu fico tranquilona.

A cena daquela mulher não saia da minha cabeça "o teu marido vai pagar" sinica do caralho, eu não vou aceitar passar o que ela passou, não vou mesmo, não fui eu quem fez ele largar ela, ele largou porque quis, era só ele me deixar em paz que eu ia seguir a minha vida.

A Ágatha chegou e ficamos ali sentadas, ela contou do b.o, homem é uma desgraça na nossa vida, ainda mais sendo de outra querem ter um poder imenso sobre a gente, querem mandar mais na gente do que nas mulheres deles.

Ágatha tem um caso com um boy que é casado, o boy banca ela em tudo, até onde ela me contou a mulher sabe dela, mas não sei o que rolou que agora ta de pinima, e o boy chamou ela pra conversar, pediu pra ela dar um tempo de sair porque ele ta querendo dar uma moral pra fiél, é cada uma que eu fico boba.

Fechei a loja cedo, não to com paciência, fomos andando e passamos nos meninos, ficamos conversando um pouco lá, depois a Ágatha foi embora, continuei com eles lá, peguei uma cadeira e fui sentar na porta olhando o movimento.

Meu telefone tocou e era ele, atendi e ele me perguntou onde eu estava, falei e ele desligou, não demorou muito ele veio, parou de moto na minha frente.

- Eae? Fechou lá porque? - perguntou.

- Movimento fraco e a minha cota de ser feita de otaria já foi atingida - falei e ele estalou a língua.

- Para de caô cara - falou me olhando.

- É papo retão mesmo - falei e ele balançou a cabeça - se fosse um ex meu pagando as coisas pra mim? Você ia achar normal?

- Tô nem te entendendo, bagulho nada a ver que tu ta falando ai.

- Nada a ver? - perguntei

- Com qual intuito teu ex ia ta pagando algo pra você? - ele me perguntou e eu ergui a sobrancelha encarando ele - mas... eu não quero nada com ela.

- Ah porra, você é idiota ou se faz Raul? - falei batendo nas minhas pernas e levantei - as vezes eu acho que você se faz, se você não acha certo um ex meu pagar algo pra mim é certo você pagar pra sua ?

- Ta alterada porque? Abaixa a porra do tom - falou fechando a cara - tô falando na moral contigo, se eu to falando que o bagulho é nada a ver então é.

- Então quando acontecer comigo tu não vem querer esquentar minha cara, porque tu adora dar seus surtos, quando for na minha vez quero tu pianinho - falei puta pra caralho.

- Qual foi da tua Luana? Tá querendo me testar? Sou bonzão contigo mano, ta querendo conhecer meu outro lado tu né, tenta me desafiar pra tu ver, só vai sair perdendo - falou e foi ligando a moto - eu vou até meter o pé pra eu não sair da lógica contigo aqui.

Ele falou e acelerou com a moto, fiquei olhando até ele sumir do meu campo de visão, veio aqui somente pra triplicar meu ódio tomar no cu.

𝑬𝒓𝒂 𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒆𝒛... 𝑷𝒂𝒏𝒅𝒐𝒓𝒂!Onde histórias criam vida. Descubra agora