Capítulo 20

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Luana Narrando

2 meses depois.

Meu aniversário passou e o máximo que fiz foi algo só pros mais íntimos mesmo, chamei os que eu considerava e pronto, Leonardo ainda ta com raiva de mim e não veio, é nessas horas que a gente ver quem é quem.

Um sábado desse e eu não quero fazer nada, só ficar em casa deitada o dia todo, quem dera isso fosse possível, minha madrinha ta me tontiando desde quinta pra eu ir no chá de bebê da criança do meu pai.

Só de lembrar que a aquela infeliz conseguiu me afastar do meu pai me sobe um ódio, quer saber, vou nesse caralho, levantei da cama na força do ódio, abri meu guarda roupa, olha, depois que comecei com os jobs, meus estilos de roupa deu uma intercalada do caralho, acho até engraçado.

O Chá começa as 17h, to com tempo de sobra, escolhi meu look e deixei separado, tomei um banho rápido e fui no salão aqui perto, fiz minhas unhas, sobrancelha e dei uma hidratação no belo, deixar ele mais brilhoso possível, sai de lá e fui direto pra casa, fiz uma comida rapidinho pra mim, depois que comi lavei tudo com o maior cuidado pra não dar ruim mas unhas e voltei pro meu quarto, fiquei sentada olhando pro nada até meu celular tocar, ja sei até quem é.

📱
Madrinha ❤

Lua: Oi madrinha, bença.

Ju: hum dando bença? Tá calma né?!

Lua: O certo era você falar Deus te abençoe, mas enfim, to mais zen que o normal.

Ju: Mas continua abusada, quero saber se você vai ir pro Chá de bebê?

Lua: Vou, só porque to com saudades de você e pelo amor de Deus, não me obriga a ser simpática com ninguém.

Ju: Luana...

Lua: Não sou obrigada a ser simpatica com quem não gosta de mim - falei e ela do outro lado bufou.

Ju: Você sabe que isso não é certo.

Lua: É sim, cansei de ficar sorrindo pra gente que só me pisa, aquela Luana bobinha morreu.

Ju: Que isso Luana? - ela falou se alterando, ouvi ela respirar fundo - quando você chegar aqui a gente conversa.

Lua: Ta certo, vou desligar aqui, bj.

📱

17h30 e eu estava terminando de me arrumar, levantei da cama e fui pro espelho, me olhei de cima a baixo, virei de costas, estou vestindo uma calça jeans Skinner, uma sandália preta de salto médio e um cropped preto cheio de brilho, fiz uma make destacando meus olhos, passei somente um brilho nos lábios.

Peguei minha bolsa preta de brilho tbm, dei uma jogada no cabelo pro lado e pronto, estava ótima.

Sai de casa com o presentinho que comprei na cor neutra, o uber ja estava me esperando na porta, minha madrinha ja tinha me enviado o endereço do salão que seria a festa e eu estava até com dor de cabeça do tanto que ela falou comigo pra eu me comportar, olha só, logo eu uma princesa recatada, sempre me comporto...

Paguei o motorista e sai do carro, olhei o salão, hum to vendo pra onde tava indo o dinheiro dele, tinha um pessoal ali na porta conversando, fui andando até a entrada e o povo me olhando.

Fui subindo as escadas uma a uma quando finalmente cheguei aonde acontecia o chá de bebê, tava tudo muito bem enfeitado num tom vende água, o que tinha de gente me olhando também.

- Nuana - ouvi chamarem, a única pessoa que me chama assim é o meu priminho Ben, cacei ele e quando o vi dei um sorriso, ele veio correndo até mim e me abraçou pela cintura.

- Meu amor, que saudade benzinho, como você ta grande cara - eu falava numa felicidade.

Eu ajoelhei e dei um abraço nele, beijei tanto meu primo, levantei a cabeça e tava minha madrinha em pé parada olhando a gente com um sorriso.

- Levanta e vem me dar um abraço que eu to morrendo de saudades de você - eu levantei me soltando do Ben e ela deu uma medida em mim - meu Deus Luana, o que houve contigo? Você ta um mulherão garota.

- Tô gata né? - falei abraçando ela bem forte, nos afastamos e eu dei uma voltinha e ela riu.

- Vem, seu pai ta doido pra te ver - falou me puxando e eu assenti.

Coloquei o presente embaixo do braço e dei a mão pro Ben, fomos os três indo até a mesa que o tio Cláudio estava...

Ficamos conversando um tempo até meu pai finalmente me ver, ele estava conversando em um grupinho com a estranha da mulher dele, ele olhou pro lado e nossos olhares se encontraram, ele foi abrindo um sorriso, falou algo com um cara lá e veio.

- Lua - ele falou chegando perto e olhou pra minha madrinha - você é foda mesmo.

Eu levantei ele veio pra me abraçar mas eu entreguei o presente pra ele que me olhou sem entender.

- É só uma lembrancinha que eu comprei pro teu filho, foi de última hora, mas ta ai - falei dando um sorriso amarelo e sentei com a minha madrinha me olhando de cara fechada.

Olhei em volta assim como quem não quer nada e a estranha tava olhando de cara feia pra mim, apenas ergui uma das sobrancelhas.

Meu pai falou algumas coisas com a minha madrinha e saiu da nossa mesa, ela veio logo me dando sermão e eu comecei a me estressar, olhei cerrando os olhos.

- Eu vou embora - falei.

- Não é assim... - ela falou mas eu interrompi.

- O que não é assim? Meu pai decidiu que eu deveria seguir a minha vida sozinha sem nem me dar chance de correr atrás de alguma coisa pra poder sobreviver, falou que não podia me sustentar pq as despesas dele tinham aumentado e ele não tava conseguindo manter, olha bem a decoração dessa festa, olha o puta salão que ta sendo e você quer vim me dar sermão pra tratar ele bem porque ele é meu pai? Me poupe. - falei levantando, me despedi rapidamente do meu tio e do Ben, fui saindo da mesa e ela segurou meu braço.

- Você acha que assim vai resolver alguma coisa? - ela falou me puxando e eu olhei pra cara dela.

- Vim aqui pra resolver nada não madrinha, eu vim porque a senhora me perturbou desde quinta feira, eu acho engraçado a senhora ta me dando lição de moral, mas quando ele falou que não iria me dar mais nada nem a pensão que era de direito a senhora não ligou pra perguntar se eu estava precisando de algo, só eu e Deus sabemos o que eu passei meses atrás, então nem adianta querer me colocar como a ruim da história - falei segurando o choro que ja estava querendo vim.

- Eu não sou sua mãe Luana, eu tenho meu filho que precisa de mim o tempo todo - ela falou e eu assenti com os olhos ja inundados de água.

- Era isso que eu queria ouvir, muito obrigada. - falei puxando meu braço da mão dela e sai andando.

Sai do salão mexendo no celular, chamei o uber que logo chegou, entrei no mesmo e partiu casa, ela ficou me ligando o caminho inteiro e eu recusando a chamada.

𝑬𝒓𝒂 𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒆𝒛... 𝑷𝒂𝒏𝒅𝒐𝒓𝒂!Onde histórias criam vida. Descubra agora