Capítulo 71

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Raul Narrando

Dois meses que eu e a doida estamos morando juntos, finalmente, quando achei que ia ter paz agora com ela aqui, aconteceu o contrário, Mariane ta dando uma de maluca, vem esquentar a minha cara toda semana por conta do dinheiro dos meninos, mas não quer deixar eu ver eles.

To me segurando pra não partir pra agressividade, mas parece que é disso que ela gosta, quando eu chego pranchando ela.

Mas um dia de correria aqui, é endola pra olhar, é droga pra separar puta que pariu, finalmente um momento de descanso, sentei na cadeira ali pelo menos pra pegar um ar.

- Qual foi Pará - o índio apareceu em cima da moto e eu olhei pra cara dele - anda porra levanta e bora lá resolver esse caô.

- Que caô caralho? to sabendo de nada - falei indo até ele e sentei na moto e ele ja saiu rasgando.

Chegamos lá na rua de casa, a rua lotadona, Luana de um lado e a Mariane do outro e os meus filhos ali, pulei da moto antes do Índio parar.

- O que houve? - falei chegando perto.

- Cara, me solta deixa eu matar essa desgraçada - Luana falou respirando fundo e eu fui até ela.

- Qual foi cara o que houve? - perguntei mantendo a calma.

- Meu carro, olha o que essa maluca fez no meu carro - ela falou alterada e eu olhei, Mariane é foda.

Mariane tinha escrito "NINFETINHA" no capô do carro, eu olhei pra cara da Mariane, balancei a cabeça e fui na direção dela.

- Qual foi da tua? Tu acha isso maneiro, brigando e pra piorar na frente dos meninos - falei de cara fechada.

- Essa ninfeta ta achando que é quem? Isso é pra ela aprender a me respeitar - ela falou alto e a Luana gargalhou do outro lado.

- Isso é recalque né gata, não aceita que o cara não te quer mais e fica assim, jogou milhares de piadas e como viu que eu não dei confiança veio riscar meu carro - ela falava alto e eu olhei pra cara dela puto.

- VAI O PIRANHAAA - a Mariane gritou.

- Corna, trocada e inconformada - Luana falou do outro lado da rua e a Mariane foi passar por mim e eu segurei ela - solta ela, deixa ela vim, vou desfigurar a tua cara igual daquela vez.

- CALA A PORRA DA BOCA AS DUAS, TÃO PARECENDO CÃO DE RUA BRIGANDO CARALHO - gritei puto pra caralho - LUANA ENTRA PRA CASA ANDA.

- Não vou entrar, olha o que ela fez, isso não vai ficar assim - ela falou puta e eu olhando pra cara dela serinho.

Eu segurando Mariane, a rua cheia de gente, o Índio em cima da moto olhando, Luana do outro lado da calçada de braços cruzados, meus filhos ali olhando essa patifaria.
- Luana, faz esse favor pra mim, entra - falei mais baixo, ela me olhou e entrou - bora pode ralando, os meninos vendo essa palhaçada.

- Ta vendo como você é, sempre defendendo essa garota - ela falou e eu balancei a cabeça negando - eu fui tua mulher por 8 anos, sou a mãe dos seus filhos e você ai cego nessa garota, fica me humilhando na frente da favela toda, pra piorar na frente dos nossos filhos, como que você dar um carro pra ela cara, eu passando necessidades.

- Que necessidade Mariane? Dou o dinheiro dos garotos toda semana, para de mentir porra - falei olhando pra cara dela

- Tô falando de mim Raul, eu tenho as minhas necessidades - ela falou.

- Maior carcação e quer ficar sendo bancada pelo teu ex pra sempre? Me poupe, vai arrumar um emprego pra tu não - ouvi a voz da filha da puta e ja virei indo pra cima dela - to falando alguma mentira? - ela falou me encarando.

- Eu não mandei você entrar? - falei e ela ergueo uma das sobrancelhas

- Tô na porta da minha casa e eu quero saber como vai ficar o meu carro - ela falou ainda me encarando, eu passei a mão no rosto.

- Entra cara, eu vou dar um jeito nisso, faz esse favor pra amenizar, vai lá pra dentro - falei apontando pra dentro de casa, ela assentiu e entrou batendo a porta, olhei em volta e ta o Índio rindo balançando a cabeça.

- Bora Mariane, pega os meninos e mete teu pé também, veio lá do outro lado pra arrumar briga aqui - falei indo na direção dela.

- Vai pagar o conserto né - ela falou e eu assenti - eu vou fazer de novo, quantas vezes você consertar eu vou riscar, eu prometi e vou cumprir, vou fazer o inferno na vida dessa garota.

- O que você quer? Quer dinheiro? Se eu te der dinheiro você vai deixa a mina em paz? - perguntei ja de cara quente e ela assentiu, meti a mão no bolso e tirei um paco, tinha 2.500, entreguei pra ela - pronto, some da minha frente, antes que eu te pranche...

- Ta vendo né, agora essa escrota vai ficar me perseguindo, por isso que eu não queria morar aqui - ela falou puta e eu apenas sentei no sofá. - ta achando que eu não vi que você deu dinheiro pra ela?

- Deixa ela pra lá cara - falei sem paciência e ela balançou a cabeça negando.

- Ela não quer fazer o inferno? Vou mostrar o demônio pra ela - ela falou de cara fechada - e eu vou ficar no prejuízo né.

- Chega cara - falei me alterando - to cansado dessa briguinha de vocês, deixa ela pra lá Luana, eu ja falei que eu vou pagar o conserto, morre esse assunto cara.

- Engraçado né - ela falou soltando um riso forçado - ela vem lá da casa dela, faz aquele estrago no meu carro e eu tenho que morrer o assunto? Ja reparou que eu sempre tenho que amenizar as gracinhas que ela faz, eu tô quieta Raul, eu não mexo com ninguém, essa mulher vem jogando piada pra mim não é de hoje e eu tenho que sempre fingir demência.

- Cara, quando um não quer, dois não brigam - falei e ela ficou me olhando.

- Mas agora eu quero brigar - falou e apontou o dedo pra mim - isso não vai ficar assim, ta achando que eu sou alguma idiota? Ela vai conhecer a Luana agora.

- Eu to falando pra parar em - falei me alterando - se chamarem a minha atenção mais uma vez na boca por conta de vocês duas, eu vou pegar as duas na porrada.

- Então você vai ter que pegar - ela falou e eu fui pra cima dela.

- Tá duvidando? - falei com o rosto próximo do dela - to pedindo pra parar com essa porra, se eu souber que vocês estão se estranhando eu vou quebrar as duas.

- Então você vai quebrar ué, ela não quer briga? Então a partir de hoje ela vai ter - ela falou e virou as costas indo em direção as escadas.

𝑬𝒓𝒂 𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒆𝒛... 𝑷𝒂𝒏𝒅𝒐𝒓𝒂!Onde histórias criam vida. Descubra agora