Capítulo 100

817 72 5
                                    

24 de Dezembro, 9:00 da manhã

Minha mãe me ligou e me obrigou a ir ajudar ela, tomei meu banho, dei banho na minha nenis e pedi o Raul pra me deixar na lá, assim que cheguei vi a bagunça, Lucas arrumando o quintal, Laura presa no chiqueirinho, minha mãe arrumando entre a sala e a cozinha, fiquei parada na entrada olhando.

- Vai ficar ai parada? Te chamei pra me ajudar - falou parando na minha frente.

- Tá, mas cadê meu pai? - perguntei e ela apontou pra cima respirando fundo.

- Eu não aguento mais Luana, to fazendo de tudo, tentando ser mais calma possível, mas o Júlio ta a cada dia pior - falou sentando no sofá.

- Eu vou lá em cima levar a neta pra ele ver e ja volto pra te ajudar - falei e segui pras escadas com a Lorena.

Entrei no quarto de fininho e tava ele sentado na cama olhando pro outro lado, vi ele fungar, me aproximei da cama e sentei, ele virou o rosto e me viu, deu um sorriso sem graça e começou a enxugar as lágrimas.

- Cheguei pra dar uma ajuda a sua mulher que ta foda lá embaixo - falei rindo e ele deu uma risada fraca - tua neta ta com saudade de você.

Falei colocando a Lorena no colo dele, ele olhava pra ela com uma carinha triste, ela aproximou dele e deu um beijo no rosto dele e ele abraçou ela e começou a chorar.

- Eu sei que ta difícil, sei como é chato ficar dependendo dos outros, mas o senhor sabe que nós amamos você e não queremos ver você desse jeito - falei e ele foi desfazendo o abraço com a Lorena e me encarou.

- Não era pra eu estar aqui, eu deveria ter morri - ele falou tristinho e eu balancei a cabeça negando - era sim, olha como eu to Luana, to inválido em cima dessa cama, trazendo problema pra vocês.

- Ta inválido nada, você pode muito bem fazer um esforço e ir pra fisioterapia, sabe que pode recuperar os movimentos, ta se entregando de teimosia - falei e ele ficou me encarando.

- Eu não sei se consigo - ele falou e eu ergui a sobrancelha.

- Tua filha ta ai andando, esperando o pai dela pra correr essa favela toda atrás dela e você ai de bobeira em cima da cama - falei - falta só você pra fazer companhia pro Raul.

- Companhia de que cara? - ele perguntou e eu dei risada.

- Daqui a pouco Lorena ta com 1 ano, vai começar a andar e o Raul correndo sozinho atrás de duas não vai dar certo, você tem que correr junto - falei fazendo graça e ele começou a rir.

- Só você mesmo - falou rindo e olhou pra Lorena - Tá muito linda - falou e depois subiu o olhar pra mim e balançou a cabeça assentindo - ta certo, tenho que reagir, ficar aqui na cama reclamando não vai adiantar de nada, vou fazer esse bagulho ali - ele falou e eu me aproximei e abracei ele.

- Agora sim, to vendo o Índio de antes - falei desfazendo o abraço e me afastei, ele me olhando sério - que foi?

- Índio? Que mané índio garota, eu sou teu pai, ta malucona? - ele falou e eu comecei a rir - tô achando graça não, ta vendo ai Lorena? Tua mãe cheia de graça.

- Desculpa papai - falei ainda rindo e ele assentiu - meu paizão isso sim - falei dando um beijo no rosto dele e levantei da cama - Vou lá ajudar a minha mãe, depois dou um jeito com ela pra te ajudar a descer, ta ok - ele assentiu - vem filha, vou te trancafiar junto com a tua tia.

- Deixa ela aqui comigo - eu ergui a sobrancelha - pode deixando ela aqui, só trás a bolsa dela pra quando precisar trocar a fralda.

Eu assenti e sai do quarto, fui na sala pegar a bolsa e subi novamente, expliquei tudinho onde estava as coisas e desci somente com a mamadeira e o leite dela.

Horas mais tarde.

Eu literalmente fui a última a chegar na casa da minha mãe, passei pelo portão com a bolsa da Lorena no braço, o pai não me estressou? Ele que se vire com ela, passei reto entrando na casa, coloquei a bolsa dela dentro do chiqueirinho e virei dando de cara com o Lohan.

- Qual foi? Passou e nem falou com o povo - falou vindo até eu e nos cumprimentamos.

- Raul demorando, me estressando, iih - falei fazendo ele rir, envolvi meu braço na cintura do meu irmão e fomos voltando pro quintal.

Meus olhos bateram no meu pai, todo trajado na nike ele conversando com uns caras que são amigos dele, são do movimento, desde quando meu pai saiu do hospital eles vem aqui conversar com ele.

Ele olhando pra minha cara, acenou com a cabeça me chamando e eu fui, falei com os amigos dele e por fim fui falar com ele.

- Já começaram vocês dois né - falou pra mim e eu revirei os olhos - Cês tem que entrar em consenso.

- Me diz como? Você conhece ele a mais tempo que eu, me faz entender por favor - falei e ele riu, o Raul veio se aproximando sem a Lorena - eu vou ir aqui falar com o pessoal daqui a pouco eu volto.

Falei e fui saindo de perto, passei do lado do nojento e ele puxou meu cabelo de leve, minha filha tava com a minha mãe, fui até ela falei com ela e peguei a Laura que tava no chão.

Olhei pro outro lado do quintal e tava Tatiane e Karen sentadas conversando, falei algumas coisas com a minha mãe e sai de perto da mesma com a Laura fui até as duas.

- Eae filhas - cheguei falando e elas me responderam, fui até o carrinho mexer com o meu bebezaum - que isso gente o que fizeram com o cabelo do garoto?

- Garota, nem me lembra disso - a Tati falou enquanto eu brincava com o Levi - teu irmão, aquela praga - falou e eu comecei a rir.

Coloquei a Laura no chão, porque desde quando começou a andar não quer outra vida, puxei uma cadeira e fui sentar perto das meninas.

- Desabafa, o que o Leonardo fez agora? - falei olhando pra cara dela.

- Cismou que eu tinha que ir na casa dele porque ele queria ver o filho, fui né, cheguei lá, me tratou bem, fez comida e tudo pra gente, até que deu um de maluco e falou que ia dar uma volta com o Garoto, levou o menino e sumiu, horas depois me volta com o garoto de cabelo cortado, menina, quase avancei nele - ela falou e eu comecei a rir - perguntei se ele tava doente, ele falou que o menino tava cheio de falha, levou no barbeiro pra consertar.

- Até que ficou bonitinho, fez o pé direitinho, gostei - a Karen falou e eu assenti olhando pra ele.

- Sim, mas ele tinha que ter me avisado cara, custava falar que ia levar o menino no barbeiro? - ela falou.

- Falando nele, cadê a peste? - perguntei olhando em volta.

- Foi buscar a mona misteriosa - ela falou revirando os olhos.

- Ta de boa com isso? - perguntei pra ela e ela assentiu.

- De boassa, sinto mais nada pelo teu irmão - ela falou - e você e o Raul? Só pelo jeito que você entrou deu pra ver que não ta bem.

- Bem a gente ta, só que ele quer me levar pra passar o ano novo na casa da mãe dele e eu ja falei que não vou ir - falei e ela negou.

- Se ele ta passando natal aqui, você tem que ir pra lá gata - ela falou e eu neguei.

- Não vou, a mãe dele não gosta de mim, quando veio aqui ficou falando várias coisas da minha filha, não vou e ponto.

- Difícil né - a Karen falou e eu balancei a cabeça - ah lá, ta te chamando - ela falou apontando e eu olhei.

- Vou lá ver o que o chato quer - falei levantando e fui até ele.

Fui até o boy, falou nada com nada, normal.
Logo o Léo apareceu com a tal namorada, apresentou pra todo mundo e nós seguimos a nossa noite, deu meia noite e foi aqueli, abraça ali, aqui, estoura o champanhe, cada um seguiu te rumo pro baile e eu decidi ficar pela minha mãe mesmo, ainda tinha cerveja, bastante comida, vou pro baile ficar em pé com aquela multidão passando prá lá e pra cá nada.

Sentei juntinho com o meu paizão e fiquei dali com ele, as crianças ja estava dormindo mesmo.

𝑬𝒓𝒂 𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒆𝒛... 𝑷𝒂𝒏𝒅𝒐𝒓𝒂!Onde histórias criam vida. Descubra agora