Capítulo 93

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Fiquei ali com o coração a mil tentando fazer minha irmã parar de chorar e nada dela calar a boca.

- PARA DE CHORAR LAURA - eu gritei e ela me olhou assustada, o pai do Raul tirou ela do meu colo e saiu de perto de mim balançando ela.

- Não é assim que você vai fazer ela parar de chorar, tem que ter calma a menina ta assustada igual a você, fica tranquila que vai dar tudo certo - ele falou enquanto acalmava a Laura.

- Desculpa, eu me descontrolei - falei pra ele que assentiu e eu olhei pra Lorena, tava ali dormindo como se nada tivesse acontecido, deu um estalo na minha cabeça - meu irmão.

Levantei e peguei meu celular, liguei pro Lucas, ele falou que estava em casa e que tinham ido lá atrás da minha mãe, meu coração ja acelerou e só me veio o Júlio na cabeça, falei que era pra ele ficar em casa que eu ia pra lá assim que tivesse tudo tranquilo.

Liguei pra minha mãe perguntando aonde ela estava, falou que tinha ido no banco resolver o problema do cartão e depois foi no mercado, ela falou que ja estava passando as compras no caixa e que ja estava vindo pra casa, contei pra ela que deu tiro e mandei ela tomar cuidado e avisar quando chegasse.

Fiquei ali com o seu Danilo cuidando das meninas, mas no meu coração eu estava sentindo que rolou algo, liguei pro Lohan e ele recusou a chamada, a preocupação ja aumentou dez vezes...

Vi que a rua estava tranquila, fui la na porta rápidinho e a mesma ja estava movimentada, pedi pro seu Danilo me ajudar a colocar as meninas no carro, tirei o bebê conforto do carrinho e instalei ele no carro, aproveitei que estava as duas dormindo, depois ele me ajudou a colocar elas lá, peguei as boas, depois que trancamos a casa fomos os dois pro carro, levei ele até a casa da Mariane eu sabia que a mulher e a filha dele estavam lá, na verdade desconfiei né e fui pra casa da minha mãe, dei um jeito de sair com as duas, minha mãe tava na sala com o Lucas, voltei pra pegar as bolsas e por fim travei o carro.

- Me fala logo o que aconteceu? - ela me perguntou assim que sentei no sofá, as meninas estavam deitadinhas no chiqueirinho que tem aqui na sala eu balancei os ombros - você vai olhar dentro da minha cara e vai mentir pra mim Luana?

Eu desviei o olhar pro Lucas e ela mandou ele subir e o mesmo foi.

- Eu de verdade não sei o que aconteceu, mas quando aconteceu o Raul estava em casa, mas ligaram pra ele falando que alguém tinha sido baleado - falei e ela encostou no sofá, fechando os olhos.

- Meu marido Luana, foi ele - ela falou e eu cheguei perto dela eu encostei nela e ela segurou na minha mão - eu sei que foi ele - me olhou firme - eu sei que foi o Júlio, eu to sentindo que meu marido foi baleado

- Vai ficar tudo bem mãe - falei segurando na mão dela - o Júlio ta bem, você vai ver logo chega alguém aqui dando notícia - eu acabei de falar e o portão bateu, me entra Lohan pálido.

- Meu pai tomou um tiro, levaram ele pro hospital - ele veio e se ajoelhou perto da minha mãe ja chorando, eu fiquei ali olhando os dois abraçados, o que eu faço cara?

Levantei e sai deixando os dois ali, fui la fora e vi a moto do Lohan, voltei correndo e peguei a chave da mão dele e os meus documentos na bolsa, sai de novo montando na moto, liguei a mesma e meti o pé.

Primeiro fui atrás do Raul, desconfiei que ele estivesse onde fica só os patente alta mesmo, cheguei lá e tava cheio de homem, eu parei a moto afastada, sai fui andando até eles, vi um se destacando vindo na minha direção e era o Raul.

- Ta fazendo o que aqui? Era pra você ta em casa - ele falou e eu balancei a cabeça.

- O meu pai, cadê ele? - ele olhou pra trás e voltou a me olhar - quem levou ele pro hospital? Anda Raul me fala.

- Estamos esperando notícia dele, uma conhecida daqui que foi com ele - eu balancei a cabeça - quando a gente souber de alguma coisa eu te falo, ta lá em casa ainda?

- Não, fui pra minha mãe com as meninas, deixei seu pai na casa da Mariane, onde é o hospital que ele ta? Eu vou ir lá ficar com ele.

- Não Luana, vai pra casa ficar com a Lorena, essa mulher é de confiança - eu neguei.

- Ele é meu pai, eu vou ficar com ele, pra onde que levaram ele? - falei e ele coçou a cabeça, mandou eu esperar e foi até os bofes, eu fiquei ali olhando, ele falando com um cara lá, depois veio, colocou a mão na minha cintura e foi me levando até a moto.

- Ta no hospital de Bonsucesso, sabe onde fica? - ele perguntou e eu assenti - passa na tua mãe e pega o documento dele, qualquer coisa você me liga.

Eu  assenti e montei na moto, liguei a mesma e fui direto pra minha mãe, cheguei lá e estavam ela, o Lucas e o Lohan sentados no sofá.

- Mãe, cuida da Lorena pra mim? - perguntei e ela levantou - eu vou no hospital atrás dele, vou deixar vocês informados de tudo.

- Deixa que eu vou Luana - Lohan falou e eu balancei a cabeça.

- Eu vou, você não ta bem, só ajuda a minha mãe com as meninas que eu resolvo isso, ta bem? - falei e ele assentiu, tava com os olhos vermelhão e inchados - só preciso do documento dele.

Falei e a minha mãe mandou o Lucas ir no quarto pegar, peguei minha bolsa colocando a bombinha de peito, assim que o Lucas desceu com o documento, eu guardei junto com os documentos e parti de carro.

Mal sai do carro e ja veio uma mulher ao meu encontro.

- Você é a filha do Índio né - eu assenti - então ele ta em cirurgia, não me deram muita explicação por conta de eu não ser da família, mas você vai com o documento dele e pergunta que eles vão te passar o quadro de saúde dele.

- Tá, mas a senhora sabe me dizer se ele chegou aqui bem? - ela me olhou e balançou a cabeça negando - ta ruinzinho? - ela balançou a cabeça assentindo eu engoli aquilo, falei mais alguma coisa com ela e fui na recepção.

Mal dei o documento dele, chegou um médico e me levou, entramos num elevador e ele foi conversando comigo, o tiro de fuzil é foda né, entra faz um buraquinho, quando sai destrói tudo.

Pelo o que eu entendi ele tomou dois tiros nas costas, ele entrou em cirurgia para retirar as balas, uma pegou bem abaixo da vértebra cervical, eles conseguiram tirar, mas eles tem a desconfiança que o Índio vai ficar paraplégico, a outra pegou no pulmão, ele falou que foi uma cirurgia difícil, mas agora eles irão ficar observando o Índio pois a situação dele é muito grave.

Eu perguntei se poderia ve-lo, ele falou que sim, mas tinha que ser rápido, fiquei na recepção da emergência um tempão esperando, quando finalmente vieram trazendo ele, vários bagulho ligado nele, tadinho, antes de eu entrar no quarto tive que colocar aquele roupão de hospital, até touca na cabeça, é muito estranho ver ele assim, só de pensar que minutos antes de acontecer eu tava ali com ele brincando e se ele fica com a Laura ali, meu Deus cara, as coisas acontecem de uma forma que só o Pai mesmo.

Fiquei uns minutos ali, depois o doutor mandou eu sair, falou que eu não ia poder ficar aqui, mas que eu poderia vir amanhã, preenchi uma ficha, coloquei meu número, todos os meus dados, graças a Deus ele estava de plantão direto e eu pedi de coração mesmo pra ele ficar de olho e cuidar do meu pai, sai dali triste mas eu estava aliviada de poder ter visto ele, naquela situação mas ele ainda está ali.

Cheguei em casa e eles ali na mesma posição, parece que ficaram ali parados me esperando, entrei indo ver minha bebê, minha mãe falou que ela mamou, cagou mijou, riu chorou e dormiu de novo, falou só pra eu ver que ela não ficou o tempo todo ali sentada, até sofrendo essa mona é abusada, nunca vi, contei tudo pra ela, ela ficou preocupada, mas só de saber que ele ta vivo ela ficou um pouco tranquila.

𝑬𝒓𝒂 𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒆𝒛... 𝑷𝒂𝒏𝒅𝒐𝒓𝒂!Onde histórias criam vida. Descubra agora