Deitamos novamente na cama, coladinhos como sempre, ele passando a mão no meu rosto, ficamos ali de lovezinho.
- Quando eu fui lá te buscar eu queria te fazer uma pergunta - ele falou ainda acariciando meu rosto.
- Vai me pedir em casamento é? - falei rindo, ele me olhou sério - ih, ja vi que o assunto é brabo.
- Muito, coisa de vida ou morte - ele falou e eu assenti - você passou na boca hoje não foi? - eu assenti - você ficou muito tempo lá?
- Devo ter ficado uns 20 minutos, porque?
- Então, o Índio tava sozinho lá? - eu fiquei olhando - ele tava ou não Luana? É bagulho sério, tão querendo forjar o Júlio e a única pessoa que pode salvar a vida dele é você.
- Eu não lembro, a gente ficou conversando um, pera ai - falei buscando na mente - tinha, um branquinho, ele até brincou com a Laura.
- Tem certeza? - eu assenti - você saberia descrever ele pra mim?
- Ele é branquinho, parrudinho, ele tava de bermuda jeans, cabelo de reflexo - falei e ele levantou da cama - o que ele fez? Foi ele que atirou no Índio?
Ele nem me respondeu, apenas pegou o celular e saiu, eu levantei da cama e fui atrás, comecei a descer as escadas e fui ouvindo ele.
- O ch... Eu to te dando o papo a respeito desse mlk um tempão... Chegou no bagulho já querendo pegar responsa, nem eu que sou de mó tempão tenho... Foi ele porra, eu passei por ele de mochila quando você me ligou... Ele deu a porra do papo e ralou, tu acha que ia ficar caralho? - dava pra ver na voz dele o quanto ele tava puto.
E pelo que eu to entendendo, esse cara pegou dinheiro e jogou nas costas do Índio, mas como?
Eu fiquei ali na escada prestando atenção na conversa, quando ele finalmente desligou, foi subir a escada e me viu ali sentada, ele subiu e pegou no meu braço.
- Vem, bora dormir que ja ta tarde - ele falou e eu levantei a cabeça olhando pra ele e balancei a mesma - ta chorando? O que houve preta? - falou sentando do meu lado.
- Fala o que esse cara fez pro meu pai, porque atiraram nele e quem foi.
- Luana eu não posso, é coisa de..
- Raul ele é meu pai, eu estava com ele minutos antes de acontecer, eu ia deixar a minha irmã com ele, ja pensou se eu fico mais tempo ali? Eu ia ta junto com ele, a Laura também. - ele sentou do meu lado.
- Esse cara tava de olho na boca, ele queria tomar o lugar do Índio ta ligado, tem uns dias que a boca começou a desfalcar, sempre desfalcando o dinheiro de alguns, mas do Índio sempre estava certo, não sei como esse filho da puta conseguiu virar a cabeça do responsável que fez o cara passar a desconfiar do Índio, lembra do dia que o Negão morreu, que os cana me pegou e o teu irmão foi baleado? - ele falou e eu assenti - ele tava junto com os muleque, deu a planta de nós e eu não duvido nada de que ele não levou um pouco do dinheiro que você deu pra eles me liberarem. - passou um frio pela minha espinha.
- Então ele pode fazer mal a qualquer um nós? A minha mãe, eu, meus irmãos até a minha filha? - perguntei apavorada e ele balançou a cabeça negando - como não Raul? O Índio ta entre a vida e a morte por conta do olho grande daquele maldito, que vida é essa que vocês levam, que a pessoa ao mesmo tempo que te abraca quer te esfaquear, isso não é vida pra ninguém, meu Deus.
- Você acha que é assim? Que ele vem faz merda com a família dos outros e fica por isso mesmo? Independente da situação Luana, família é intocável, tocou na nossa família vai ser cobrado pela facção, pode não, fica tranquila que nós já tava de olho nele um tempão, o que fudeu com ele foi porque ele apareceu quando o mano tava na boca sozinho e você estava ali com ele, no tempo que você veio foi a hora que os caras foram lá chamar o Índio pro desenrolo, culparam o mano porque entraram na casa e acharam uma quantia alta numa caixa guardada no quarto que só o Índio entrava, entendeu? - ele falou me encarando e eu assenti. - meu parcero ta salvo, você salvou ele.
- Não salvei, ele ainda pode morrer, ele ainda ta correndo risco de vida - falei voltando a chorar - como que eu vou contar isso pra minha mãe?
- Não, você não pode contar, esse assunto tem que ficar aqui, entre nós dois - eu balancei a cabeça negando e ele segurou meu rosto com as duas mãos - amor, ta tudo bem, confia em mim, vai dar tudo certo.
- Não tem como eu fingir que não sei o que aconteceu com ele, o porque dele ta ali, a trairagem que ele sofreu, cara, como vocês conseguem viver assim? Não dormir direito, está sempre com o pé atrás com as pessoas que estão ao redor?
- Tem traira em todo lugar Luana, né só na vida bandida não, tu não acha que se você trabalhar numa empresa não vai ter um com inveja querendo teu cargo? A vida é assim pô, aquela tua amiga lá - ele falou e eu olhei sem entender - a que fazia bagulho contigo, a que te levou no carro da primeira vez que nós ficou - eu balancei a cabeça assentindo - ela aqui ja era conhecidona, cansou de participar das festinhas da casa roxa.
- Você comeu a Melissa Raul? - perguntei e ele ficou quieto - responde - ja fui me alterando.
- Não, não comi porque eu não quis, ja tinha minha amante fixa na época - ele falou e eu fiquei olhando pra cara dele serinha - é sério, eu via ela nas festinhas mas não rendia ta ligado, eu ficava na minha, mas palmeava - ele falou e eu dei um tapão nele que começou a rir - anda bora dormir, daqui a pouco a Lô acorda querendo comer. - eu assenti e a gente levantou e fomos pro quarto.
Deitei do lado dele e ele me puxou pra mais perto, joguei minha perna em cima dele que me olhou rindo, ficamos nos escarando um tempo e eu aproximei meu rosto do dele e beijei ele.
- Eu amo você - falei afastando meu rosto e dei um sorrisinho.
Me aconcheguei do lado dele e apaguei.Ultimo de hoje ora fechar com chave e ouro.
Agora posso dar boa noite sossegada.
Boa noite
😘🧜🏾♀️
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𝑬𝒓𝒂 𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒆𝒛... 𝑷𝒂𝒏𝒅𝒐𝒓𝒂!
FanfictionMesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir. Livro Único Estréia: 30/06 Finalização: 07/08