Capítulo 49

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Raul Narrando

Pagodin rolando, eu felizão como, curtindo e comemorando que a Luana largou aquela porra lá até pedi pra ela ficar mas ela preferiu ir embora.

Não deu nem 20 minutos, uma correria do caralho, tu tiroteio doido, eu tava desarmado única opção foi correr também, corri pro lado que tinha cana intocado, tomei uma coronhada e apaguei.

Fiquei quase 24 horas na mão dos cana, morrendo de medo de ser morto, ficaram rodando comigo de carro me espancando de tudo quanto é jeito, ameaçaram me jogar dentro da favela dos terceiro e tudo, passei por todo esse sufoco calado, mas meu pensamento estava nos meus filhos e na Luana.

Quando eles finalmente decidiram o que fazer pegaram meu celular, me mandaram desbloquear e ligaram pra alguém e colocaram no viva voz, ouvi a voz da Mariane, um dos cana falou com ela lá, pediram 50 mil pra me liberarem e falaram que se não dessem a quantia iam me matar e antes de desligarem me deram umas porradas pra ela ver que não era brincadeira.

Papo retão mesmo, eu ja estava esperando a morte chegar, aonde que Mariane ia tirar dinheiro pra dar pra eles?
Faltava 10 minutos pra acabar o prazo que eles deram, eles me levaram pra uma rua sem saída aqui perto da favela, me tiraram do carro, me jogando no chão e dois deles começaram a me bater eu só consegui proteger meu rosto, era socos, chutes vindo de todo lado que eu não conseguia ver, só sei que ficaram nessa até eu desmaiar.

- Com cuidado porra, ele ta vivo graças ao Pai - ouvi e enquanto me carregavam, senti me colocaram num banco e gemi de dor - relaxa Pará, ta com nós.. - eu apaguei novamente.

Acordei sentindo uma dor filha da puta na minha costela, abri os olhos devagar e vi que tava deitada numa cama, calma ai aonde eu tô?

- OU, ai - gritei e logo em seguida gemi de dor, tentei levantar da cama mas as minhas costas doeram então eu deitei novamente, a porta foi abrindo e o Índio entrou.

- Eae Paraíba, deu um sustão do caralho em - falou se aproximando e sentou na beirada da cama - ta sentindo dor ainda?

- Hã parcero, achei que nem ia mais voltar - falei tentando sentar na cama - ta doendo tudo mano me moeram na porrada. Mas como ta geral, teu filho, o Negão? - perguntei e ele ficou quieto mas a feição dele mudou.

- Pô mano, Negão faleceu - ele falou tristão - Leonardo foi atingido na barriga, levaram ele pro hospital, Lohan foi pra lá ta ligado o que tudo indica é que ele ta fora de perigo, mas vai ficar agarrado - ele falou e eu balancei a cabeça.

- Caralho mano, bagulho doidão. E como conseguiram me achar? Conseguiram o dinheiro como? - perguntei curioso.

- Mandar real pra tu, Mariane chegou lá em casa pra falar ja era 19h30, fui dar o papo nela pra saber como ela soube, ela contou que eles ligaram do teu celular, depois daí foi uma corrida contra o tempo, faltava 10 minutos pras nove e nós ja tinha perdido a esperança, juntamo geral e só conseguimos 35mil, tava desenrolando vários bagulho de uma vez só ta ligado, era a morte do Negão, o bagulho dos menó que trouxeram os cana pra favela e o dinheiro pra te tirar da mão deles, até que a Luana apareceu lá no qg com o dinheiro, Luana veio com os 50 mil e deu pra nós te tirar da mão dos cana - ele falou eu ouvindo aquilo tudo atento.

- Que isso cara - falei babacão.

- Nem eu levei fé Pará, nós contou o bagulho e tinha 50 mil, tem noção disso? A garota pegou tudo que ela tinha e deu pra te tirar da morte.

- Eu quero ver ela Índio, ela ta aonde? - perguntei tentando levantar, senti uma dor do caralho mas fiquei de pé.

- Ela ta lá em casa cara, ta nem se aguentando ai aguarda, amanhã eu trago ela aqui - falou tentando me fazer sentar.

- Não cara, quero ver ela agora. Fiquei naquele sofrimento só com ela na mente, todo respeito, me leva nela..

Uma luta pra me tirar da base, me colocar na moto e me levar pra casa da Alê, me colocaram no sofá com maior cuidado e falaram que ela estava dormindo.

Eu só precisava do abraço dela, dos beijinhos que ela me dá, só não fui eu mesmo acordar ela porque to aqui fodido, vi quando a mãe dela começou a subir as escadas.

Não demorou pras duas descerem, assim que a minha pretinha me viu veio correndo, aquela carinha dela amassada, os olhos inchados de quem tinha chorado, eu precisava sentir o toque dela, mas como tava doendo pra caralho, tô todo dolorido.

𝑬𝒓𝒂 𝒖𝒎𝒂 𝒗𝒆𝒛... 𝑷𝒂𝒏𝒅𝒐𝒓𝒂!Onde histórias criam vida. Descubra agora