Capítulo 7

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Seu olhar é intenso, agora desprovido de humor, e músculos desconhecidos dentro da minha barriga de repente se contraem. Desvio a vista de seu olhar examinador e encaro cegamente meus dedos entrelaçados. O que está havendo? Tenho que ir agora. Inclino-me para frente, afim de pegar o gravador.

- Gostaria que eu a levasse, para conhecer a empresa? Pergunta ela.

-Tenho certeza que a senhora é ocupada demais, Sra. Mendonça e tenho uma longa viagem pela frente.

- Vai voltar dirigindo para Vancouver? Ela parece surpresa, até anciosa. Olho pela janela e começa a chover.

- Bem séria melhor dirigir com cuidado. Seu tom de voz é servero e aotoritario.

- Por que deveria se interessar?
Conseguiu tudo de que precisava?
Acrecenta.

- Sim, senhora. Respondo guardando o gravador na mochila. Seus olhos se estreitam, especulativamente.

- Obrigada pela entrevista, Sra. Mendonça.

- O prazer foi meu. Diz ela educada como sempre. Quando me levanto, ela fica de pé e estende a mão.

- Até a próxima, Srta. Carla. E a frase soa como um desafio, ou uma ameaça, não sei bem o que. Franzo a testa. Quando nós nus veríamos de novo?

Aperto a mão dela mais uma vez. Impressionada com o fato de aquela corrente estranha entre nós continuar presente. Devem ser meus hormônios.

- Sra. Mendonça. Faço um comprimento de cabeça pra ela. Encaminhando-se, com ágil atlética para a porta, ela há abre completamente.

- Só estou garantido que passe pela porta, Srta. Carla,
Ela me dá um sorrisinho. É óbvio que está se referindo a minha entrada nada elegante em sua sala. Fico corada.

- É muita consideração sua, Sra. Mendonça. Digo secamente, e seu sorriso almenta. Ainda bem que me acha engraçada. Faço uma cara feia por dentro, enquanto sigo para o saguão. Fico surpresa quando ela vem atrás de mim. Andréia e Olívia, olham igualmente surpresas.

- Você veio de casaco? Pergunta Mendonça.

- De jaqueta.

Olívia levanta-se de um Salto e pega minha jaqueta, que Mendonça toma de sua mão antes que ela possa entregar-la  mim. Ela a segura, e sentindo-me redicula e sem jeito, visto-a. Mendonça põe as mãos por um momento em meus ombros. Suprimo um grito  ao sentir o contato. Se ela notou minha reação, não deu bola. Seu comprido dedo indicador aperta o botão do elevador, e ficamos paradas esperando: eu constrangida, ela tranquila e dona de si. As portas se abrem, e eu entro correndo, desesperada  para fugir dali.
Eu, realmente preciso dar o fora daqui. Quando olho pra ela, está encostada no vão da porta aí lado do elevador com uma das mãos na parede. É realmente muito, muito bonita. É enervante.

- Maiara, diz ela se despedindo.

- Marília, respondo.

E felizmente, as portas se fecham....

Não esqueçam da minha estrelinha 🌟

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora