Eu Acredito Que a Dama Disse Não....

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Eu lavo minhas mãos e olho
meu rosto no espelho.
Eu estou levemente corada e ligeiramente sem foco. Hmmm....tequila.
Eu espero no bar, pelo que parece uma eternidade pela jarra de
cerveja e eventualmente retorno para a mesa.


— Você demorou. — Maraisa me repreende. — Onde você estava?
— Eu estava na fila do banheiro.
Japinha e Levi estavam tendo um debate acalorado sobre o time local de
baseball. Japinha parou o que estava falando para colocar cerveja para todos
nós e tomei um longo gole.


— Maraisa, acho melhor eu parar um pouco e ir lá fora tomar um pouco
de ar.
— Maiara, você é muito fraca para bebida.
— Eu volto em cinco minutos.
Eu abri caminho pela multidão novamente. Eu estou começando a
sentir náuseas, minha cabeça gira desconfortavelmente e eu mal consigo
ficar em pé. Mais instável do que de costume. Respirando o ar frio da noite
no estacionamento me faz perceber o quão bêbada eu estou.
Minha visão foi afetada e eu estou vendo tudo dobrado, como nas
reprises de Tom e Jerry. Eu acho que vou passar mal. Porque eu me deixei
ficar nesse estado?


— Maiara! — Japinha se junta a mim. — Você está bem?
— Eu acho que eu bebi demais. — sorrio fracamente para ela.
— Eu também. — ela murmura e seus olhos escuros me olham
intensamente.

— Você precisa de uma mão? — ela pergunta e se aproxima,
colocando seus braços ao meu redor.


— Japinha, eu estou bem, pode me soltar. — eu tento me afastar dela,
debilmente.
— Maiara, por favor... — ela sussurra, e agora eu estou entre seus
braços, sendo puxada mais para perto..
— Japinha, o que você está fazendo?


— Maiara, você sabe que eu gosto de você, por favor...
Ela coloca uma de suas mãos em minhas costas, me prendendo
contra ela e a outra está no meu rosto, indo para atrás da minha cabeça.
Puta merda...ela vai me beijar.
— Não, Japinha, pare! — Eu a empurro, mas ela tem mais força
e eu não consigo me livrar dela.

Sua mão escorreu para o meu cabelo e ela
segura minha cabeça em posição.
— Por favor Maiara, carinho — ela sussurra contra os meus lábios. Seu
hálito é suave e doce, margaritas e cerveja. Ela gentilmente espalha beijos
pelo meu queixo até minha boca. Eu estou apavorada, bêbada e
completamente fora de controle. O sentimento é sufocante.


— Japinha, não! — eu suplico. — Eu não quero isso! Você é minha amiga e
eu acho que vou vomitar.


— Eu acredito que a dama disse não.
Uma voz sombria soa suavemente. Puta merda! Marília Mendonça está
aqui. Como? Japinha me larga.


— Mendonça. — Ela responde laconicamente.


Eu olho ansiosa para Marília. Ela olha de forma ameaçadora para
Japinha. Ela está furiosa. Droga. Meu estômago se manifesta e eu me dobro,
meu corpo não consegue mais tolerar o álcool e eu vômito espetacularmente
no chão.


— Ugh! Dios mio Maiara! — Japinha pula para trás com nojo. Mendonça pega
meu cabelo e o levanta para evitar o vômito e gentilmente me leva em direção
ao canteiro de flores na borda do estacionamento. Eu noto, com uma grande
gratidão, que está relativamente escuro.
— Se você for vomitar novamente, faça isso aqui. Eu seguro você. —
Ela coloca um de seus braços em meus ombros, enquanto o outro segura
meu cabelo para ficar longe do meu rosto.

Eu tento desajeitadamente
empurrá-la, mas eu vomito novamente... e novamente...ai! merda!
Por quanto tempo isso irá durar? Mesmo quando meu estômago está
vazio e nada mais acontece, arrepios horríveis descem pelo meu corpo. Eu
juro silenciosamente que eu nunca mais vou beber de novo. Isto é muito
apavorante para por em palavras.

Finalmente, para.
Minhas mãos estão apoiadas nos tijolos do canteiro, mal me
sustentando. Vomitar profusamente é exaustivo. Mendonça tira uma de suas
mãos de mim e me passa um lenço. Apenas ela poderia ter um lenço de linha
com monograma, recentemente lavado. CTG. Eu não sabia que ainda se
podia comprar desses lenços. Vagamente eu me pergunto o que significa o T
enquanto eu limpo minha boca. Eu não consigo olhar para ela. Estou
afogada na minha vergonha, com nojo de mim mesma. Eu gostaria de ser
engolida pelas azaléias que estão no canteiro e estar em qualquer lugar,
menos aqui. Japinha ainda está pairando na porta do bar, olhando para nós.

Eu
gemo e ponho as mãos na cabeça. Este tem de ser o pior momento da minha
existência. Minha cabeça ainda está girando enquanto eu tento lembrar um
momento pior – e eu só consigo me lembrar da rejeição de Marília – e este
tem muito mais sombras escuras em termos de humilhação. Eu arrisco
olhar para ela.

Ela está olhando para mim, sua face composta, não me
deixando perceber nada. Eu me viro para olhar Japinha que parece estar bem
envergonhada e, como eu, intimidada por Mendonça. Eu a encaro. Eu tenho
poucas opções de palavras para o minha suposta amiga, nenhuma delas que
eu possa repetir na frente de Marília Mendonça, presidente executiva. “Maiara,
quem você está enganando? Eu simplesmente te vi vomitando pelo chão e nas
flores. Não há nada mais desagradável em termos de educação feminina.”


Eu vejo você lá dentro. — Japinha murmura, mas nós duas o ignoramos e
ela entra no prédio. Eu estou por minha conta com Mendonça. Dupla droga. O que
eu devo dizer a ela?
Desculpe-se pelo telefonema.
Eu sinto muito. — eu murmuro, olhando para o lenço, que eu
amasso furiosamente com meus dedos. Tão macio.


Pelo que você está se desculpando Maiara?


Oh Droga! Ela quer seu maldito pedaço de carne.
— Pelo telefonema, estando bêbada. Ah! A lista é interminável. — eu
murmuro, sentindo meu rosto ficar vermelho. “Por favor, eu posso morrer
agora?”


— Todos nós já passamos por isso, talvez não de forma tão dramática
como você. — ela disse secamente. — Isto é sobre conhecer seus limites,
Maiara. Eu quero dizer, eu sou a favor de romper os limites, mas talvez
isso seja muito brando. Você tem por hábito este tipo de comportamento?


Minha cabeça está zunindo como excesso de álcool e irritação. O que
diabos isto tem a ver com ela? Eu não a convidei para vir até aqui. Ela soa
como uma mulher de meia idade dando bronca em uma criança. Parte de
mim deseja dizer que se eu quiser ficarei bêbada todas as noites e esta é a
minha decisão e ela nada tem a ver com ela – mas eu não sou corajosa o
suficiente. Não agora que eu vomitei na frente dela. Por que ela está parada
ali?


— Não. — eu digo de forma contrita. — eu nunca fiquei bêbada antes
e agora eu desejo nunca mais ficar.
Eu não consigo entender por que ela está aqui. Eu começo a me
sentir fraca. Ela nota minha tontura e me segura antes que eu caia e me
levanta em seus braços, me segurando perto de seu peito como se eu fosse
uma criança.


— Vamos lá, eu te levo para casa. — ela murmura.


— Eu preciso avisar Maraisa. — “Minha nossa Senhora! Estou nos braços
dela de novo!”
— Meu irmão pode dizer a ela.
— O que?
— Meu irmão Elliot está falando com a senhorita Henrique.
— Anh? Eu não entendo.
— Ele estava comigo quando você telefonou.
— Em Seattle?
— Não, eu estou no Heathman.
Ainda? Por que?
— Como você me achou?
— Eu rastreie seu telefone Maiara.

Esse cap é pra vc @manuelapereiradeassi só pq me pediu com jeitinho 😉

Mereço uma estrelinha 🌟🥺

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora