Porque é Estranho?....

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Elliot se levanta e admira sua obra. Ele re-conectou a nossa TV ao
sistema de satélite no nosso apartamento da Pike Place Market. Maraisa e eu
caímos no sofá dando uma risada, impressionadas com seu talento com uma
furadeira. A tela plana parece estranha contra a convertida obra de alvenaria
do armazém, mas sem dúvida eu me acostumarei a isto.
— Veja querida, fácil. — Ele sorriu um sorriso largo de dentes
brancos, para Maraisa, e ela quase literalmente se dissolve no sofá.
Reviro meus olhos para o casal.
— Eu adoraria ficar, querida, mas minha irmã volta de Paris. É um
jantar compulsório de família esta noite.
— Você pode vir depois? — Maraisa pede timidamente, toda suave e nem
parecendo Maraisa.
Eu estou caminhando até a área da cozinha com a pretensão de
desempacotar uma das caixas. Eles estão ficando muito pegajosos.
— Vou ver se consigo escapar, — ele promete.
— Eu descerei com você. — Maraisa sorri.
— Adeus, Mai. — Elliot sorri.
— Adeus, Elliot. Diga oi para Marília por mim.
— Só oi? — Suas sobrancelhas levantam sugestivamente.
— Sim. — Eu ruborizo. Ele pisca para mim, e eu fico carmesim
enquanto ele segue Maraisa para fora do apartamento. Elliot é adorável, tão
diferente de Marília. Ele é caloroso, aberto, físico, muito físico, muito
físico, com Maraisa. Eles mal conseguem manter suas mãos longe um do outro,
para ser honesta, é embaraçoso e eu estou verde ervilha de inveja.
Maraisa retornou mais ou menos vinte minutos mais tarde com pizza,
nós nos sentamos cercadas por engradados, em nosso novo espaço aberto,
comendo diretamente da caixa. O pai de Maraisa nos fez sentir orgulhosas. O
apartamento não é grande, mas grande o suficiente, três quartos e um
espaço grande com vista para Pike Place Market. É todo sólido, com piso de
madeira e tijolos vermelhos, as bancadas da cozinha são de concreto liso,
muito utilitário, muito agora. Nós duas adoramos estar no coração da
cidade.
Às oito o interfone zumbe. Maraisa dá um salto e meu coração pula
dentro da minha boca.
— Entrega para Senhorita Carla, Senhorita Henrique. — A decepção
flui livremente e de forma inesperada por minhas veias. Não é Marília.
— Segundo andar, apartamento dois.
Maraisa sacode o entregador. Ele fica de boca aberta quando vê Maraisa,
vestida com jeans apertado, camiseta, cabelo preso com algumas mechas
escapando. Ela tem esse efeito sobre os homens. Ele segura uma garrafa de
champanhe com um balão preso, ele tem forma de helicóptero. Ela dá a ele
um sorriso deslumbrante para mandá-lo para seu caminho e continua a ler
em voz alta o cartão para mim.
Senhoras, boa sorte em sua nova casa, Marília Mendonça.
Maraisa agita sua cabeça com desaprovação.
— Por que ela só não pode escrever ‘de Marília'? E por que este
balão em forma de helicóptero?
— Charlie Tango.
— O que?
— Marília voou comigo para Seattle em seu helicóptero. — Eu
encolhi os ombros.
Maraisa olha para mim de boca aberta. Eu tenho que dizer que, amo
essas ocasiões – Maraisa Henrique, muda e pavimentada, eles são tão
raros. Eu dou um sumário do momento luxuoso para ela apreciar.
— Sim, ela tem um helicóptero, que ela própria pilotou, — afirmo com
orgulho.
— Claro que a bastarda é obscenamente rica e tem um helicóptero.
Por que você não me contou? — Maraisa olha acusadoramente para mim, mas
ela está sorrindo, balançando a cabeça em descrença.
— Eu estive de cabeça cheia ultimamente.
Ela franze a testa.
— Você vai ficar bem enquanto eu estiver fora?
— Claro. — Eu respondo tranquilizadora. Nova cidade, sem
emprego... namorada dando trabalho.
— Você deu a ela nosso endereço?
— Não, mas o assédio é uma de suas especialidades. — Eu medito,
na verdade disso.
A testa de Maraisa franze ainda mais.
— De alguma maneira eu não fico surpreendida. Ela me preocupa,
Mai. Pelo menos ela manda um bom champanhe e está gelado.
Claro, só Marília enviaria champanhe gelado ou mandaria o seu
secretário para fazer isto… ou talvez Taylor. Nós abrimos a champanhe, em
seguida achamos as nossas xícaras, elas foram os últimos artigos a ser
empacotados.
— Bollinger Grande Année Rosé 1999, uma vindima excelente. — Eu
sorrio para Maraisa, nós tocamos as xícaras.
Eu acordo cedo para um domingo de manhã cinza, depois de uma
noite de sono surpreendentemente refrescante e ficar acordada olhando para
as minhas caixas. Você realmente deve desempacotá-las, acusou meu
aborrecido subconsciente, apertando os lábios. Não… hoje é o dia. A minha
deusa está fora de si, pulando de pé para pé. A antecipação trava pesado e
solene sobre a minha cabeça como uma nuvem da tempestade tropical
escura. Borboletas inundam a minha barriga, bem como uma mais escura,
carnal, cativante dor que eu tento imaginar o que ela fará para mim… é
claro, eu tenho que assinar aquele maldito contrato ou não? Eu ouço o sinal
de correio eletrônico no computador no chão ao lado de minha cama.
De: Marília Mendonça
Assunto: Minha Vida em Números
Data: 29 de maio 2015 08:04
Para: Maiara Carla
Se você vier dirigindo, vai precisar deste código de acesso para a
garagem subterrânea na Escala: 146963
Estacione na vaga 5 – que é minha.
Codifique para o elevador: 1880
De: Maiara Carla
Assunto: Uma Vindima excelente
Data: 29 de maio 2015 08:08
Para: Marília Mendonça
Sim Senhora. Compreendido.
Obrigado pelo champanhe e o balão Charlie Tango, que está agora
amarrado na minha cama.
De: Marília Cinzenta
Assunto: Inveja
Data: 29 de maio 2015 08:11
Para: Maiara Carla
DE nada.
Não se atrase.
Charlie Tango é sortudo.
Reviro meus olhos com a sua prepotência, mas sua última linha me
faz sorrir. Eu dirigir-me ao banheiro, perguntando-me se Elliot conseguiu
voltar ontem à noite e me esforçando para conter os meus nervos.
Eu posso dirigir o Audi com sapatos de salto alto! Às 12:55 da tarde
precisamente, eu entro na garagem do Escala e estaciono na vaga cinco.
Quantas vagas ela possui? O Audi SUV está lá, o R8, e dois Audi SUVs
menores… hmm. Eu verifico meu rímel, raramente usado, na luz de vaidade
do espelho. Não tem um desses no Fusca.
Vá menina! Minha deusa interior tem os seus pom pons na mão, ela
está agindo como líder de torcida.
No espelho infinito do elevador, eu verifico meu vestido cor de
ameixa, bem, vestido ameixa de Maraisa.
A última vez que eu o vesti, ela queria tirá-lo de mim. Meu corpo
aperta com o pensamento.
Oh meu, o sentimento é apenas requintado, e eu tento recuperar o
fôlego. Eu estou vestindo a roupa íntima que Taylor comprou para mim. Eu
corei com o pensamento, ele vagando pelos corredores da Agent Provocateur
ou onde quer que tenha comprado isto, com seu cabelo de corte militar. As
portas se abrem, e eu estou de frente para o hall com o número do
apartamento.
Taylor espera nas portas duplas quando eu saio do elevador.
— Boa tarde, Senhorita Carla, — ele diz.
— Oh, por favor me chame de Mai.
— Mai, — ele sorri.
— O Sra. Mendonça está esperando por você.
Aposto que está.
Marília está sentado em seu sofá na sala de estar, lendo os jornais
de domingo. Ela olha para cima enquanto Taylor me dirige para a sala de
estar. A sala é exatamente como eu me lembro, já se passou uma semana
inteira desde que estive aqui, mas parece que foi a mais tempo. Marília
parece fria e calma, na verdade, ela parece divina. Ela está com uma camisa
branca de linho e calça jeans, sem sapato ou meias. Seu cabelo está
desgrenhado e despenteado, seus olhos cinza brilham maliciosamente para
mim. Ela é de cair o queixo de tão bonita. Ela levanta e caminha em minha
direção, com um sorriso divertido nos seus belos lábios esculpidos.
Eu estou parada na entrada da sala, paralisada por sua beleza e a
doce antecipação do que está por vir. A chama familiar entre nós está lá,
provocando devagar na minha barriga, me chamando para ela.
— Hmm… esse vestido, — ela murmura com aprovação, enquanto
olha para mim. — Bem-vinda de novo, Senhorita Carla, — ela sussurra,
apertando meu queixo, ela se inclina e me dá um beijo gentil nos meus
lábios. O toque de seus lábios nos meus reverbera em todo o meu corpo.
Minha respiração falha.
— Oi, — eu sussurro enquanto ruborizo.
— Você está na hora certa. Eu gosto que seja pontual. Venha. — Ela
toma minha mão e me leva para o sofá. — Eu queria te mostrar uma coisa,
— ela diz enquanto nós nos sentamos. Ela me entrega o Seattle Times. Na
página oito, há uma fotografia de nós dois juntos na cerimônia de formatura.
Caramba. Eu estou no jornal. Eu verifico a legenda.
Marília Mendonça e amiga na cerimônia de formatura no em WSU
Vancouver.
Eu rio.
— Então eu sou sua ‘amiga ' agora.
— É o que parece. E se está no jornal, então deve ser verdade. — Ela
sorriu.
Sentada ao meu lado, todo o seu corpo está voltado para mim, uma
de suas pernas dobrada debaixo da outra. Aproximando-se mais, ela dobra
meu cabelo atrás de minha orelha com seu longo dedo indicador. Meu corpo
ganha vida com o seu toque, esperando e necessitada.
— Então, Maiara, você tem uma ideia muito melhor agora do que
esta se metendo que a outra vez que vieste aqui.
— Sim. — Onde ela está querendo ir com isso?
— E ainda assim você voltou.
Concordo com a cabeça timidamente, seus olhos cinzentos brilham.
Ela balança a cabeça ligeiramente como se ela estivesse lutando com a ideia.
— Você já comeu? — Ela pergunta inesperadamente.
Merda.
— Não.
— Você está com fome? — Ela está realmente tentando não parecer
aborrecida.
— Não de comida, — eu sussurro, e suas narinas incendeiam um
pouco em reação.
Ela se inclina e sussurra em meu ouvido.
— Você está tão ansiosa como sempre, Senhorita Carla, e só para
contar-lhe um pequeno segredo, eu também. Mas o Dr. Greene é esperado
aqui em breve. — Ela senta-se. — Eu gostaria que você comesse, — ela
ligeiramente me ralha.
Meu sangue aquecido esfria. Caramba, o médico. Eu tinha esquecido.
— O que você pode-me dizer sobre Dr. Greene? — Eu peço para nos
distrair, a ambos.
— Ela é o melhor em Obstetrícia/Ginecologia em Seattle. O que mais
eu posso dizer? — Ela encolhe os ombros.
— Eu pensei que eu estaria vendo o seu médico, e não me diga que
você é realmente uma mulher, porque eu não acreditarei em você.
Ela me dá um olhar de ‘deixe de ser ridícula’.
— Eu penso que é mais apropriado que você consulte um
especialista. Não é? — Ela diz suavemente.
Eu concordo com a cabeça. se ela é a melhor
Obstetra/Ginecologista, ela está marcando ela para me ver num domingo, na hora do almoço! Eu não posso começar a imaginar quanto isso vai custar.
Marília, de repente, franze a testa, como se recordando algo desagradável.
— Maiara, minha mãe gostaria que você viesse para jantar hoje à
noite. Acredito que Elliot está pedindo a Maraisa também. Eu não sei como você
se sente sobre isso. Será estranho para mim apresentá-la para minha
família.
Estranho? Por quê?
— Você tem vergonha de mim? — Eu não posso manter a dor fora da
minha voz.
— Claro que não. — Ela revira seus olhos para mim.
— Por que é estranho?
— Porque eu nunca fiz isto antes.
— Por que você tem permissão para desviar a vista e eu não?
Ela pisca em mim.
— Eu não sabia que eu estava.
— Nem eu, normalmente, — eu respondo para ela.
Marília olha para mim, muda. Taylor aparece na porta.
— Dr. Greene está aqui, Senhora.
— Mostre a ela o quarto da Senhorita Carla.
Quarto da senhorita Carla!
— Pronta para um pouco de contracepção? — Ela pergunta enquanto
ela levanta e estende sua mão para mim.
— Você não virá comigo? — Eu suspiro, chocada.
Ela ri.
— Eu pagaria um bom dinheiro para assistir, acredite em mim,
Maiara, mas eu não penso que a boa doutora aprovaria.
Tomo a sua mão, e ela me puxa para os seus braços e beija-me
profundamente. Eu enganchei em seus braços, tomada pela surpresa. Sua
mão está em meu cabelo segurando minha cabeça, e ela me puxa contra ela,
sua testa contra a minha.
— Eu estou tão feliz por você estar aqui, — ela sussurra. — Eu não
posso esperar para deixá-la nua.

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora