Capítulo 9

416 43 8
                                    

Trabalho na Clayton's desde que entrei na WSU. A Clayton's é a maior loja de construção na área de Portland, e nós quatro anos em que trabalho aqui, passei a conhecer um pouco sobre a quase tudo que vendo. Embora por ironia, eu seja um zero a esquerda quando se trata de execução de trabalhos manuais. Deixo isso para meu pai.Meu coração está palpitando. O elevador chega ao primeiro andar, e saiu às pressas tão logo as portas se abrem. Tropeço de novo mas felizmente, sem me estatelar no imaculado piso de arenito. Corro para as largas portas de vidros e logo estou livre ao ar revigorante, limpo e úmido de Seattle. Erguendo o rosto recebo com prazer a chuva refrescante. Fecho os olhos e respiro fundo, purificando-me, tentando recuperar o equilíbrio que me resta. Mulher nenhuma jamais me afetou como Marília Mendonça, e não consigo entender porquê. Será sua aparência? Sua educação? Riqueza? Poder? Não entendo minha reação? Irracional. Dou um imenso suspiro de alívio. O que foi aquilo tudo, pelo amor de Deus? Encostada nos pilares de aço do prédio, tento valentimente me acalmar e organizar meus pensamentos, balanço a cabeça, o que foi isso? Meu coração se estabiliza no ritmo normal, e consigo respirar tranquilamente de novo.
Encaminho-me para o carro.

Deixando para trás os limites da Cidade, começo a me sentir tola e envergonhada ao repassar mentalmente a entrevista. Concerteza estou tentando uma reação exagerada há algo imaginário, tudo bem, então ela é muito atraente. Segura, autoritária, a vontade com sigo mesma. Mais por outro lado é arrogante e apesar de todos aqueles modos impecáveis, é autocrático e fria. Bem superficialmente. Uma arrepio involuntário desse pela minha espinha. Ela pode ser arrogante, mas tem o direito de ser. Já realizou muita coisa, numa idade muito precosse. Não tem paciência para lidar com idiotas, mais porque deveria? De novo, estou irritada pelo fato de Maraisa, não ter me fornecido uma biografia.

Enquanto vou em direção a Rodovia Interestadual 5, minha mente continua vagando. Estou verdadeiramente perplexa quanto ao que faz alguém ser tão direcionado ao sussesso. Alguma de suas respostas foram enigmáticas, como se ela tivesse intenções ocultas. E as perguntas de Maraisa......

Confiro o velocímetro, estou dirigindo com mais cautela do que estaria em qualquer outra ocasião. E sei que é por causa da lembrança de dois penetrantes olhos cinzentos me encarando e da voz austera, me dizendo para dirigir com cuidado. Balanço a cabeça, me dou conta de que Mendonça parece uma mulher com o dobro de sua idade. Esqueça isso!! Maiara eu me repreendo. Decido que no geral, foi  uma experiência interessante, mais que não devo ficar pensando nela. Não pense mais nisso. Não vou vê-la nunca mais. Imediatamente me ânimo com essa ideia, ligo o som e almento o volume, recosto no banco e ouço, Rock Indie retumbante enquanto piso no acelerador. Quando alcanço a Interestadual 5, percebo que posso dirigir na velocidade que eu quiser. Moramos num pequeno condomínio de apartamento duplex em Vancouver , perto do campus WSU. Tenho sorte os pais de Maraisa compraram o apartamento pra ela, e eu pago uma ninharia de aluguel. Já é meu lar há quatro anos. Quando estaciono na frente de casa, sei que Maraisa vai requerer um relato detalhado, e ela é tenaz. Bem, pelo menos ela tem o gravador. Espero não ter que elabora muito, além do que já foi dito na entrevista.

Maiara!!! Você voltou....
Maraisa estar sentada na nossa sala de estar, cercada de livros. É óbvio que andou estudando para as provas finais. Está usando o pijama de flanela rosa estampado de coelhinhos fofos que ela reserva para quando rompe com os namorados, para todos os tipos de doenças e para baixo-astral em geral. Ela se levanta no salto e me dá um abraço apertado.

Estava começando, a ficar preocupada. Esperava que você voltasse antes.

Ah, achei que fiz um bom tempo, considerando que eu fiz uma boa Intrevista. Aceno para ela com o gravador.

Maiara!! Muito obrigada fico lhe devendo essa. Como foi? Como ela é?...
Há não lá vem a inquisição de Maraisa Henrique, faço um esforço para responder a pergunta dela. O que posso dizer.

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora