"Hora Mágica"

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— O que estamos fazendo? — É uma surpresa. Eu disse a você.Eu não posso deixar de sorrir para ela.— Ok. — Eu escalo para fora da cama e procuro minhas roupas. É claro que elas estão bem dobradas na cadeira ao lado da minha cama. Um par de cuecas boxes Ralph Lauren é colocado para fora. Eu a coloco, e ela sorri para mim. Hmm, outra peça de roupa íntima de Marília Mendonça, um troféu para adicionar a minha coleção, junto com o carro, o BlackBerry, o Mac, o casaco preto e um conjunto de livros antigos de primeiras edições valiosas. Sacudo a cabeça, e franzo a testa quando uma cena de Tess passa pela minha cabeça: a cena dos morangos. Invoco meu sonho. Para o inferno com o Dr. Flynn, Freud teria um dia de campo, e, em seguida, ele provavelmente terminaria tentando lidar com as Cinquenta Tons.— Eu vou lhe dar algum espaço, agora que você se levantou. —Marília sai em direção à sala de estar e eu ando para o banheiro. Eu tenho necessidades para atender, e eu queria um banho rápido. Sete minutos depois, estou na sala de estar, limpa,escovada e vestida em jeans, meu corpete, e a roupa intima de Marília y. Olhei para Marília, a vendo sentada na mesa de jantar onde ela está. tomava café da manhã. Café da manhã! Caramba, nesse momento.— Coma, — diz ela.
Santo Moisés... meu sonho. Olho para ela de boca aberta, pensando
em sua língua no céu da boca. Hmm, sua língua experiente.— Maiara, — ela diz com firmeza, me puxando para fora de meu devaneio.É realmente muito cedo para mim. Como posso lidar com isso?— Vou tomar um chá. Posso pegar um croissant para depois? Ela me olha com desconfiança, e eu sorrio docemente.
— Não jogue água na minha festa, Maiara, — adverte ela suavemente.
— Eu vou comer mais tarde quando meu estômago estiver acordado.
Depois das 7:30 da manhã... Ok?
— Ok. — Ela olha para mim. Honestamente. Tenho que me concentrar muito em não fazer uma
careta para ela.— Eu quero desviar meu olhar de você. — Por todos os meios, faça, e você vai fazer o meu dia, — disse com firmeza.Olho para o teto.— Bem, uma surra me acordaria, eu suponho. — Pouso meus lábios
em uma contemplação silenciosa.
A boca de Marília cai aberta.— Por outro lado, eu não quero que você fique toda quente e desconfortável, o clima aqui é quente o suficiente. — Dou de ombros com indiferença.
Marília fecha a boca e se esforça muito para olhar indignada, mas
não consegue totalmente.Eu posso ver o humor escondido na parte de trás dos seus olhos.— Está, como sempre, me desafiando, Senhorita Carla. Beba seu chá.Eu observo o rótulo Twinings, e no interior, meu coração canta. Veja, ela se importa, com o meu paladar subconsciente.Eu sento e a enfrento,
bebendo sua beleza. Será que vou ter o suficiente dessa mulher?Quando sai da sala, Marília lança um moletom para mim.— Você vai precisar disso.
Eu olho para ela, intrigada.— Confie em mim. — Ela sorri, se inclina e me beija depressa nos lábios, em seguida, agarra minha mão e nos guia para fora.Lá fora, no frio relativo à meia-luz anterior ao amanhecer, nas mãos de um manobrista estavam às chaves de Marília para um veloz carro esporte com uma capota. Levanto uma sobrancelha para Marília, que sorri para mim.
— Você sabe, às vezes é ótimo ser eu, — ela diz com um sorriso cúmplice, mas presunçosa que eu simplesmente não sei imitar. Ela é tão adorável quando é brincalhona e despreocupada. Ela abre a porta do carro com uma reverência exagerada, e eu escalo. Ela está em um humor tão bom.— Aonde vamos? — Você vai ver. — Ela sorri enquanto escorrega o carro na unidade, e sai em Savannah Parkway. Ela programa o GPS e pressiona um botão no volante e uma peça clássica orquestral enche o carro.— O que é isso? — Eu pergunto, quando o doce, doce som de uma
centena de cordas de um violino chegam até nós. — É uma parte de La Traviata. Uma ópera de Verdi.
Oh, meu... é lindo.— La Traviata? Eu tenho lembrança disso. Só não posso me lembrar de onde. O que significa? Marília olha para mim e sorri.
— Bem, literalmente, a mulher caída. É baseada no livro de Alexandre Dumas, A Dama das Camélias.— Ah. Eu li isso.— Eu achei que você poderia ter lido. — A cortesã condenada. — Contorço-me desconfortavelmente no assento de couro. Ela está tentando me dizer alguma coisa? — Hmm, é uma história deprimente, murmuro.
— Muito deprimente? Você quer escolher alguma música? Está no
meu iPod. — Marília tem um sorriso secreto novamente.Eu não posso ver o seu iPod em lugar nenhum. Ela bate na tela do console entre nós, e eis que, há uma lista de reprodução.— Você escolhe. — Seus lábios se contorcem em um sorriso, e eu sei que é um desafio.O iPod de Marília Mendonça, deve ser interessante. Eu percorro a tela sensível ao toque, e encontro a música perfeita. Pressiono tocar. Eu não teria imaginado que ela era um fã de Britney. O clube mix, com batidas Techno, e Marília abaixa o volume. Talvez seja cedo demais para isso: Britney é a suma mais sensual.— Tóxic, hein? — Sorri Marília.— Eu não sei o que você quer dizer. — Finjo inocência.Ela abaixa um pouco mais a música, e por dentro eu estou me
abraçando. Minha deusa interior está de pé no pódio aguardando a sua
medalha de ouro. Ela abaixa um pouco mais a música. Vitória!
— Eu não coloquei essa música no meu iPod, — ela diz casualmente,
e aperta o pé e acelera pela rodovia me jogando de volta para o meu acento.O quê? Ela sabe o que está fazendo, Quem colocou? E tenho que escutar a Britney indo e indo. Quem... quem?A música termina e o iPod se embaralha e começa a tocar uma
música triste de Damien Rice. Quem? Quem? Olho para fora da janela, meu estômago revirando. Quem?— Foi Leila, — ela respondeu meus pensamentos não ditos. Como ela
faz isso?— Leila? — Uma ex que colocou a música no meu iPod.
Damien toca ao longe no fundo enquanto me sento atordoada. Uma
ex... ex-submissa? Uma ex... — Uma das quinze? — eu pergunto. — Sim.
— O que aconteceu com ela? — Nós terminamos.— Por quê? Oh caramba. É muito cedo para esse tipo de conversa. Mas ela parece relaxada, feliz mesmo, e até mais falante.
— Ela queria mais. — Sua voz é baixa, introspectiva mesmo, e ela deixa a frase pendurada entre nós, terminando com essa palavra pouco
poderosa novamente. — E você não queria? — Perguntou antes que eu posso empregar meu cérebro para por um filtro em minha boca. Merda, eu quero saber?Ela balança a cabeça.
— Eu nunca quis mais, até que conheci você.Eu suspiro, cambaleando. Oh meu Deus. Não é isso que eu quero? Ela quer mais. Ela quer, também! Minha deusa interior capotou fora do pódio e está fazendo cambalhotas ao redor do estádio.
Não é só comigo.— O que aconteceu com as outras catorze? — Pergunto.
Eita, tem que aproveitar que ela está falando.— Você quer uma lista? Divorciada, decapitada, morta?
— Você não é Henry VIII. — Ok. Em nenhuma ordem em particular, eu só tive relacionamentos de longo prazo com quatro mulheres, além de Elena. — Elena? — Sra. Robinson para você. — Ela dá aquele seu meio sorriso de uma piada secreta.Elena! Puta merda. A maligna tem um nome e que soa estrangeiro. A visão de uma gloriosa sedutora de pele clara com cabelos negros e lábios vermelhos rubi vem à mente, e eu sei que ela é linda. Eu não devo permanecer. Eu não devo permanecer.— O que aconteceu com as quatro? — Pergunto para me distrair.— Então está tão curiosa e ávida por informação, senhorita Carla, —ela repreende de brincadeira.— Oh, Sra. Quando É O Seu Período Fértil? — Maiara, uma mulher precisa saber dessas coisas. — Será que precisa? — Eu preciso. — Por quê?
— Porque eu não quero que você engravide. — Nem eu! Bem, ainda não por alguns anos. Marília pisca assustada, então visivelmente relaxa. Ok. Marília não quer ter filhos.
Agora ou nunca? Estou sofrendo com o ataque repentino de sinceridade sem precedentes. Talvez seja o inicio da manhã? Algo na água da Geórgia? No ar da Geórgia? O que mais eu quero saber? Carpe Diem(Aproveite o dia).— Então, as outras quatro, o que aconteceu? — Pergunto.— Com uma, conheceu outra pessoa. E as outras três queriam, mais. Eu não estava no mercado para mais. — E as outras? — Eu pressionei.Ela olha para mim brevemente e apenas balança a cabeça.— Só não deu certo. Uau, um balde de carga de informações para processar. Olho no espelho lateral do carro, e percebo o crescimento suave de rosa e verde azulado no céu para trás. O amanhecer está nos seguindo.
— Onde estamos indo? — Eu pergunto perplexa, olhando para o I-95.Estamos indo para o sul, isso é tudo que eu sei.— Um campo de pouso.— Não estamos indo de volta para Seattle não é mesmo? — Eu suspiro, alarmada. Eu não disse adeus para a minha mãe. Caramba, ela vai estar nos esperando para jantar.Ela ri.— Não, Maiara, vamos para o meu segundo passatempo favorito. — Segundo? — Franzo a testa para ela.— Sim. Eu te disse o meu favorito está manhã.
Olho para o seu perfil glorioso, franzindo a testa, quebrando a cabeça.— Satisfazer você, Senhorita Carla é que tem que estar no topo da
minha lista. Qualquer maneira que eu poder te pegar.Oh,— Bem, isso é bastante alto na minha lista de desvios, e prioridades excêntricas também. — Murmuro corando. — Tenho o prazer de ouvir, — ela resmunga secamente.— Então, aeroporto?Ela sorri para mim.
— Voando. Sinos vagos começaram a soar. Ela tinha mencionado antes.
— Nós vamos perseguir o amanhecer, Maiara. — Ela se vira e sorri para mim quando o GPS o incita a virar à direita no que parece ser um complexo industrial. Ela vira para o lado, onde um tem grande edifício
branco onde se lê: Brunswick Soaring Association.Planando! Vamos planar?Ela desliga o motor.— Você quer isso? — Pergunta ela.— Você vai voar? — Sim.— Sim, por favor! — Não hesitei. Ela sorri, se inclina para frente e me beija.— Primeira outra novidade, Senhorita Carla, — ela diz, enquanto sai do carro.Primeira vez? Que tipo de primeira vez? Primeira vez pilotando um planador... merda! Não, ela disse que fez isso antes. Eu relaxo. Ela caminha em volta do carro e abre minha porta. O céu se transformou em um opala sutil, brilhando e brilhando suavemente atrás das nuvens. O amanhecer está sobre nós.
Pegando minha mão, Marília me leva ao redor do prédio para uma grande extensão de pista onde vários aviões estão estacionados. Esperando ao lado deles, um homem com a cabeça raspada e um olhar selvagem em
seus olhos está acompanhado por Taylor. Taylor! Marília não vai a um lugar sem aquele homem? Eu olho
para ele, e ele sorri gentilmente para mim.— Sra. Mendonça, este é seu piloto reboque, o Sr. Mark Benson, — diz Taylor. Marília e Benson apertam as mãos e iniciam uma conversa, que soa muita técnica sobre a velocidade do vento, as direções, e assim por
diante.— Olá, Taylor, — murmuro timidamente.— Senhorita Carla. — Ele acena uma saudação para mim, e eu franzo a testa. — Mai, — ele se corrige.— Ela tem sido um inferno na terra nos últimos dias. Ainda bem que estamos aqui, — ela diz conspirando.
Oh, esta é uma notícia. Por quê? Certamente não por minha causa!
Revelações de quinta-feira! Deve ser algo na água Savannah que faz  soltar umas poucas coisas.— Maiara, — Marília me convoca. — Venha. — Ela estende a mão.— Vejo você depois. — Eu sorrio para Taylor, e dando-me uma saudação rápida, ele volta para o estacionamento.— Sr. Benson, esta é a minha namorada Maiara Carla. — Prazer em conhecê-lo, — murmuro enquanto apertamos as mãos.Benson me dá um sorriso deslumbrante.
— Igualmente, — ele diz, e eu posso dizer que pelo seu sotaque ele é
britânico.Quando pego a mão de Marília, há uma excitação crescente em minha barriga. Uau... planar! Seguimos Mark Benson por todo o caminho em direção a pista. Ele e Marília mantém uma conversa em execução. Eu pego a essência. Nós estaremos em um Blanik L-23, que aparentemente é melhor do que um L-13, embora esteja aberto ao debate. Benson vai pilotar um Piper Pawnee. Ele está voando a cerca de cinco anos. Tudo não significa nada para mim, mas olhando para Marília, tão animada, é um prazer vê-lo.
O avião em si é longo, elegante e branco com listras laranja. Ele tem
uma cabine pequena com dois assentos um em frente ao outro. É preso por um longo cabo branco de um pequeno avião com uma única hélice convencional. Benson abre a grande cúpula de acrílico claro que emoldura a cabine, o que nos permite entrar. — Primeiro precisamos colocar o cinto do seu paraquedas.
Paraquedas!— Eu vou fazer isso, — interrompe Marília e toma o cinto de Benson, que sorri docilmente para ela.— Eu vou buscar algum contrapeso, — diz Benson e vai em direção ao avião.— Você gosta de me prender nas coisas. — Observo secamente.— Senhorita Carla, você não tem ideia. Aqui, entre nessas tiras. Eu faço como me disse, coloco o meu braço em seu ombro. Marília enrijece um pouco, mas não se move. Uma vez que meus pés estão nas alças, ela puxa o paraquedas para cima, e eu coloco meus braços nas alças. Habilmente, ela prende o cinto e aperta todas as correias.— Pronto, esta prontas — ela diz levemente, mas seus olhos estão
brilhando. — Você tem seu laço de cabelo de ontem? Concordo com a cabeça.— Você quer que eu coloque em meu cabelo? — Sim.Eu rapidamente faço o que ela pede.
— Pode se sentar, — Marília comanda. Ela é ainda tão mandona. Subo na parte traseira.— Não, na frente. O piloto fica na parte de trás. — Mas você não será capaz de ver. — Verei o suficiente. — Ela sorri.Eu não acho que já a vi tão feliz, mandona, mas feliz. Subo e me estabeleço no assento de couro. É surpreendentemente confortável. Marília se inclina, puxa o sinto sobre os meus ombros, pega o cinto menor entre as minhas pernas e as faixas horárias, e apoia todos no fecho que tem em minha barriga. Ela aperta as cintas de contenção.— Hmm, duas vezes em uma manhã, eu sou uma mulher de sorte, —ela sussurra e me beija rapidamente.
— Isso não vai demorar muito, vinte, trinta minutos no máximo. As massas de ar não são muito boas neste horário da manhã, mas é tão deslumbrante lá em cima a esta hora. Eu espero que você não esteja
nervosa. — Animada. — Eu o olhei.
Da onde é que esse sorriso ridículo vem? Na verdade, parte de mim
está apavorada. Minha deusa interior, ela está debaixo de um cobertor atrás do sofá.— Bom. — Ela sorri de volta, acariciando meu rosto, em seguida,
desaparece de vista.Eu ouço seus movimentos enquanto ela sobe atrás de mim. Claro que ela me amarrou com tanta força que não posso me mover ao redor para vê-la... típico! Estamos muito baixo sobre o chão. Diante de mim, um painel de mostradores e alavancas e uma coisa grande como um porrete. Deixo-a
quieta.Mark Benson aparece com um sorriso alegre quando ela verifica as
minhas tiras se inclina, e verifica o chão da cabine. Eu acho que é o contrapeso. — Sim, isso é seguro. Primeira vez? — Ela me pergunta.
— Sim.— Você vai adorar.— Obrigada, Sr. Benson. — Chamem-me de Mark. — Ele se vira para Marília. — Tudo bem? — Sim. Vamos. Estou tão feliz por não ter comido nada. Estou além de animada, e eu não acho que meu estômago apreciaria o alimento, a emoção, e sair do chão. Mais uma vez, estou me colocando nas mãos hábeis desta mulher linda. Mark fecha a tampa da cabine, passeia ao longo do caminho em frente, e sobe dentro.
A única hélice do Piper começa a rodar, e o nervosismo do meu
estômago sobe para a minha garganta. Caramba... Eu estou realmente fazendo isso. Mark nos puxa lentamente pela pista, e quando o cabo leva a pressão, de repente sacudimos para frente. Estamos fora. Ouço conversas sobre o aparelho de rádio atrás de mim. Eu acho que é conversa de Mark com a torre - mas eu não posso dizer o que ele está falando.O Piper pega velocidade, assim como nós. É muito irregular, e na frente de nós, o avião de uma única hélice ainda está no chão. Caramba, será que vamos levantar? E de repente, o nervosismo do meu estômago desaparece da minha garganta e gratuitamente sai através do meu corpo para o chão, estamos no ar.— Aqui vamos nós, querida! — Marília grita atrás de mim. E nós
estamos em nossa própria bolha, só nós dois. Tudo o que ouço é o som do vento rasgando e passando e o som distante que vem do zumbido do motor do Piper.Estou segurando a borda do meu assento com as duas mãos, com tanta força que meus dedos estão brancos.Nós seguimos para o oeste, para o interior, longe do sol nascente, ganhando altura, atravessando campos e florestas e casas e I-95. Oh meu Deus. Isto é surpreendente, acima de nós apenas o céu. A luz é extraordinária, difusa e quente no tom, e me lembro de Japinha falar sobre a "hora mágica", um horário do dia em que os fotógrafos adoram, é isso... logo
após o amanhecer, e eu estou nela, com Marília.De repente, lembro-me da exposição de Japinha. Hmm. Eu preciso dizer para Marília. Pergunto-me brevemente como ela vai reagir. Mas eu não vou me preocupar com isso, não agora, eu estou apreciando o passeio. Meus
ouvidos estalam com o ganho de altura, e a terra desliza mais e mais longe. É tão pacífica.Estou entendendo totalmente porque ela gosta de estar aqui. Fora de seu BlackBerry e todas as pressões de seu trabalho. O rádio crepita a vida, e Mark menciona 3.000 pés. Caramba, isso parece alto. Eu verifico no chão, e não posso mais distinguir claramente nada lá em baixo. — Relaxe, — Marília diz no rádio, e de repente o Piper desaparece, e a sensação de ser puxada fornecida pelo pequeno avião nos deixa. Estamos flutuando, flutuando sobre a Geórgia.Puta merda, é excitante. O avião se transforma, e as asas mergulham,
e nós vamos em espiral em direção ao sol. Ícaro. É isso. Eu estou voando
perto do sol, mas ela está comigo, me levando. Eu engasgo com a realização. Nós rodamos e rodamos, e na minha opinião, nesta luz da manhã é espetacular.— Segure-se firme! — Grita, e mergulhamos de novo, só que desta vez ela não para. De repente, eu estou de cabeça para baixo, olhando para o chão através do topo de vidro da cabine.Eu grito alto, meus braços automaticamente avançam, minhas mãos ficam espalmadas sobre o vidro para me impedir de cair. Eu posso ouvi-la rindo. Bastarda! Mas sua alegria é contagiante, e eu estou rindo muito enquanto ela endireita o avião.— Estou contente por não ter tomado café da manhã! — Eu grito para ela.
— Sim, em retrospecto, é bom você não ter feito, porque eu vou fazer
isso de novo. Mergulha o avião mais uma vez, até que estamos de cabeça para baixo. Desta vez, estou preparada, e fico com a mão no cinto, mas isso me faz rir e sorrio como uma tola. Ela nivela o avião, mais uma vez.— Lindo, não é? — Ela fala.— Sim.
Voamos, mergulhando majestosamente no ar, ouvindo o vento e o silêncio, na luz da manhã. Quem poderia pedir mais?— Vê o leme na sua frente? — Ela grita novamente.Eu olho para o pau que está se movendo ligeiramente entre as minhas pernas. Oh não, onde ela está indo com isso?— Agarre.Oh merda. Ela vai me fazer pilotar o avião. Não!
— Vá em frente, Maiara. Agarre-o, — ela insiste com mais veemência.
Timidamente, eu o agarro e sinto a altura e a guinada do que eu suponho que sejam os lemes e as pás ou o que mantém essa coisa no ar.— Segure firme... mantenha-o estável. Vê o botão do meio em frente? Mantenha a agulha no centro. — Meu coração está na boca. Puta merda. Estou voando num planador... Eu estou subindo.

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora