Puta Merda.....

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Puta merda! São as primeiras edições! Eles devem ter custado uma
fortuna e eu sei, quase que mediatamente, quem os mandou.


Marisa esta
recostada nos meus ombros olhando os livros. Ela pega o cartão.
— Primeira edição. — eu sussurro.
— Não! — os olhos de Maraisa estão abertos com descrença. — Mendonça?
Eu confirmo.
— Não consigo pensar em mais ninguém.
— O que significa o que está escrito no cartão?


— Eu não faço nenhuma ideia. Eu acho que é um aviso.
Honestamente ela vive me alertando. Eu não faço ideia do por que. Não é
como se eu estivesse tentando derrubar a porta dela. — eu franzo a testa.


— Eu sei que você não quer falar sobre ela, Maiara, mas ela está
seriamente interessada em você. Com ou sem avisos.


Eu não deixei de pensar em Marília Mendonça na última semana. Está
bem ... Então seus olhos cinzentos continuam assombrando meus sonhos e
eu sei que vai levar uma eternidade para expurgar a sensação de estar em
seus braços e esquecer seu cheiro. Por que ela me mandou isso?
Ele me disse que eu não era para ela.


— Eu achei um Tess primeira edição para vender em Nova York por
$14.000,00. Mas o seu está em melhores condições. Deve ter sido mais caro.
— Maraisa estava consultando seu bom amigo Google.
— Esta citação, Tess fala para sua mãe depois que Alex D´Urberville a
seduz.


— Eu sei.
Maraisa fica inspirada. — O que ela está tentando te dizer?


— Eu não sei e eu não me importo. Eu não posso aceitar isso dela.
Eu vou mandá-los de volta com alguma citação desconcertante de alguma
parte obscura do livro.
— A parte em que Angel Clare diz Foda-se? — Maraisa pergunta com a
cara mais sonsa do mundo.


— Sim, esta parte. — eu rio. Eu amo Maraisa , ela é leal e sempre me
apoia. Eu embrulho os livros e os deixo na mesa de jantar. Maraisa
me dá uma taça de champagne.
— Ao final dos exames e a uma nova vida em Seattle. — Ela sorri.
— Ao fim dos exames, nossa nova vida em Seattle e aos excelentes
resultados que teremos! — Nós brindamos e bebemos.


O bar estava barulhento e agitado, cheio de futuros formandos
prontos para ficarem imprestáveis. Japinha se juntou a nós. Ela só se formará
daqui a um ano, mas ela está no clima de comemorar e nos ajuda a entrar
no espírito de nossa nova liberdade pagando margaritas para todos nós.


Enquanto eu bebo a minha quinta, percebo que talvez não seja uma boa
ideia misturá-la com champagne.
— E agora Maiara? — Japinha grita para que eu posso ouvi-la com todo o
barulho.


— Eu e Maraisa estamos nos mudando para Seattle. Os pais dela
compraram um apartamento em um condomínio fechado para ela.
— Dios Mio! Como a outra parte vive! Mas você vai vir para minha
exposição?
— Claro que sim, Japinha, eu não perderia por nada do mundo! — Eu
sorrio e ela coloca seu braço em meus ombros e me puxa para perto.
— Vai significar muito para mim Maiara se você estiver lá. — Ela
sussurra em minha orelha. — Mais uma margarita?
— Japinha, você está tentando me deixar bêbada? Porque
eu acho que está funcionando. — eu rio — Eu acho melhor beber uma
cerveja. Eu vou pegar uma jarra para nós.


— Mais bebida Maiara! — Maraisa grita.
Maraisa tem a constituição de um touro. Ela está com seu braço jogado
em Levi, um dos quatro estudantes ingleses que estudaram conosco e seu
fotógrafo costumeiro do jornal dos estudantes. Ele desistiu de tirar fotos da
bebedeira ao seu redor. Ele tem olhos apenas para Maraisa. Ela está com uma
camiseta de seda, tipo babydoll, jeans justos e saltos altos, cabelos para
cima, com alguns fios descendo por seu rosto, como gavinhas, deslumbrante
como sempre. Eu, por outro lado, sou mais uma garota de usar all-star,
jeans e camiseta, mas eu estou usando a minha melhor calça jeans. Eu saio
do abraço de Japinha e vou para a mesa. Opa. Sinto minha cabeça rodar. Eu
tenho de segurar nas costas da cadeira. Coquetéis a base de tequila não são
uma boa ideia.


Eu vou para o bar e decido que é melhor ir ao banheiro já que ainda
estou de pé. “Bem pensado, Maiara”. Eu cambaleio para fora da multidão.
Claro, há uma fila, mas ao menos está quieto e fresco no corredor. Eu pego
meu celular para aliviar a espera tediosa da fila. Humm para quem eu liguei
por último? Será eu foi para Japinha? Antes disso há um número que eu não
reconheço. Ah sim. Mendonça, eu acho que este é o número dela. Eu rio. Eu não
faço ideia de que horas são, talvez eu a acorde. Talvez ela possa me dizer por
que me mandou os livros e aquela mensagem misteriosa. Se ela deseja que
eu me mantenha afastada, ela deveria me deixar em paz. Eu contenho um
soluço bêbado e aperto o botão para chamar o número dela de novo.
Ela atende no segundo toque.
— Maiara? — ela parece surpresa de receber minha ligação. Bem,
francamente, eu estou surpresa por ter ligado para ela também. Então meu
cérebro atrapalhado registra...Como ela sabe que sou eu?


— Por que você me mandou aqueles livros? – eu cuspo as palavras
para ela.
—Maiara, você está bem? Você soa estranha. — sua voz está cheia
de preocupação.


— Não sou a estranha, é você. — eu a acuso. Pronto. Eu disse a ela
com uma coragem nascida do álcool.
— Maiara, você andou bebendo?
— O que isso te interessa?
— Estou curiosa. Onde você está?
— Em um bar.
— Que bar?
— Um bar em Portland.
— Como você vai para casa?
— Eu dou um jeito. — Esta conversa não está sendo como eu pensei.
— Em que bar você está?
— Por que você mandou os livros, Marília?


— Maiara, onde você está? Diga-me agora! — seu tom é ditatorial,
como sempre uma maníaca por controle. Eu o imagino como uma antiga
diretora de cinema, usando calças de equitação, segurando um antigo
megafone em uma mão e um chicote na outra. A imagem me faz rir alto.


— Você é tão dominante. — eu rio.
— Maiara, me ajude, onde, cacete, você está?
Marília Mendonça está amaldiçoando comigo. Eu rio de novo.
— Eu estou em Portland...Bem longe de Seattle.
— Onde em Portland?
— Boa noite Mendonça.


— Maiara!


Eu desligo. Ha! E ela não me respondeu sobre os livros. Eu franzo a
testa. Não cumpri minha missão. Eu realmente estou bêbada. – Minha
cabeça está girando terrivelmente enquanto eu avanço na fila. Bem, o
objetivo de hoje era ficar bêbada. Eu consegui. Então assim que é –
provavelmente não é uma experiência que irei repetir. A fila anda e agora é a
minha vez. Eu olho sem ver o pôster atrás da porta do banheiro que enaltece
as virtudes do sexo seguro. Puta merda, eu acabei de ligar para Marilia
Mendonça? Merda.

Meu telefone toca e eu pulo. Eu grito com a surpresa.
— Oi. — eu murmuro timidamente. Eu não reconheci quem era.
— Eu estou indo te buscar. — ela diz e desliga. Apenas Marília
Mendonça poderia soar calma e ameaçadora ao mesmo tempo.
Puta merda! Eu puxo meu jeans para cima. Meu coração dispara.


Vindo me buscar? Ah não! Eu não vou vomitar….não…estou bem. Ela está
apenas mexendo com a minha cabeça. Eu não disse a ela onde eu estava.
Ela não pode me achar aqui. Além disso, ela está a horas de Seattle e eu terei ido embora a muito tempo, quando ela chegar.....

Um cap quentinho saindo pra @donas_de_mim só pq vc nunca me pediu nada☺️

🌟👀

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora