Eu Gostaria De Morder Esse Lábio...

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— Bem, na próxima vez que ela passar da conta, alguém deveria lhe
ensinar algumas maneiras.


— É muito partidário da disciplina. — digo-lhe entre dentes.
— OH, Maiara, não sabe o quanto. Fecha um pouco os olhos e ri
perversamente.
Deixa-me desarmada. De repente, estou confusa e zangada, e ao
mesmo tempo estou contemplando seu precioso sorriso.

Uau... Estou
encantada, porque eu não estou acostumada ao seu sorriso. Quase esqueço
o que está me dizendo.


— Vou tomar banho. Se você não preferir tomar banho primeiro...
Ela inclina a cabeça, ainda sorrindo. Meu coração bate acelerado e o
cérebro se nega a fazer as conexões oportunas para que eu respire. Seu
sorriso se faz mais amplo. Aproxima-se de mim, inclina-se e me passa o
polegar pelo rosto e pelo lábio inferior.


— Respire, Maiara, — sussurra-me. E logo se levanta e se afasta.


—Em quinze minutos trarão o café da manhã. Deve estar morta de fome. Ela
entra no banheiro e fecha a porta.
Solto o ar que estava segurando. Por que é tão alucinantemente
atraente? Agora mesmo, me meteria na ducha com ela. Nunca havia sentido
algo assim por alguém. Ela ativou meus hormônios. Arde-me a pele por onde
ela passou seu dedo. Uma incômoda e dolorosa sensação me faz retorcer.


Não entendo esta reação. Mmm... Desejo. É desejo. Assim se sente alguém
quando se deseja.
Deixo-me cair sobre os travesseiros suaves de plumas. Se fosse
minha... Ai, o que estaria disposta a fazer para ser dela? É a única mulher
que conseguiu acelerar o sangue em minhas veias. Mas também me põe os
nervos em pé. É difícil, complexo e pouco claro. De repente, me rechaça,
mais tarde, me manda livros que valem quatorze mil dólares, depois me
segue no bar como se fosse um perseguidor. E no fim de tudo, passei a noite
na suíte de seu hotel e me sinto segura. Protegida.


Preocupo lhe o suficiente para que venha me resgatar, de algo que
equivocadamente acreditou que fosse perigoso. E ainda é uma cavaleira. É uma
cavaleira branco, com armadura brilhante, resplandecente. Uma heróina
romântica. Sir Gawain ou sir Lancelot.

Saio de sua cama e procuro
freneticamente meu jeans. Abro a porta do banheiro e aparece ela, molhada
e resplandecente por causa da ducha, com uma
toalha , e ali estou eu... De calcinhas, olhando-a
boquiaberta e me sentindo muito incômoda.
Surpreende-lhe que eu esteja em pé.



— Se está procurando seu jeans, mandei-o à lavanderia. — Ela me
fala com um olhar impenetrável. — Estava salpicado de vômito.
— Ah. — Fico vermelha. Por que diabos, tenho sempre que sentir-me
tão deslocada?


— Mandei Taylor comprar outro e umas sapatilhas esportes. Estão
nessa bolsa.
Roupa nova. Isso era realmente inesperado.


—Bom... Vou tomar banho, — eu murmuro. —Obrigada. — Que
outra coisa posso dizer? Pego a bolsa e entro correndo no banheiro para me
afastar da perturbadora proximidade de Marília só de toalha
O banheiro está branco de vapor.



Tiro minha langery e entro rapidamente na ducha, impaciente por sentir o jorro de água quente
sobre meu corpo.
Levanto a cara para a desejada corrente. Desejo Marília Mendonça.
Desejo-a desesperadamente. É sincero. Pela primeira vez em minha vida
quero ir para cama com uma mulher. Quero sentir suas mãos e sua boca em
meu corpo. Ela me disse que gosta que suas mulheres estejam conscientes.
Então certamente ela se deita com mulheres. Mas não tentou me beijar,
como Japinha.


Não o entendo. Deseja-me? Não quis me beijar na semana
passada. Pareço-lhe repulsiva? Mas estou aqui, ela me trouxe. Não entendo
seu jogo. O que pensa? Dormi em sua cama a noite toda, parece-me meio
doido. Tire suas conclusões, Maiara. Meu subconsciente aparece com sua feia e
insidiosa cara. Não dou a mínima importância. A água quente me relaxa.
Mmm... Poderia ficar debaixo do jato, neste banheiro, para sempre. Pego o
gel, que cheira a Marília. É um aroma delicioso. Esfrego todo o meu corpo,
imaginando que é ela quem o faz, que ela esfrega este gel pelo meu corpo,
pelos seios, pela barriga e entre as coxas, com suas mãos, com seus dedos
longos. Minha nossa. Meu coração dispara. E é uma sensação muito... muito
prazerosa.

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora