Você Quer Me Fazer Chorar....

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— Se sente, deixe de conversa. Vamos beber algum vinho. Oh, você
tomou champanhe. — Ela espiou a garrafa. — De boa marca também.
Eu sorrio ineficaz, olhando apreensivamente para o sofá. Eu abordo
isto com precaução.
Hmm… sentando.
— Você está bem?
— Eu caí sobre meu traseiro.
Ela não pode questionar minha explicação, porque eu sou uma das
mais descoordenadas pessoas no Estado de Washington. Eu nunca pensei
que eu veria isso como uma bênção. Eu cuidadosamente sento-me,
agradavelmente surpreendida por eu estar bem, volto a minha atenção para
Maraisa, mas minha mente é puxada de volta para Heathman. –Bem, se fosse
minha, depois do que fez ontem, não se sentaria durante uma semana. — Ela
disse isto então. Mas naquele momento eu não pensava em mais nada, a não
ser, ser dela. Todos os sinais de advertência estavam lá, eu só fui muito
ignorante e demasiada apaixonada para notar.
Maraisa volta da sala de estar com uma garrafa de vinho tinto e lavou as
xícaras.
— E lá vamos nós. — Ela me dá uma xícara de vinho. O sabor não é
tão bom quanto o Bolly.
— Mai, se ela for uma idiota com assuntos de compromisso, dispense-a
Embora eu realmente não entenda seus problemas de compromisso. Ela
não conseguia tirar os olhos de você na marquise, olhava para você como um
falcão. Eu diria que ela está completamente apaixonada, mas talvez ela tenha
um modo engraçado de mostrar a isto.
Completamente apaixonada? Marília? Que forma curiosa de
demonstra-la? Eu diria.
— Isa, isso é complicado. Como foi sua noite? — Eu pergunto.
Eu não posso conversar sobre isto com Maraisa sem ser esclarecedora
demais, mas uma pergunta sobre o seu dia e Maraisa esquece isto. É tão
reconfortante se sentar e escutar sua conversa normal. A notícia quente é
que Ethan pode vir morar conosco após as suas férias. Isso será divertido,
Ethan é uma piada. Eu franzo a testa. Eu não acho que Marília aprovará.
Bem… difícil. Ela só terá que absorver isto. Eu tomo umas xícaras de vinho
e decido ligá-la agora a noite. Foi um dia muito longo. Maraisa me abraça e
então pega o telefone para ligar para Elliot.
Eu verifico o computador depois de escovar meus dentes. Tem um e-
mail de Marília.
De: Marília Mendonça
Assunto: Você
Data: 26 de maio 2015 23:14244
Para: Maiara Carla
Querida Senhorita Carla
Você é simplesmente excelente. A mulher mais bela, inteligente,
espirituosa e corajosa que eu já conheci. Tome um pouco de Advil26, isto não
é um pedido. E não dirija seu Fusca novamente. Eu saberei.
Oh, eu não posso dirigir meu carro novamente! Então, eu digito
minha resposta.
De: Maiara Carla
Assunto: Lisonja
Data: 26 de maio 2015 23:20
Para: Marília Mendonça
Querida Sra. Mendonça
Galanteios não levará você a lugar nenhuma, mas desde que você
tem estado em todos os lugares, o ponto é discutível.
Eu precisarei dirigir meu Fusca para uma garagem para que eu
possa vendê-lo, por isso não vou aceitar graciosamente qualquer um dos
seus disparates sobre isso. O vinho tinto é sempre mais preferível que Advil.
PS: A surra é um limite DURO para mim.
Eu teclo e envio.
De: Marília Mendonça
Assunto: As mulheres frustrantes que não podem receber elogios
Data: 26 de maio 2015 23:26
Para: Maiara Carla
Querida Srta. Carla
Eu não estou lisonjeando você. Você devia ir para a cama.
Eu aceito sua adição para os limites duros.
Não beba demais.
Taylor dará fim a seu carro e conseguirá um bom preço por ele
também.
De: Maiara Carla
Assunto: Taylor – ele é o homem certo para o trabalho?
Data: 26 de maio 2015 23:40
Para: Marília Mendonça
Querida Senhora
Intrigada-me que você prefere deixar seu braço direito dirigir meu
carro, mas não a mulher que você fode ocasionalmente. Como vou saber que
Taylor conseguirá o melhor preço para o meu carro? Eu, no passado,
provavelmente antes de encontrar você, soube conduzir um negócio e
arrumar uma pechincha por ele.
De: Marília Mendonça
Assunto: Cuidadosa!
Data: 26 de maio 2015 23:44
Para: Maiara Carla
Querida Srta. Carla
Estou certo que o VINHO TINTO a fez falar dessa maneira, e que você
teve um dia muito longo.
Entretanto, estou tentado em voltar até ai e me assegurar que você
não se sente por uma semana, em vez de uma noite.
Taylor é ex-soldado e capaz de dirigir qualquer coisa de uma
motocicleta até um Tanque Sherman.
Seu carro não apresenta um perigo para ele.
Agora, por favor, não se refira a você mesma como ‘uma mulher que
eu fodo ocasionalmente' porque, francamente, me ENFURECE, e te asseguro
que você realmente não gostaria de me ver zangada.
De: Maiara Carla
Assunto: Cuidadosa você mesmo
Data: 26 de maio 2015 23:57
Para: Marília Mendonça
Querida Sra. Mendonça
Eu não estou certa se eu gosto de você, especialmente neste
momento.
De: Marília Mendonça
Assunto: Cuidadosa você mesmo
Data: 27 de maio 2015 00:03
Para: Maiara Carla
Por que você não gosta de mim?
De: Maiara Carla
Assunto: Cuidadosa você mesmo
Data: 27 de maio 2015 00:09
Para: Marília Mendonça
Porque você nunca fica comigo.
Bem, isso vai dar a ela algo para pensar. Eu fechei o computador com
indiferença, e rastejo para a minha cama. Eu desligo a minha luz lateral e
olho fixo para o teto. Foi um longo dia, um arranco sentimental depois do
outro. Foi emocionante passar algum tempo com Ray. Ele parecia bem,
estranhamente ele aprovou Marília. Droga, Maraisa e sua boca gigantesca.
Ouvindo Marília falar sobre ter passado fome. Que diabos foi isso tudo?
, e o carro. Eu nem sequer disse a Maraisa sobre o novo carro. No que
Marília estava pensando?
E então hoje à noite, ela realmente me bateu. Eu nunca apanhei em
minha vida. No que eu me meti? Muito lentamente, minhas lágrimas,
interrompidas pela chegada de Maraisa, começam a deslizar para baixo, pelos
lados de meu rosto e em meus ouvidos. Eu apaixonei-me por alguém que é
tão emocionalmente desligada, só vou me machucar, no fundo eu sei disto,
alguém que por sua própria admissão é completamente fudida. Por que ela é
tão fodida? Deve ser horrível ser tão afetada como ela é, e o pensamento de
que ela foi uma criança que sofreu alguma crueldade insuportável, me faz
chorar mais. Talvez, se ela fosse mais normal, ela não gostaria de você, meu
subconsciente contribui depreciativamente para meus devaneios… e no
fundo do meu coração, eu sei que isto é verdade. Agarro-me ao meu
travesseiro e as comportas se abriram… e pela primeira vez em anos, eu
estou soluçando incontrolavelmente em meu travesseiro.
Estou distraída momentaneamente, na escuridão da minha alma,
quando ouço Maraisa gritando.
— Que porra você acha que você está fazendo aqui?
— Que, pois não pode!
— Que merda você fez para ela agora?
— Desde que ela te conheceu ela chora o tempo todo.
— Você não pode entrar aqui!
Marília entra repentinamente em meu quarto e sem a menor
cerimônia liga a luz de cima, fazendo-me piscar.
— Mai, — ela murmurou. Ela desliga novamente e está ao
meu lado em um momento.
— O que você está fazendo aqui? — Eu ofego entre soluços. Merda.
Eu não consigo parar de chorar.
Ela liga a luz lateral, me fazendo piscar novamente. Maraisa chega e
permanece na entrada.
— Você quer que eu expulse esta idiota? — Ela pergunta, irradiando
uma termo-nuclear hostilidade. Marília levanta as sobrancelhas para ela,
sem dúvida, surpreendida por seu lisonjeiro epíteto e seu antagonismo feroz.
Sacudo minha cabeça, e ela rola seus olhos para mim. Oh… eu não faria isso
perto da Sra. Mendonça
— É só gritar se você precisar de mim, — ela disse mais suavemente.
— Mendonça, as suas cartas estão marcadas, — ela sussurra para ela. Marília acena
para ela, e Maraisa se vira e puxa a porta, mas não a fecha.
Marília olha para mim, sua expressão é um tumulo, seu rosto está
pálido. Ela está vestindo seu casaco listrado, e do bolso, ela tira um lenço e o
entrega para mim. Eu acho que ainda tenho um outro seu em algum lugar.
— O que está acontecendo? — Ela pergunta calmamente.
— Por que você está aqui? — Eu pergunto, ignorando sua pergunta.
Minhas lágrimas milagrosamente cessaram, mas eu estou com náuseas.
— Parte de meu papel é para cuidar de suas necessidades. Você disse
que queria que eu ficasse, então aqui estou. Eu ainda acho que você gosta
disto. — Ela pisca para mim, verdadeiramente perplexa. — Tenho certeza de
que sou responsável, mas eu não tenho nenhuma ideia do por que. Será que
é porque eu bati em você?
Eu me puxo para cima, estremecendo por meu traseiro dolorido. Eu
me sento e a enfrento.
— Você tomou um pouco de Advil?
Sacudo a cabeça. Ela estreita seus olhos e deixa o quarto. Eu o ouço
conversando com Maraisa, mas não esculto o que estão dizendo. Ela volta alguns
momentos mais tarde com pílulas e uma xícara da água.
— Tome estes, — ela ordena suavemente enquanto se senta em
minha cama, ao meu lado.
Eu faço como ela disse.
— Converse comigo, — ela sussurra. — Você me disse que estava
bem. Eu nunca teria deixado você se eu pensasse que você estava assim.
Eu olho fixamente para minhas mãos. O que posso dizer que eu já
não disse? Eu quero mais. Eu quero que ela fique porque ela quer ficar
comigo, não porque eu sou uma bagunça chorona, e eu não quero que ela
me bata, isto é tão irracional?
— Creio que quando você disse que estava bem, você não estava.
Eu corei.
— Eu pensei que estava bem.
— Maiara, você não pode me dizer o que você pensa que eu quero
ouvir. Isto não é muito honrado, — Ela me adverte. — Como posso confiar
em qualquer coisa que você me disse?
Eu olhei para ela, e ela franziu a testa, com um olhar sombrio em seu
rosto. Ela passou ambas as mãos por seu cabelo.
— Como você se sentiu enquanto eu estava batendo em você e
depois?
— Eu não gostei disto. Eu prefiro que você não faça isto novamente.
— Isto não foi para você gostar.
— Por que você gosta disto? — Eu olho fixamente nela.
Minha pergunta o surpreende.
— Você realmente quer saber?
— Oh, confie em mim, eu estou fascinada.— E eu não posso manter o
sarcasmo fora de minha voz.
Ela aperta seus olhos novamente.
— Cuidado, — ela adverte.
Eu empalideço.
— Você vai me bater novamente? — Eu desafio.
— Não, não hoje à noite.
Ufa... Meu subconsciente e eu, ambos, demos um suspiro mudo de
alívio.
— Então, — eu inicio.
— Eu gosto do que o controle me traz, Maiara. Eu quero que você
se comporte de um modo particular, e se você não fizer isso, eu devo puni-la,
e você aprenderá a se comportar da maneira que eu desejar. Eu aprecio
castigar você. Eu quis castigar você desde que você me perguntou se eu era
gay.
Eu corei com a lembrança. Droga, eu quis espancar a mim mesma
depois daquela pergunta. Então Maraisa Henrique é responsável por tudo
isso, e se ela fosse para aquela entrevista e fizesse a pergunta sobre ela ser
gay, ela estaria sentando aqui com o traseiro dolorido. Eu não gosto desse
pensamento. Como isso é confuso?
— Então você não gosta do modo que eu sou.
Ela olha fixamente para mim, perplexo novamente.
— Eu acho que você é adorável do modo que você é.
— Então por que você está tentando me mudar?
— Eu não quero mudar você. Gostaria de ser cortês e seguir o
conjunto de regras que eu dei a você e não me desafiar. Simples, — ela diz.
— Mas você quer me punir?
— Sim eu quero.
— Isso é o que eu não entendo.
Ela suspira e passa as mãos pelos cabelos novamente.
— É do jeito que eu sou feita, Maiara. Eu preciso controlar você.
Eu preciso que você se comporte de um certo modo, e se você não o fizer,
gosto de ver sua bonita pele rosa de alabastro se aquecendo sob de minhas
mãos. Excita-me.
Caramba. Agora nós estamos chegando a algum lugar.
— Então, não é a dor que você está me fazendo passar?
Ela engole em seco.
— Um pouco, para ver se você pode suportar isso, mas isto não é
toda a razão. É o fato de que você é minha para fazer o que eu achar melhor,
o controle total sobre outra pessoa. Isso me excita. Muitíssimo, Maiara.
Olhe, eu não estou me explicando muito bem… eu nunca tive que fazer isso
antes. Eu não tinha realmente pensado sobre nisso em qualquer grande
profundidade. Eu sempre estive com pessoas da mesma opinião, — ela
encolheu os ombros se desculpando. — E você ainda não respondeu minha
pergunta, como você se sentiu depois?
— Confusa.
— Você estava sexualmente excitada por isto, Maiara, — ela fecha
seus olhos brevemente, e quando ela abre e olha para mim, eles estão
queimando brasas esfumaçadas.
Sua expressão puxa aquela parte escura de mim, enterrada nas
profundezas de minha barriga, minha libido, acordou e domada por ela, mas
até agora, insaciável.
— Não me olhe desse jeito, — ela murmura.
Eu franzi a testa. Droga o que eu fiz agora?
— Eu não tenho nenhum preservativo, Maiara, e você sabe, você
está chateada. Ao contrário do que sua companheira de quarto acredita, eu
não sou um monstro degenerada. Então, você se sentiu confusa?
Eu encolho sob o seu olhar intenso.
— Você não tem nenhum problema em ser honesta comigo. Seus e-
mails sempre dizem exatamente como você se sente. Por que você não pode
fazer isso em uma conversa? Eu intimido tanto você?
Eu escolho em um ponto imaginário azul na colcha creme da minha
mãe.
— Você me seduz, Marília. Subjuga-me completamente. Eu me
sinto como Ícaro voando muito perto do Sol, — eu sussurro.
Ela suspira.
— Bem, eu penso que você vai da maneira errada por aí, — ela
sussurra.
— O que?
— Oh, Maiara, você me enfeitiçou. Não é óbvio?
Não, não para mim. Feiticeira… minha deusa está olhando de boca
aberta. Até ela não acredita nisto.
— Você ainda não respondeu minha pergunta. Escreva para mim um
e-mail, por favor. Mas agora, eu realmente gostaria de dormir. Eu posso
ficar?
— Você quer ficar? — Eu não posso esconder a esperança em minha
voz.
— Você me queria aqui.
— Você não respondeu minha pergunta.
— Vou escrever um e-mail para você, — ela murmurou com
petulância.
Levantando, ela esvazia seus bolsos da calça jeans, BlackBerry, Ela retira seu relógio, sapatos, meias e a calça
jeans, coloca sua jaqueta sobre a minha cadeira. Ela caminha em volta e
para o outro lado da cama e desliza dentro.
— Deite-se, — ela ordena.
Eu deslizo devagar para debaixo das coberturas, estremecendo
ligeiramente, olhando fixamente para ela. Caramba… ela está ficando. Eu
acho que eu estou entorpecida com o choque exultante. Ela se debruça em
um cotovelo e olha para mim.
— Se você vai chorar. Chore na minha frente. Eu preciso saber.
— Você quer me fazer chorar?
— Particularmente, não. Eu só quero saber como você está se
sentindo. Eu não quero que você escorregue por entre meus dedos. Desligue
a luz. Está tarde, e nós duas temos que trabalhar amanhã.
Então aqui… e ainda tão mandona, mas eu não posso reclamar, ela
está em minha cama. Eu não entendo muito por que… talvez eu devesse
chorar mais vezes na frente dela. Eu desligo a luz de cabeceira. — Deite-se
de lado, de costas para mim, — ela murmura na escuridão.
Reviro os olhos no pleno conhecimento de que ela não pode me ver,
mas eu faço como ela disse. Cautelosamente, ela passa por cima e coloca os
braços ao redor de mim e me puxa para seu tórax…
— Durma, querida, — ela sussurra, e eu sinto seu nariz em meu
cabelo, enquanto ela inala profundamente.
Puta merda. Marília Mendonça está dormindo comigo, e no conforto e
consolo de seus braços, e eu caminho para um sono pacífico.

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora