Por Favor Me.... Foda Marília 🔥

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Ela não faz isso de propósito, eu sei, mas ao final arrasto meu
penoso corpo coberto de suor até o meu quarto com a desculpa de ir
empacotar mais caixas. Eu poderia me sentir mais inadequada? Levo comigo
o computador sem fio, ligo e escrevo um email para Marília.
De: Maiara Carla
Data: 23 de maio de 2015 20:33
Para: Marília Mendonça
Assunto: Universitária escandalizada
Bem, já vi o bastante.
Foi agradável te conhecer.
Pressiono "Enviar", abraçando-me, rindo da minha piada. Será que
ela vai achar isso tão engraçado? Oh, merda...
Certamente não. Marília Mendonça não é famosa por seu senso de
humor. Embora saiba que ela o tem, porque experimentei. Talvez ela deixe
para lá. Espero sua resposta.
Espero... e espero. Olho para o despertador. Já se passaram dez
minutos.
Para esquecer da angústia que se abre caminho em meu estômago,
ponho-me a fazer o que havia dito a Maraisa que faria: empacotar as coisas de
meu quarto. Começo colocando meus livros em uma caixa.
Por volta das nove sigo sem notícias. Talvez ela tenha saído. Eu estou
amuada e petulante, ponho os fones do iPod, escuto o Snow Patrol e sento
em minha mesa para reler o contrato e a anotar minhas observações e
comentários.
Não sei por que levanto o olhar, possivelmente capto de relance um
ligeiro movimento, não sei, mas quando a levanto, Marília está na porta de
meu quarto me olhando fixamente. Leva suas calças cinza de flanela e uma
camisa branca de linho, e agita brandamente a chave do carro. Arregalo os
olhos e fico gelada. Porra!
— Boa noite, Maiara. — Sua voz era fria, sua expressão precavida
e ilegível. A capacidade de falar me abandona. Maldita Maraisa, deixou ela entrar
sem me avisar. Estou vagamente ciente de que ainda estou de moletom, toda
suada e sem tomar banho, e ela está muito bonita, com as calças caindo
bem nos quadris, e o que mais, ela está em meu quarto.
Eu senti que o seu e-mail merecia uma resposta em pessoa — explica
em tom seco.
Abro a boca e volto a fechá-la, duas vezes. A piada é sobre mim.
Nunca, neste ou em qualquer universo alternativo eu esperava que ela
largasse tudo e viesse até aqui.
Posso me sentar? — pergunta-me, agora com olhos divertidos.
Obrigada, Talvez a brincadeira lhe pareceu engraçada.
Eu concordo. Minha capacidade de falar permanece incerta.
Marília Mendonça está sentada em minha cama.
Perguntava-me como seria seu quarto, — Ela diz.
Olho ao meu redor, pensando em uma rota de fuga, não, aqui só tem
uma porta e uma janela.
Meu quarto é funcional, mas acolhedor, poucos móveis brancos de
vime e uma cama de casal branca, de ferro, com uma colcha de patchwork
que minha mãe fez quando estava em sua etapa de trabalhos caseiros. É
azul céu e creme.
— É muito sereno e tranquilo, - ela murmura. Não neste momento...
não com você aqui. Finalmente minha medula oblonga recorda o seu
propósito, eu respiro.
Como...?
Ela sorri para mim.
Ainda estou no Heathman.
Isso eu já sabia.
— Quer tomar algo? — Tenho que dizer o que a educação sempre me
impõe.
— Não, obrigado, Maiara. Esboça um deslumbrante meio sorriso
com a cabeça ligeiramente inclinada.
Bem, eu certamente vou precisar de uma.
Então, foi agradável me conhecer?
Maldição, ofendeu-se? Olho para baixo, para os meus dedos. Como eu
vou sair dessa? Se lhe disser a ela que era uma brincadeira, não acredito que
goste de muito.
— Pensei que me responderia por e-mail. — digo-lhe em voz muito
baixa, patética.
Você está mordendo o lábio de propósito? — pergunta-me muito
séria.
Eu pisco os olhos, abro a boca e solto o lábio.
Não estava consciente de que estava mordendo o lábio, — eu
murmuro.
Meu coração está disparado. Sinto a tensão, essa deliciosa
eletricidade estática que invade o espaço. Ela está sentada muito perto de
mim, com seus olhos cinza impenetráveis, os cotovelos apoiados nos joelhos
e as pernas separadas. Inclina-se, desfaz-me uma trança muito devagar e me
separa o cabelo com os dedos. Fico com a respiração presa e não posso me
mover. Observo hipnotizada sua mão movendo-se para a outra trança,
tirando a borracha e desfazendo a trança com seus compridos e hábeis
dedos.
— Vejo que você decidiu fazer um pouco de exercício — fala em voz
baixa e melodiosa, me colocando o cabelo atrás da orelha. — Por que,
Maiara? — Rodeia-me a orelha com os dedos e muito suavemente,
ritmicamente, acaricia o lóbulo. Isso é muito sexual.
— Necessitava tempo para pensar, — eu sussurro. Eu sou toda
coelho e faróis, mariposa e chama, pássaro e serpente... e ela sabe
exatamente o que está fazendo.
— Pensar no que, Maiara?
— Você.
E você decidiu que foi agradável me conhecer?
Merda. Ruborizo-me
Seus lábios se arqueiam desenhando um ligeiro sorriso e dirijo o
olhar para sua boca.
Bom, pensei que devia vir a lhe recordar quão agradável foi me
conhecer.
Puta Merda. Eu fico olhando para ela de boca aberta, e seus dedos se
movem da minha orelha para o meu queixo.
O que lhe parece, senhorita Carla?
Seus olhos cinzentos brilham para mim, há um desafio intrínseco em
seu olhar. Seus lábios estão entreabertos, está esperando, alerta para
atacar. O desejo, agudo, líquido e fumegante - arde no mais profundo de
meu ventre.
Adianto-me e me lanço para ela. De repente se move, não tenho nem
ideia de como, e em um abrir e fechar de olhos estou na cama, imobilizada
debaixo dela, com as mãos estendidas e sujeitas por cima da cabeça, com
sua mão livre me agarrando o rosto e sua boca procurando a minha.
Ela coloca a língua em minha boca, reclama-me e me possui, e eu me
deleito com sua força. Sinto-a
por todo meu corpo. Deseja-me, e isso provoca
estranhas e deliciosas sensações dentro de mim. Não quer a Maraisa, com seus
minúsculos biquínis, nem a uma das quinze, nem à malvada senhora
Robinson. Quer a mim. Esta formosa mulher me deseja. Minha deusa
interior brilha tanto que poderia iluminar toda a cidade de Portland. Deixa
de me beijar. Abro os olhos e o vejo me olhando fixamente.
Confia em mim? — pergunta-me.
Eu concordo, com os olhos muito abertos, com o coração
ricocheteando nas costelas e o sangue trovejando por todo meu corpo. Ela
estica o braço e do bolso da calça tira sua gravata de seda cinza... a gravata
cinza que deixa pequenas marcas da malha em minha pele. Senta-se
rapidamente escarranchado sobre mim e me ata as colunas, mas esta vez
ata o outro extremo da gravata ao canto da cama. Puxa o nó para comprovar
que está seguro. Não vou a nenhuma parte. Estou atada a minha cama, e
muito excitada.
Ela se levantou e ficou em pé junto à cama, me olhando com olhos
turvos de desejo. Seu olhar é de triunfo e de alívio.
— Melhor assim, — murmura e esboça um sorriso perverso de
conhecimento. Inclina-se e começa a me desamarrar um tênis. Oh, não...
não... meus pés. Acabo de correr.
Não, — protesto e empurro para que me solte.
Detém-se.
Se lutar, amarrarei também os pés, Maiara. Se fizer o menor ruído,
te amordaçarei. Fique quieta. Maraisa provavelmente está aqui e poderá
me escutar lá fora.
Amordaçar-me! Maraisa! Eu calo a boca.
Tirou -me os tênis e as meias, e me baixa muito devagar a calça de
moletom.
Oh... que calcinha estou vestindo? Levanta-me, retira a colcha e o
edredom de debaixo de mim e me coloca de barriga para cima sobre os
lençóis.
— Vejamos. — ela passa a língua lentamente pelo lábio inferior. —
Está mordendo o lábio, Maiara. Sabe o efeito que tem sobre mim. —
Pressiona-me seu longo dedo indicador na boca como advertência.
Oh...... Eu mal posso me conter, estou indefesa, tombada, vejo
que ela se move tranquilamente pelo meu quarto. É uma afrodisíaca
embriagadora. Lentamente, sem pressas, ela tira os sapatos e as meias,
desfaz-se da calça e tira a camisa.
— Acredito que você viu muito, — ela ri maliciosamente. Volta a
sentar-se em cima de mim, escarranchado, e me levanta a camiseta. Acredito
que vai me tirar isso, mas a enrola à altura do pescoço e logo a sobe de
maneira que me deixa descoberta a boca e o nariz, mas me cobre os olhos. E
como está tão bem enrolada, não vejo nada.
— Mmm — sussurra satisfeita. — Isto está cada vez melhor. Eu vou
tomar uma bebida. Inclina-se, beija-me brandamente nos lábios e deixo de
sentir seu peso. Ouço o leve chiado da porta do quarto. Tomar uma bebida.
Onde? Aqui? Em Portland? Em Seattle? Aguço o ouvido. Distingo ruídos
surdos e sei que está falando com a Maraisa... Oh, não... Ela está praticamente
nua. O que vai dizer a Maraisa? Ouço um golpe seco. O que é isso? Retorna, a
porta volta a chiar, ouço seus passos pelo quarto e o som de gelo tilintando
em um copo. O que está bebendo? Fecha a porta e ouço como se aproxima
tirando as calças, que caem ao chão. Sei que está nua. E volta a sentar-se
escarranchado sobre mim.
— Tem sede, Maiara? — pergunta-me em tom zombador.
— Sim, — digo-lhe, porque de repente sinto a boca seca. Ouço o
tinido do gelo no copo. Inclina-se e, ao me beijar, derrama em minha boca
um líquido delicioso. É vinho branco. Não o esperava e é muito excitante,
embora esteja gelado, e os lábios da Marília também estão frios.
Mais? — pergunta-me em um sussurro.
Aceito. O gosto é ainda melhor porque vem de sua boca. Inclina-se e
bebo outro gole de seus lábios... Oh....
— Não vamos muito longe, sabemos que sua tolerância ao álcool é
limitada, Maiara.
Não posso evitar de rir, e ela se inclina e solta outra deliciosa
baforada. Ela se coloca ao meu lado e sinto sua ereção no quadril. Oh,
quero dentro de mim.
Isso parece bom para você? — pergunta-me, mas ouço a borda em
sua voz.
Estou tensa. Volta a mover o copo, beija-me e, junto com o vinho,
solta um pedaço de gelo, na boca. Muito devagar começa a descer com os
lábios desde meu rosto, passando por meus seios, até meu torso e meu
ventre. Coloca-me uma parte de gelo no umbigo, onde se forma um pequeno
lago de vinho muito frio que provoca um incêndio que se propaga até o mais
profundo de meu ventre. Uau.
— Agora tem que ficar quieta, — ela sussurra. — Se você se mover,
molhara a cama de vinho, Maiara.
Meus quadris se flexionam automaticamente.
Oh, não. Se derramar o vinho, vou te castigar, senhorita Carla.
Gemo, tento me controlar e luto desesperadamente contra a
necessidade de mover os quadris. Oh, não... por favor.
Baixa com um dedo as taças do sutiã e deixa com os seios no ar,
expostos e vulneráveis. Inclina-se, beija e pega meus mamilos com os lábios
frios, gelados. Luto contra meu corpo, que tenta responder arqueando-se.
Você gosta disto? — pergunta-me me apertando um mamilo.
Volto a ouvir o tinido do gelo, e logo o sinto ao redor de meu mamilo
direito, enquanto puxa de uma vez o esquerdo com os lábios. Gemo e luto
para não me mover. Uma desesperadora e doce tortura.
— Se derramar o vinho, não deixarei que goze.
— Oh... por favor... Ma... Marília....Senhora... por favor. — Ela estava me
deixando louca. Posso ouvi-lo sorrir.
O gelo de meu mamilo está derretendo-se. Estou muito quente...
quente, molhada e morta de desejo.
Quero-a dentro de mim. Agora.
Elea desliza muito devagar os dedos gelados pelo meu ventre. Como
tenho a pele hipersensível, meus quadris se flexionam e o líquido do umbigo,
agora menos frio, goteja-me pela barriga. Marília se move rapidamente e o
lambe, beija-me, morde-me brandamente, chupa-me.
Oh querida, Maiara, você se moveu. O que vou fazer contigo?
Ofego em voz alta. A única coisa que posso me concentrar é em sua
voz e seu tato. Nada mais é real. Nada mais importa. Meu radar não registra
nada mais. Desliza os dedos por dentro da minha calcinha e me alivia ouvir
que lhe escapa um profundo suspiro.
OH, querida, — ela murmura e me introduz dois dedos.
Sufoco um grito.
— Estará pronta para mim logo, — ela diz. Movendo seus tentadores
dedos devagar, dentro e fora, eu empurro para ela elevando os quadris.
— Você é uma garota gulosa, — ela me repreende baixinho, e seu
polegar circunda o meu clitóris e em seguida, pressiona para baixo.
Ofego e meu corpo estremece sob seus peritos dedos. Estica um
braço e retira a camiseta dos meus olhos para que possa vê-la. A tênue luz
do abajur me faz piscar. Desejo tocá-la.
— Eu quero tocar você. — eu respiro.
— Eu sei, — ela murmura. Inclina-se e me beija sem deixar de mover
os dedos ritmicamente dentro de meu corpo, riscando círculos e
pressionando com o polegar. Com a outra mão me recolhe o cabelo para
cima e me sujeita a cabeça para que não a mova. Replica com a língua o
movimento de seus dedos. Começo a sentir as pernas rígidas de tanto
empurrar para sua mão. Ela retira gentilmente sua mão, então sou trazida
de volta da beira do abismo. Ela repete isso uma e outra vez. Isso é tão
frustrante... Oh, por favor, Marília, eu grito por dentro.
— Este é seu castigo, tão perto e de repente tão longe. Você acha isso
agradável? — sussurra-me ao ouvido.
Eu choramingo, esgotada, e puxo meus braços amarrados. Estou
indefesa, perdida em uma tortura erótica.
— Por favor, — suplico-lhe, e ela finalmente tem piedade de mim.
—Como quer que lhe foda, Maiara?
Oh... meu corpo começa a tremer e volta a fica imóvel.
— Por favor.
— O que você quer, Maiara?
— Você... agora, - eu grito.
— Como quer que eu lhe foda. Há uma variedade infinita de
maneiras, — ela respira contra meus lábios. Ela retira sua mão e atinge a
mesa de cabeceira, pegando o saquinho prateado. Ajoelha-se entre minhas
pernas e, muito devagar, tira-me a calcinha sem deixar de me olhar com
olhos brilhantes. Ela coloca o preservativo. Eu observo fascinada,
hipnotizada.
Isto lhe parece agradável? — diz-me acariciando-se.
— Eu quis dizer isso como uma brincadeira, — eu choramingo. Por
favor, me foda Marília.
Ela levanta as sobrancelhas, deslizando a mão para cima e para baixo
em seu impressionante membro.
— Uma brincadeira? — pergunta-me com a voz ameaçadoramente
suave.
— Sim. Por favor, Marília, — rogo-lhe.
— Você está rindo agora?
Não, — eu choramingo.
A tensão sexual está a ponto de me fazer estalar. Olha-me por um
momento, avaliando meu desejo, e de repente me agarra e me dá a volta.
Fico surpresa, e como tenho as mãos amaradas, tenho que me apoiar nos
cotovelos. Empurra-me os joelhos para elevar o traseiro e me dá um forte
tapa. Antes que possa reagir, penetra-me. Eu grito, pelo tapa e por sua
agressão súbita, e gozo imediatamente uma e outra vez, caindo debaixo dela,
que segue a bater deliciosamente dentro de mim. Não se detém. Estou
destroçada. Não aguento mais... e ela empurra uma e outra vez... e sinto que
volta a me alagar outra vez... então eu estou começando de novo... não pode
ser... não...
— Vamos, Maiara, mais uma vez, — ela rosna por entre os dentes
cerrados, e inacreditavelmente, meu corpo responde, convulsionando em
torno dela, quando eu chego ao clímax de novo, gritando o seu nome.
Despedaço-me novamente em pequenos fragmentos, e Marília finalmente
para, em silêncio, encontrando a sua liberação.
Ela cai em cima de mim, ofegando.
Quanto você achou bom? — pergunta-me com os dentes apertados.
Oh,.....
Estou caída na cama, devastada, ofegando e com os olhos fechados,
quando se separa de mim muito devagar. Levanta-se e começa a vestir-se.
Quando acabou, volta para a cama, desamarra-me e me tira a camiseta.
Flexiono os dedos e esfrego as bochechas, sorrindo ao ver que me marcou o
desenho do lençol. Ajusto o sutiã enquanto ela atira a colcha e o edredom
para me tampar. Olho para ela aturdida e ela me devolve o sorriso.
— Foi realmente muito bom, — sussurro timidamente.
— Não use esta palavra de novo.
— Você não gosta de que palavra?
— Não. Não tem nada que ver comigo.
— Oh... Eu não sei... parece ter um efeito benéfico para você.
— Eu sou um efeito benéfico? Isso é o que sou agora? Poderia ferir
mais meu amor próprio, senhorita Carla?1
— Não acredito que tenha algum problema de amor próprio. Mas
sou consciente de que  digo sem convicção. Algo me passa rapidamente
pela cabeça, uma ideia fugaz, mas me escapa antes que possa apanhá-la.
— Você crê? — pergunta-me em tom amável. Ela está deitada ao meu
lado, vestida, com a cabeça apoiada no cotovelo, e eu estou apenas com o
sutiã.
— Por que você não gosta que lhe toquem?
—Porque não. — Ela inclina-se sobre mim e me beija suavemente na
testa. — Então, esse e-mail que você mandou era uma brincadeira
Sorrio a modo de desculpa e encolho de ombros.
— Estou vendo. Então ainda está pensando em minha proposta?
— Sua proposta é indecente... sim, estou pensando nela. Mas, tenho
alguns problemas, embora.
Ela me sorri aliviada.
— Ficaria decepcionada se não tivesse algumas coisas para discutir.
— Eu ia mandar isso por email, mas você me interrompeu.
— Coitus interruptus.
— Vê, eu sabia que tinha um pouco de senso de humor escondido
por aí. — digo-lhe sorridente.
— Não é tão divertido, Maiara. Pensei que estava me dizendo não,
que nem sequer queria comentá-lo. — Sua voz falha.
— Ainda não sei. Não decidi nada. Você vai me colocar uma coleira?
Ela levanta as sobrancelhas.
— Você esteve pesquisando. Eu não sei, Maira. Nunca dei uma
coleira para alguém..
Oh... deveria me surpreender? Sei tão pouco sobre as sessões... Eu
não sei.
— Você já usou uma coleira? — pergunto, num sussurro
— Sim.
— Da senhora Robinson?
— Senhora Robinson! — Ela ri às gargalhadas, e parece jovem e
despreocupada, com a cabeça arremessada para trás. Sua risada é
contagiosa.
Eu sorrio para ela.
— Eu vou contar a ela como a chama, ela vai adorar.
— Você continua em contato com ela? — pergunto-lhe sem poder
dissimular meu temor.
— Sim. — responde-me muito séria.
Oh... de repente, uma parte de mim se volta louca de ciúmes. O
sentimento é tão forte que me perturba.
— Já vejo. — digo-lhe em tom tenso. — Assim tem alguém com quem
comentar seu estilo alternativo de vida, mas eu não posso.
Ela franze as sobrancelhas
— Acredito que nunca pensei por este ponto de vista. A senhora
Robinson fazia parte deste estilo de vida. Eu disse a você que agora é uma
boa amiga. Se quiser, posso te apresentar a uma de minhas ex-submissas.
Poderia falar com ela.
O que? Ela está, deliberadamente, tentando me deixar aborrecida?
— Esta é a sua ideia de uma piada?
— Não, Maiara. — Confusa, e ela balança a cabeça seriamente.
— Não... eu vou fazer isso do meu jeito, muito obrigada — eu
respondi bruscamente, puxando o cobertor até ao meu queixo.
Ela observa-me perdida, surpresa.
— Maiara, eu... — Ela não sabe o que dizer. Uma novidade, eu
acredito. — Não queria te ofender.
— Não estou ofendida. Estou consternada.
— Consternada?
— Não quero falar com nenhuma ex-namorada... escrava... sub... ou
qualquer nome que você chama.
— Maiara Carla, está com ciúmes?
Eu fico vermelha
— Você vai ficar?
— Amanhã, no café da manhã, tenho uma reunião em Heathman.
Além disso, já te disse que não durmo com minhas namoradas, escravas,
submissas, com ninguém. Sexta-feira e sábado foram uma exceção. Não
voltará a acontecer. — Ouço a firme determinação atrás de sua doce voz
rouca.
Eu franzo os lábios.
— Bem, estou cansada agora.
— Você está me chutando para fora? — Ela levanta as sobrancelhas,
perplexa e um pouco aflita.
— Sim.
— Bem, outra novidade. — Olha-me especulativamente. — Não quer
discutir nada agora? Sobre o contrato.
— Não. — respondo-lhe de mau humor.
— eu gostaria de dar-lhe uma boa surra. Você se sentiria
muito melhor, assim como eu.
— Você não pode dizer essas coisas... Ainda não assinei nada.
— Uma mulher pode sonhar, Maiara. — Ela inclina-se e me agarra
pelo queixo. — Quarta-feira? — Ela murmura, e beija-me rapidamente nos
lábios.
— Quarta-feira. — respondo-lhe. — Eu acompanho você até lá fora.
Só me dê um minuto. — Sento, coloco a camisa e empurrou para obter
espaço na cama. Ela faz isso com relutância.
— Passe-me à calça de moletom, por favor.
Ela a recolhe do chão e me entrega.

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora