Marília Com Medo?....

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Já é final da tarde, e eu sento nervosa e inquieta no átrio à espera do Sr. J. Hyde da Editora Seattle Independent. Esta é a minha segunda entrevista hoje, e a aquela que eu estou mais ansiosa. Minha primeira entrevista foi boa, mas é um grande conglomerado com escritórios sediados em todos os EUA, e eu seria uma de muitas assistentes editoriais lá. Eu posso imaginar ser engolida e cuspida bem rapidamente em tal máquina corporativa.A editora SIP é onde eu quero estar. É pequena e não convencional,defendendo os autores locais, e tem um elenco interessante e peculiar de clientes.Ao meu redor o ambiente é pouco decorado, austero, mas eu acho que é declaração dos projetos da empresa que uma falta de recurso e desleixo. Eu estou sentada em um dos dois sofás chesterfield verde escuro de couro... não muito diferente do sofá que  Marília tem em seu quarto de jogos. Eu acaricio o couro apreciativamente e me pergunto à toa o que Marília faz naquele sofá. Minha mente vagueia enquanto eu penso nas possibilidades... não.... eu não preciso pensar nisso agora. Eu fico vermelha
por conta dos meus pensamentos impertinentes e inadequados.A recepcionista é uma mulher afro-americana com grandes brincos pratas e um longo cabelo liso. Ela tem uma aparência de boemia, o tipo de
mulher que eu poderia virar amiga. O pensamento é confortante. A cada
momento, ela olha para cima para mim, para longe de seu computador e sorri tranquilizadoramente. Eu timidamente retorno o sorriso.O meu vôo está marcado; minha mãe está no sétimo céu que eu vou visitar; já arrumei as malas, e Maraisa concordou em me levar para o aeroporto. Marília exigiu que eu levasse o meu Blackberry e o Mac. Eu reviro meus olhos com a memória de sua prepotência arrogante, mas eu percebo agora que é somente a maneira qu ela é. Ela gosta de controlar tudo, incluindo eu. No entanto, ela é tão imprevisível e surpreendentemente agradável
também. Ela pode ser carinhosa, bem-humorada, até mesmo doce. E quando ela é, é tão estranha e inesperada. Ela insistiu em me acompanhar o caminho todo até o meu carro na garagem. eu vou estar fora por apenas alguns dias, ela está agindo como eu fosse estar fora por semanas. Ela me mantém com o pé atrás permanentemente.— Maiara Carla? — Uma mulher com um cabelo longo, preto, parecendo de uma época pré-rafaelita30 estava parada ao lado da mesa da recepção e me distrai da minha introspecção. Ela tem a mesma aparência boêmia e esvoaçante igual à recepcionista. Ela poderia estar no final dos trinta anos, talvez nos quarenta. É tão difícil dizer as idades de mulheres mais velhas.— Sim, — eu respondo, me levantando desajeitadamente.Ela me oferece um sorriso educado, seus frios olhos castanhos me avaliam. Eu estou vestindo um dos vestidos da Maraisa, um babador preto sobre uma camisa branca, e os meus saltos altos pretos. Toda entrevista, eu penso. Meu cabelo está preso em um rabo de cavalo, e pela primeira vez os fios estão se comportando... ela estica sua mão para mim.— Olá, Mai, meu nome é Elizabeth Morgan. Eu sou a responsável pelo Recursos Humanos aqui na SIP. Como você está? — Eu balanço a mão dela. Ela parece bem casual para ser a chefe do RH.
— Por favor, me siga.Atravessamos as portas duplas atrás da área da recepção, e entramos em um grande e plano escritório brilhantemente decorado, e de lá, para dentro de uma pequena sala de reunião. As paredes são de um verde-claro, forradas com imagens de capas de livros. À frente da mesa de bordo de conferência senta um jovem com o cabelo vermelho amarrado em um rabo
de cavalo. Brincos pequenos, de argola, prateados, brilham em suas duas orelhas. Ele veste uma camisa azul-clara, sem gravata, e calças de flanela cinza. Ao me aproximar, ele se levanta e olha para mim com insondáveis olhos pretos bem escuros.— Maiara, eu sou Fernando Zor, um dos editores-chefes da SIP, e eu
estou muito contente em te conhecer.Nós apertamos as mãos, e sua expressão escura é ilegível, apesar de ser amigável o bastante, eu acho.
— Você viajou de longe? — ele pergunta agradavelmente.— Não, eu recentemente me mudei para Pike Street Market.— Ah, não muito longe então. Por favor, sente-se.
Eu sento, e Elizabeth toma o seu lugar ao lado dele.— Então por que você gostaria de fazer estágio aqui para nós na SIP, Mai? — ele pergunta.
Ele diz o meu nome suavemente e inclina a cabeça para um lado,
como alguém que eu conheço... é enervante. Estou fazendo o meu melhor para ignorar a desconfiança irracional que ele me inspira, me lançando no meu discurso cuidadosamente preparado, consciente de que um rubor
rosado está se espalhando pelo meu rosto. Eu olho para os dois, lembrando da palestra de Maraisa Henrique sobre a Técnica de Entrevista de
Sucesso... mantenha o contato com os olhos, Mai! Cara, essa mulher pode
ser mandona também, às vezes. Fernando e Elizabeth me escutam atentamente.— Você possui uma média bem impressionante. Que atividades extracurriculares você desfrutou em fazer na WSU?
Desfrutar?! Eu pisco para ele. Que escolha estranha de palavra. Eu
me lanço nos detalhes de quando trabalhei na biblioteca central do campus,e a minha única experiência entrevistando uma mulher obscenamente rica para a revista estudantil. Eu encubro a parte sobre a qual eu não realmente escrevi o artigo. Menciono duas sociedades literárias nas quais eu participei
e concluo com o trabalho em Clayton e todo aquele conhecimento inútil que eu agora possuo sobre hardware e o faça-você-mesmo.Os dois riem, que era a resposta que eu esperava. Lentamente, eu relaxo e começo a desfrutar.Fernando Zor faz perguntas afiadas e inteligentes, mas eu não me derrubo...eu continuo, e quando nós discutimos as minhas preferências
literárias e os meus livros favoritos, eu acho que consigo manter bem a
conversação. Fernando, por outro lado, parece apenas favorecer a literatura americana escrita depois de 1950. Nada mais.Sem clássicos... nem mesmo Henry James ou Upton Sinclair ou F. Scott Fitzgerald. Elizabeth não diz nada, apenas assente ocasionalmente e toma notas. Fernando, apesar de argumentativo, tem um charme próprio, e minha cautela inicial se dissipa ao longo da conversa.— E onde você se vê em cinco anos? — ele pergunta.Com Marília Mendonça, o pensamento vem involuntariamente na minha cabeça. A minha mente errante me faz franzir.— Como editora talvez? Talvez uma agente literária, eu não tenho
certeza. Estou aberta a oportunidades. — Ele sorri.— Muito bom, Mai. Eu não tenho mais perguntas. Você tem? — ele direciona sua pergunta para mim.— Quando você gostaria que a pessoa começasse? — eu pergunto.— O quanto antes, — Elizabeth oferece. — Quando você pode começar?
— Estou disponível a partir da próxima semana.— Isso é bom saber, — Fernando diz.— Se é isso que todos têm a dizer, — Elizabeth olha para nós dois, —eu acho que isso conclui a nossa entrevista. — Ela sorri gentilmente.— Foi um prazer te conhecer, Mai, — Fernando diz suavemente quando ele pega a minha mão. Ele a aperta gentilmente, para que eu olhe para ele enquanto eu digo adeus.Eu me sinto inquieta enquanto eu faço o meu caminho para o carro,
embora eu não saiba dizer o motivo. Eu acho que a entrevista foi boa, mas é tão difícil dizer. Entrevistas parecem ser situações tão artificiais, todos em
seu melhor comportamento, tentando desesperadamente se esconder atrás
de uma fachada profissional. Será que o meu rosto se encaixa? Terei de
esperar para ver.Eu subo no meu Audi A3 e sigo de volta para o apartamento, apesar de eu ir com calma. Estou no vôo da madrugada com uma parada em Atlanta, mas o meu vôo não sai até as 10:25 desta noite, então eu tenho
bastante tempo.Maraisa está desempacotando caixas na cozinha quando eu retorno.— Como foi? — ela pergunta, animada. Somente Maraisa fica linda em uma camiseta grande demais, jeans velho, e uma bandana azul escura.— Bem, obrigada, Isa. Não tenho certeza se essa roupa era moderna o bastante para a segunda entrevista.— Oh?— Teria ido melhor com algo boêmio e elegante.
Maraisa ergue uma sobrancelha.
— Você e seu boêmio e elegante. — Ela inclina a cabeça para um lado
— Aff! Porque todo mundo está me lembrando da minha favorita Cinquenta Tons? — Na verdade, Mai, você é uma das poucas pessoas que podem realmente usar esse tipo de modelo.Eu sorrio.— Eu realmente gostei da segunda entrevista. Eu acho que eu poderia me encaixar lá. O cara que me entrevistou me deixou nervosa, no entanto, — eu paro de falar... merda eu estou falando com a detetive Henrique aqui. Cala a boca Mai!— Oh? — O radar Maraisa Henrique detecta um fato interessante para entra em ação... um assunto que apenas irá surgir em algum momento inoportuno e vergonhoso, o que me lembra.
— Alías... por favor, você poderia parar de provocar Marília? O
seu comentário sobre Japinha no jantar ontem foi fora de linha. Ela é uma mulher ciumenta. O que você fez, não foi legal.— Olha, se ela não fosse irmã do Elliot eu teria dito coisa bem pior. Ela é realmente uma maníaca por controle. Eu não sei como você aguenta. Eu estava tentando deixá-la com ciúmes... dando a ela um pouco de ajuda com os seus problemas de relacionamento. — Ela ergue a mão defensivamente. —Mas... se você não quer que eu interfira, eu não vou, — ela diz rapidamente por causa da minha careta.— Bom. A vida com Marília já é complicada o bastante, confie em mim. nossa, eu soo como ela.— Mai, — ela pausa e me encara. — Você está bem, não está? Você não está correndo para a sua mãe para escapar? Eu ruborizo.
— Não Maraisa. Foi você quem disse que eu precisava de um tempo.
Ela fecha a distância entre nós e pega a minha mão... uma coisa não típica da Maraisa.Ah não... lágrimas ameaçam.— Você está, eu não sei... diferente. Eu espero que você esteja bem, e quaisquer que sejam os problemas que você está tendo com a Sra. Cheia da Grana, você pode falar comigo. E eu tentarei não incomodá-la, apesar de que francamente ser muito atraente a ideia, mas... Olha, Mai, se algo está
errado, você irá me contar, eu não vou julgar. Eu tentarei entender.
Eu tento segurar as lágrimas.
— Ah, Maraisa. – Eu a abraço. — Eu acho que eu realmente me apaixonei por ela.— Mai, qualquer um pode ver isso. E ela também se apaixonou por
você. Ela está louca por você. Não consegue tirar os olhos de você.
Eu rio incerta.— Você acha?
— Ela não te falou?— Não em tantas palavras.— Você contou para ela?
— Não em tantas palavras. — Eu dou de ombros apologeticamente.
— Mai! Alguém tem que dar o primeiro passo, senão vocês nunca
chegarão em lugar algum.O quê... dizer a ela como eu me sinto?— Eu estou com medo de assustá-la.
— E como você sabe que ela não está sentindo o mesmo?— Marília, com medo? Eu não posso imaginá-la com medo de nada.Mas enquanto eu digo as palavras, eu a imagino como uma criança pequena. Talvez o medo fosse tudo o que ela conhecesse. Uma tristeza aperta e esmaga o meu coração com o pensamento. Maraisa olha para mim com os lábios apertados e olhos estreitos, bem como o meu subconsciente... tudo que ela precisa é dos óculos meia-lua.Vocês dois precisam se sentar e conversar uma com a outra.— Nós não temos conversados ultimamente. — Eu ruborizo. Comunicação não-verbal não esta indo mal. Bem, muito mais do que bem.Ela sorri.— Isso seria sexo por mensagem! Se isso está indo bem, então isso é meia batalha ganha Mai. Eu vou pegar comida chinesa. Você quer um pouco?— Eu estarei... nós não temos que sair por mais duas horas ainda.— Não... eu te verei em vinte minutos. — Ela pega seu casaco e sai, esquecendo-se de fechar a porta. Eu a fecho atrás dela e sigo para o meu quarto pensando sobre suas palavras.Marília está com medo dos seus sentimentos por mim? Ela tem
sentimentos mesmo por mim? Ela parece bem veemente, diz que sou dela... mas isso só é parte do seu eu dominante eu-devo-possuir-e-ter-tudo-agora,
maníaca-por-controle, certamente. Eu percebo que enquanto eu estiver fora eu terei que repassar por todas as nossas conversas novamente e ver se eu consigo descobrir algum sinal.
Eu sentirei sua falta também... mais do que você imagina...Você me enfeitiçou completamente...Eu balanço minha cabeça. Eu não quero pensar sobre isso agora. Eu estou carregando o BlackBerry, eu não estive com ela a tarde inteira. Eu me
aproximo dele com cuidado, e estou desapontada que não há mensagens. Eu ligo o aparelho maligno, e não há mensagens também. O mesmo endereço de email Mai... o meu subconsciente revira seus olhos para mim, e pela primeira vez, eu entendo o porquê da Marília quer me dar uns tapas quando eu faço isso.
Ok. Bem, eu vou escrever um email para ela. De: Maiara Carla
Assunto: Entrevistas Data: 30 de Maio de 2015 18:49 Para: Marília Mendonça Querida Senhora
Minhas entrevistas foram boas hoje.
Pensei que você pudesse estar interessada.Como foi o seu dia?
Eu sento e encaro a tela. As respostas de Marília normalmente são instantâneas. Eu espero... e espero, e finalmente eu ouço o som da minha
caixa de entrada.De: Marília Mendonça Assunto: Meu dia
Data: 30 de Maio de 2015 16:03
Para: Maiara Carla
Querida Srta. Carla
Tudo o que você faz me interessa, você é a mulher mais fascinante
que eu conheço.Estou feliz que as suas entrevistas foram boas. Minha manhã foi além de todas as expectativas.Minha tarde foi bem enfadonha em comparação.
De: Maiara Carla
Assunto: Ótima Manhã
Data: 30 de Maio de 2015 19:05
Para: Marília Mendonça
Querida SenhoraA minha manhã foi além das expectativas para mim também, apesar de você ter ficado meia que estranha depois do impecável sexo na mesa. Não
pense que eu não notei.Obrigada pelo café da manhã. Ou agradeça a Sra. Jones.Eu gostaria de fazer perguntas sobre ela depois – sem você ficar
estranha comigo de novo. Meus dedos pairam sobre o botão de enviar, e eu fico mais corajosa em saber que eu estarei do outro lado do continente há esta hora amanhã.
De: Marília Mendonça
Assunto: Publicação e Você?
Data: 30 de Maio de 2015 19:10
Para: Maiara Carla
Maiara
‘Ficar meia estranha’ não é um termo que deveria ser usado por alguém que quer fazer uma carreira em Publicação. Impecável? Comparado
ao quê, por favor me conte? E o que você precisa me perguntar sobre a Sra. Jones? Estou intrigada.
De: Maiara Carla
Data: 30 de Maio de 2015 19:17
Para: Marília Mendonça
Assunto: Você e a Senhora Jones
Querida Senhora A linguagem evolui com o tempo e vai seguindo. É algo vivo. Não está presa numa torre de marfim, cheia de obras de arte caras e com uma visão panorâmica da maior parte de Seattle com um helicóptero em seu telhado.Impecável – comparado às outras vezes que nós... qual é a sua palavra... ah, sim... fodemos. Na verdade, a foda tem sido bem impecável, ponto final, na minha humilde opinião – mas então como você sabe eu tenho uma experiência bem limitada.A Sra. Jones é uma ex-sub sua? Meus dedos pairam mais uma vez no botão de enviar, e eu pressiono.
De: Marília Mendonça
Assunto: Linguagem. Olha a boca!
Data: 30 de Maio 2015 19:22
Para: Maiara Carla
Maiara
A Sra. Jones é uma empregada valorizada. Eu nunca tive qualquer
tipo de relacionamento com ela além do profissional. Eu não emprego
ninguém com quem eu tive um relacionamento sexual. Estou chocada que você pense assim. A única pessoa que eu faria uma exceção a esta regra seria você – porque você é uma jovem brilhante com habilidades impressionantes de negociação.
No entanto, se você continuar usando essa linguagem, eu posso ter
que reconsiderar em incorporá-la a minha planilha. Estou feliz que você tem experiência limitada. A sua experiência continuará sendo limitada – apenas comigo. Eu deverei considerar impecável como um elogio... apesar de que contigo, eu nunca tenho certeza se é isso que você quer dizer, ou se o seu senso de ironia está levando vantagem sobre você... como sempre.
De: Maiara Carla
Assunto: Nem por todo Chá na China
Data: 30 de Maio de 2015 19:27
Para: Marília Mendonça
Querida Sra. Mendonça
Eu acho que já expressei as minhas reservas sobre trabalhar em sua
empresa. Minhas opiniões a respeito disso não mudaram, e não vão mudar, e nunca irão mudar. Eu devo te deixar agora já que Maraisa retornou com
comida. O meu senso de ironia e eu, te damos boa noite.Eu entrarei em contato quando estiver na Geórgia.
De: Marília Mendonça
Para: Nem Mesmo o Volúvel Chá Inglês do Café da Manhã?
Data: 30 de Maio 2015 19:29
Para: Maiara Carla
Boa noite Maiara.
Eu espero que você e o seu senso de ironia tenham um bom voo.Maraisa e eu paramos do lado de fora da área de embarque no terminal do Aeroporto Sea-Tac. Se inclinando, ela me abraça.— Aproveite Barbados, Maraisa. Tenha um maravilhoso feriado.
— Eu te vejo quando voltar. Não deixe a velha do saco de dinheiro te estressar.— Eu não vou. Nós nos abraçamos de novo – e então estou sozinha. Eu sigo até a área de check-in e fico na fila, esperando pela minha bagagem de mão. Eu não me incomodei com uma mala, só uma mochila prática que Ray me deu
no meu último aniversário.Passagem, por favor? — O jovem entediado atrás da mesa estica a mão sem olhar para mim.Espelhando o seu tédio, eu entrego a minha passagem e a minha carteira de motorista como documento. Estou esperando por um assento na janela se for possível.
— Ok, Srta. Carla. Você foi promovida para a primeira classe.— O quê?
— Senhora, você gostaria de ir até a sala de espera da primeira classe
e esperar pelo seu vôo lá. — Ele parece ter acordado e está sorrindo para mim como se eu fosse a porra do Natal e o Coelhinho da Páscoa em um mesmo pacote.— Claramente há algum erro.— Não, não. — Ele verifica a tela de seu computador novamente. —Maiara Carla – promovida. — Ele me oferece um sorriso afetado.
Aff. Eu estreito meus olhos. Ele me entrega um cartão de embarque,
e eu sigo na direção da sala de embarque da primeira classe murmurando baixinho. Maldita Marília Mendonça, controladora louca e intrometida – ela apenas não consegue deixar as coisas quietas.

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora