Capítulo 3

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-Gostaria de chá, café, água? -Pergunta voltando, novamente a atenção pra mim.

-Um copo d'água. Obrigada, -Murmuro.

-Olivia, vá buscar um copo d'água, pra Srta. Carla, por favor. Sua voz é severa. Olivia se levanta e sai de pressa e corre para uma porta do outro lado do saguão.

- Peço desculpas, Srta.Carla, Olivia é nossa nova estagiária. Sente-se, por favor, a Sra. Mendonça atenderá em cinco minutos. Olivia volta com um copo  de água com gelo.

- A qui está , Srta. Carla .

- Obrigada , A loira número três marcha até a mesa, o clique dos saltos no chão de arenito ecoando no ambiente. Ela se senta e ambas  continuam seu trabalho.
Vai ver a Sra. Mendonça, insiste em ter só funcionárias loiras. Estou me perguntando se isso não é ilegal, quando a porta do escritório se abre e um negro alto , bem-vestido e atraente com dreads curtos sai lá de dentro. Definitivamente, escolhi a roupa errada. Ele se volta para porta e diz para o lado de dentro: -Golfe está semana, Mendonça? Não escuto a resposta. Ele se vira, e me ver e sorrir, os olhos escuros e franzido nos cantos. Olivia já se levantou e chamou o elevador. Ela parece ser especialista em se levantar de um pulo. Estar mais nervosa que eu!!

- Boa tarde, senhoras - Diz ele ao entrar no elevador.

- A Sra. Mendonça vai recebe-la  agora,
Srta. Carla. Pode entrar - Diz a loira número três. Estou imóvel e bastante trêmula, tentando controlar os nervos. Pego a mochila e abandono o copo d'água e me encaminho para a porta entreaberta - Não precisa bater, basta  entrar. - Ela sorri com simpatia.

Empurro a porta, tropeço em meus próprios pés e caio estatelada no escritório, Droga: eu e o meu pé esquerdo!! caio de quatro, no vão da porta  da sala, da Sra. Mendonça e mãos delicadas me envolvem, ajudando me levantar. Maldita falta de jeito!! Tenho que me armar de coragem para erguer os olhos.  Caramba.... ela é muito jovem.

- Srta. Maraisa, - Ela estende uma de dedos longos quando já estou de pé.
- Sou Marília Mendonça. A senhorita está bem? gostaria de se sentar? Muito jovem e atraente, muito atraente. É alta e está vestindo um belo terno cinza, camisa branca e uma gravata preta, tem o cabelo loiro e olhos cinzentos vivos, que me olham com astúcia. Custo um pouco a conseguir falar. - Hum. Na verdade.... murmuro. Se ela tiver mais de trinta anos, eu sou um mico de circo. Artudida, coloco minha mão na dela e nus comprimentamos. Quando nossos dedos se tocam, sinto um arrepio excitante me percorrer. Retiro a mão rapidamente, envergonhada. Deve ser eletricidade , estática. Pisco depressa, no ritmo da minha pulsação.

- Srta. Maraisa , está indisposta e me mandou no lugar dela. Espero que não se importe , Sra. Mendonça.

- E seu nome é? A voz dela é quente, possivelmente está achando divertido. Mas é difícil dizer, por sua expressão impassível. Ela parece
Um pouco interessada, mais acima de tudo educada.

- Maiara Carla. Estudo literatura inglesa com Maraisa.....hum... a Srta. Henrique, na WSU em Vancouver.

- Entendi, diz ela simplesmente. Acho que vejo a sombra de um sorriso em sua expressão, mais não tenho certeza.

- Quer se sentar?
Ela me indica um sofá em L de couro branco.
A sala é grande de mais pra uma pessoa só. Na frente dos janelões que vai do piso ao teto, há uma enorme mesa moderna de madeira escura, ao redor, da qual seis pessoas poderiam comer confortavelmente. Ela combina com a mesinha de apoio ao lado do sofá. Todo o resto é branco, teto, chão e paredes, a não ser a parede ao lado da porta, onde há um mosaico formado por pequenas pinturas, trinta e seis quadrinhos compondo um quadrado. São excepcionais: uma série de objetos corriqueiros pintados detalhes tão preciosos que parecem fotografias. Dispostos juntos, são de tirar o fôlego....

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora