Em segundo lugar, temos muito mais papelada
que arrumar. E em terceiro lugar, ainda não sabe do que se trata. Ainda
poderia sair correndo. Veem, quero te mostrar meu quarto de jogos.
Fiquei boquiaberta. Fodo com força! Minha mãe. Isso soa tão... quente.
Mas por que vamos ver um quarto de jogos? Estou perplexa.
— Quer jogar Xbox? — Perguntei-lhe.
Riu às gargalhadas.
— Não, Maiara, nem Xbox, nem PlayStation. Venha.
Levantou-se e me estendeu a mão. Deixei que me levasse de volta
para o corredor. À direita das portas duplas, de onde viemos havia outra
porta que dava a uma escada.
Subimos ao andar de cima e viramos à direita. Retirou uma chave do
bolsinho, virou a fechadura de outra porta e respirou fundo.
— Pode partir em qualquer momento. O helicóptero está preparado
para te levar aonde queira. Pode pas desar a noite aqui e partir amanhã pela
manhã. O que disser, para mim, estará bem.
— Abre a maldita porta de uma vez, Marilia.
Abriu a porta e se afastou a um lado para que eu entrasse primeiro.
Voltei a olhá-la. Queria saber o que havia ali dentro. Parei e entrei.
E senti como se ela tivesse me transportado ao século XVI, à época da
Inquisição espanhola.
Puta merda.
O primeiro que notei foi o cheiro: couro, madeira e cera com um
ligeiro aroma de limão. É muito agradável, e a luz é tênue, sutil. Na realidade
não vejo de onde sai, de algum lugar junto ao teto e emite um resplendor
ambiental. As paredes e o teto eram de cor vinho escuro, o que dava à
espaçosa sala um efeito uterino e o chão era de madeira envernizada muito
velha. Na parede, de frente para a porta, havia um grande X de madeira, de
mogno muito brilhante, com argolas nos extremos para ficar seguro. Por
cima havia uma grande grade de ferro suspensa no teto, com no mínimo de
dois metros quadrados, da qual se penduravam todo o tipo de cordas e
algemas brilhantes. Perto da porta, dois grandes postes reluzentes e
ornados, como balaústres de um parapeito, porém maior, estavam
pendurados ao longo da parede como cortinas. Deles pendiam uma
impressionante coleção de varas, chicotes e curiosos instrumentos com
plumas.
Junto à porta havia um móvel de mogno maciço com gavetas muitas
estreitas, como se estivessem destinados a guardar amostras de um velho
museu. Por um instante me perguntei o que havia dentro. Quero saber? No
canto do fundo vejo um banco acolchoado de couro de cor vermelha, e junto
à parede, uma estante de madeira onde parecia guardar tacos de bilhar, mas
um observador atento descobriria que continha varas de diversos tamanhos
e grossura. No canto oposto havia uma sólida mesa de quase dois metros de
largura, de madeira brilhante com pernas talhadas e debaixo, dois
tamboretes combinando.
Mas o que dominava o quarto era uma cama. Era maior que as
camas de casal, com dossel de quatro postes talhados no estilo rococó.
Parecia de finais do século XIX. Debaixo do dossel via mais correntes e
algemas reluzentes. Não havia roupa de cama… apenas um colchão coberto
com um lençol vermelho e várias almofadas se seda vermelha em um
extremo.
A uns metros dos pés da cama havia um grande sofá Chesterfield,
colocado no meio da sala, de frente para a cama. Estranha distribuição…
isso de colocar um sofá de frente para a cama. E sorri comigo mesmo.
Parecia raro o sofá, quando na realidade era o móvel mais normal de toda a
sala. Levantei os olhos e observei o teto. Estava cheio de mosquetões, a
intervalos irregulares. Perguntei-me, por um segundo, para que serviam. Era
estranho, mas toda esta madeira, as paredes escuras, a tênue luz e o couro
vermelho, faziam com que o quarto parecesse doce e romântico… Era......
qualquer coisa menos isso. Era o que Marília entendia por doçura e
romantismo.
Girei e ela estava olhando-me fixamente, como supunha, com uma
expressão impenetrável. Avancei pela sala e me seguiu. As plumas tinham
me intrigado. Decidi tocá-las. Era como um pequeno gato de noves rabos,
porém mais grosso e com pequenas bolas de plástico nos extremos.
— É um chicote de tiras. — Marília disse em voz baixa e doce.
Um chicote de tiras... Nossa. Acredito que estou em estado de choque.
Meu subconsciente sumiu, ficou mudo ou simplesmente morreu. Estou
paralisada. Posso observar e assimilar, mas não articular o que sinto diante
de tudo isso, porque estou em estado de choque. Qual é a reação adequada
quando descobre que sua possível amante é uma sádica ou uma masoquista
total? Medo... sim... essa parece ser a sensação principal. Agora percebo.
Mas não dela. Não acredito que me machucaria. Bom, não sem meu
consentimento. Várias perguntas nublaram minha mente. Por quê? Como?
Quando? Com que frequência? Quem? Aproximei-me da cama e passei a
mão por um dos postes. Era muito grosso e o talhe era impressionante.
— Diga algo — Pediu Marília com um tom enganosamente doce.
— Faz com as pessoas ou fazem com você?
Franziu a boca, não sabia se divertida ou aliviada.
— Pessoas? —Piscou um par de vezes, como se estivesse pensando o
que responder. — Faço com mulheres que querem que o faça.
Não entendo.
— Se tem voluntárias dispostas a aceitá-la, o que faço aqui?
— Porque quero fazer com você, desejo.
— Oh.
Fiquei com a boca aberta. Por quê?
Fui para o outro canto do quarto, passei a mão pelo banco
acolchoado, até a cintura e deslizei os dedos pelo couro. Gosta de machucar
as mulheres. A ideia me deprimia.
— É uma sádica?
— Sou uma Ama.
Seus olhos cinza ficaram abrasadores, intensos.
— O que significa isso? — Perguntei com um sussurro.
— Significa que quero que se renda a mim, em tudo,
voluntariamente.
Olhei com o cenho franzido, tentando assimilar a ideia.
— Porque faria algo assim?
— Para satisfazer-me. — Murmurou inclinando a cabeça.
Vejo que esboçou o sorriso.
Satisfazer-me! Quer que a satisfaça! Acho que fiquei com a boca
aberta. Satisfazer Marília Mendonça. E nesse momento percebo que sim, que é
exatamente o que quero fazer.
Quero que ela desfrute comigo. É uma
revelação.
— Digamos, em termos muito simples, que quero que queira me
satisfazer. — Disse em voz baixa, hipnótica.
—Como tenho que fazer?
Senti a boca seca. Queria que tivesse mais vinho. Certo, entendo o de
satisfazê-la, mas o quarto de tortura isabelino me deixou desconcertada.
Quero saber a resposta?
— Tenho normas e quero que as aceite. São normas que te
beneficiam e me proporcionam prazer. Se cumprir essas normas para
satisfazer-me, te recompensarei. Se não, te castigarei para que aprendas. —
Sussurra. Enquanto fala comigo, olho para a estante de varas.
— E em que momento entra em jogo tudo isso? — Pergunto
apontando com a mão ao redor do quarto.
— É parte do pacote de incentivos. Tanto da recompensa como do
castigo.
— Então desfrutará exercendo sua vontade sobre mim.
— Se trata de ganhar sua confiança e seu respeito para que me
permita exercer minha vontade sobre ti. Obterei um grande prazer, inclusive
uma grande alegria, caso você se submeta. Quanto mais se submeter, maior
será minha alegria. A equação é muito simples.
— Certo, e o que eu ganho de tudo isso?
Encolheu os ombros no que pareceu um gesto de desculpa.
—A mim. — Limitou-se a responder.
Nossa… Marília me observava passar a mão pela vara.
— Maiara, não tem maneira de saber o que pensa. — Murmurou
nervosa. – Vamos voltar para baixo, assim poderei me concentrar melhor.
Desconcentro-me muito contigo aqui.
Estendeu uma mão, mas não sabia se agora queria segurá-la.
Maraisa disse que era perigosa e tinha muita razão. Como ela sabia? Era
perigosa para minha saúde, porque sabia que iria dizer que sim. E uma
parte de mim quer gritar e sair correndo por este quarto e tudo o que
representa. Sinto-me muito desorientada.
— Não vou te machucar, Maiara.
Sabia que não estava mentindo. Segurei sua mão e saí com ela do
quarto.
— Quero mostrar algo, se por acaso aceitar.
Em lugar de descer as escadas, girou a direita do quarto de jogos
como ela a chamava e avançou pelo corredor. Passamos junto a várias portas
até chegarmos à última. Do outro lado havia um dormitório com uma cama
de casal. Tudo era branco… tudo: os móveis, as paredes, a roupa de cama.
Era limpa e fria, mas como uma vista preciosa de Seattle desde a janela de
cristal.
— Este será seu quarto. Pode decorá-lo a seu gosto e ter aqui o que
quiser.
— Meu quarto? Espera que venha viver aqui? — Pergunto sem poder
dissimular meu tom horrorizado.
— Viver não. Apenas, digamos, de sexta à noite até a noite de
domingo. Temos que conversar sobre o tema e negociar. — Acrescentou em
voz baixa e duvidosa.
— Dormirei aqui?
— Sim.
— Não contigo.
—Não. Já disse. Eu não durmo com ninguém. Apenas contigo quando
se embebedou até perder o sentido. — Disse em tom de reprimenda.
Aperto meus lábios. Há algo que não se encaixa. A amável e
cuidadosa Marilia, que me resgata quando estou bêbada e me segura
amavelmente enquanto vômito e a monstra que tem um quarto especial
cheio de chicotes e algemas é a mesma?
— Onde você dorme?
— Meu quarto está abaixo. Vamos, deve sentir fome.
— É estranho, mas acho que perdi a fome. — Murmurei sem vontade.
— Tem que comer Maiara. — Chamou minha atenção.
Segurou minha mão e voltamos para o andar de baixo.
De volta para o salão incrivelmente grande, me senti inquieta. Estou
à borda de um precipício e tenho que decidir se quero saltar ou não.
— Sou totalmente consciente de que estou indo por um caminho
escuro, Maiara, e por isso quero de verdade que pense bem. Com certeza
tem coisas para perguntar-me. — Disse soltando minha mão e dirigindo-se
com passo tranquilo para a cozinha.
Eu tenho. Mas por onde começo?
— Assinou um acordo de confidencialidade, assim que pode
perguntar o que quiser e responderei.
Estou junto à bancada da cozinha e observo como abre a geladeira e
tira um prato de queijo com dois enormes cachos de uva brancas e
vermelhas. Deixa o prato sobre a mesa e começa a cortar o pão.
— Sente-se. — Disse apontando um banco junto à bancada.
Obedeço a sua ordem. Se vou aceitar, terei que me acostumar.
Percebo que se mostrou dominante desde que a conheci.
— Falou sobre os papéis.
— Sim.
— A que se refere?
— Bom, além do acordo de confidencialidade, há um contrato que
especifica o que faremos e o que não faremos. Tenho que saber quais são
seus limites, e você tem que saber quais são os meus. Trata-se de um
consenso, Maiara.
— E se não quiser?
— Perfeito. — Responde com prudência.
— Mas, não teremos nenhuma relação? — Pergunto.
— Não.
—Por quê?
— É esse o único tipo de relação que me interessa.
— Por quê?
Encolheu os ombros.
— Sou assim.
— E como chegou a ser assim?
— Por que cada um é como é? É muito difícil saber. Porque uns
gostam de queijo e outros odeiam? Você gosta de queijo? A senhora Jones,
minha governanta deixou queijo para o jantar.
Tirou dois grandes pratos brancos de um armário e colocou diante de
mim.
E agora começamos a falar sobre queijo… maldição…
— Que normas tenho que cumprir?
— Tenho por escrito. Veremos depois de jantar.
Comida… Como vou comer agora?
— De verdade, não tenho fome. — Sussurrei.
— Vai comer — Se limitou a responder.
A dominante Marília. Agora está tudo claro.
— Quer outra taça de vinho?
— Sim, por favor.
Serviu-me outra taça e sentou a meu lado. Dei um rápido gole.
— Fará bem comer, Maiara.
Peguei um pequeno cacho de uvas. Com isto sim, que posso. Ela
revirou os olhos.
— Faz muito tempo que está nisso? — Perguntou.
— Sim.
— É fácil encontrar mulheres que aceitem?
Ela olhou e levanto uma sobrancelha.
— Ficaria surpresa. — Respondeu friamente.
— Então, porque eu? De verdade, não entendo.
—Maiara, já te disse. Tem algo. Não posso me afastar de você. —
Sorriu ironicamente. — Sou um pássaro atraído pela luz. — Sua voz ficou
trêmula. —Te desejo com loucura, especialmente agora, quando morde os
lábios. — Respirou fundo e engoliu.
O estomago dava voltas. Deseja-me... de uma maneira rara... é
verdade, mas esta mulher bonita, estranha e pervertida me deseja.
— Acho que inverteu este clichê. — Respondi.
Eu sou o pássaro e ela a luz e vou me queimar. Eu sei.
— Coma!— Não. Ainda não assinei nada, assim, acho que farei o que quiser,
se não se importa.
Seus olhos se acalmaram e seus lábios esboçaram um sorriso.
— Como quiser senhorita Carla.
— Quantas mulheres? — Perguntei de uma vez, com muita
curiosidade.
— Quinze.
Nossa, menos do que pensava.
— Durante longos períodos de tempo?
— Algumas sim.
— Alguma vez machucou alguma?
— Sim.
Maldição!
— Grave?
— Não.
— Me machucaria?
— O que quer dizer?
— Se vai me machucar fisicamente.
— Te castigarei quando for necessário e será doloroso.
Acho que estou ficando enjoada. Tomei outro gole de vinho. O álcool
me dará coragem.
— Alguma vez te bateram? — Pergunto.
— Sim.
Nossa, me surpreendeu. Antes que pudesse perguntar por esta
última revelação, ela interrompeu o curso dos meus pensamentos.
— Vamos conversar no meu escritório. Quero mostrar algo.
Custa muito processar tudo isso. Fui tão inocente ao pensar que
passaria uma noite de paixão desenfreada na cama com esta mulher e aqui
estamos negociando um estranho acordo.
Segui até o escritório, um amplo cômodo com uma cortina desde o
chão até o teto. Sentou-se na mesa e apontou com um gesto para que me
sentasse em uma cadeira de couro de frente a ela e me estendeu uma folha
de papel.
— Estas são as regras. Podemos mudá-las. Formam parte do
contrato, que também te darei. Leia e comentaremos. ( não colocarei as regras aq pq são muitas 😌)
— Limites inquebráveis? — Pergunto.
— Sim. O que você não fará e o que não farei. Temos que especificar
em nosso acordo.
— Não tenho certeza se vou aceitar dinheiro para roupas. Não me
parece bem.
Me movimento incomoda. A palavra «prostituta» soa em minha cabeça.
— Quero gastar dinheiro com você. Deixa-me comprar roupa. Talvez
necessite que me acompanhe em algum ato, e quero que esteja bem vestida.
Tenho certeza que com seu salário, quando encontre um trabalho não
poderá pagar a roupa que gostaria que vestisse.
— Não terei que usar quando não estiver contigo?
— Não.
— Certo. Eu penso nisso como um uniforme.
— Não quero fazer exercícios quatro vezes por semana.
— Maiara, necessito que esteja ágil, forte e resistente. Confie em
mim, tem que fazer exercícios.
— Com certeza que não quatro vezes por semana. O que acha de
três?
— Quero que seja quatro.
— Pensei que fosse uma negociação.
Franziu os lábios.
— Certo, senhorita Carla, tem razão. O que te parece uma hora três
dias por semana e meia hora outro dia?
— Três dias, três horas. Você me dá a impressão de que se ocupará
de que faça exercício quanto estiver aqui.
Sorriu perversamente e os olhos brilharam como se sentisse aliviada.
— Sim o farei. Certo. Tem certeza de que não quer trabalhar em
minha empresa? É boa negociando.
— Não, não acho que seja uma boa ideia.
Observo a folha com suas normas. O último segredo que você precisa saber sobre mim, Srta. Carla é que eu sou intersexual. Mais isso eu já sabia.
Sabia!? Sim sabia, percebi durante o nosso beijo no elevador.
E você não ver problema nisso Carla?
Não Sr. Mendonça.
Atividade que implique contato direto com corrente elétrica, fogo e
chamas no corpo.
Uf. Ela tinha que escrever! Claro… todos estes limites pareciam
sensatos e necessários na verdade… Com certeza qualquer pessoa em seu
juízo perfeito não iria querer este tipo de coisas. Mas seu estômago ficou
enjoado.
— Quer acrescentar algo? — perguntou amavelmente.
Merda. Não tenho nem ideia. Estou totalmente perplexa. Olha para
mim e enruga a testa.
— Há algo que não queira fazer?
— Não sei.
— O que é que não sabe?
Removi incomoda e mordo os lábios.
— Nunca fiz uma coisa assim.
— Bom, há algo que não goste no sexo?
Pela primeira vez, no que parecia séculos, ruborizei.
— Pode me dizer, Maiara. Se não formos sinceros, não vai
funcionar.
Volto a me mover incomoda e olho para minhas mãos.
— Diga. — Pediu-me.
— Bom... nunca dormi com ninguém, então não sei. — Digo com uma
voz baixa.
Levantei os olhos até ela, que olhava com a boca aberta, paralisada e
pálida, muito pálida.
— Nunca? — Sussurrou.
Assenti.
— É virgem?
Assenti com a cabeça e voltei a me ruborizar. Fechou os olhos e
pareceu contar até dez, Quando os abriu, ela olhou irritada.
— Por que, porra, não me disse? — Grunhiu.
Marília percorre seu estúdio de um lado a outro passando as mãos
pelo cabelo.
As duas mãos... o que quer dizer que está duplamente zangada. Seu
férreo controle habitual parece haver rachado.
— Não entendo por que não me disse isso, — ela diz zangada.
— Não vi razão para isso. Não tenho por costume ir falando por aí
sobre a minha vida sexual. Além disso... acabamos de nos conhecer. — Olho
para as minhas mãos. Por que me sinto culpada? Por que está tão zangada?
Olho para ela.
— Bom, agora sabe muito mais de mim — diz-me bruscamente, e
aperta os lábios. —Sabia que não tinha muita experiência, mas... virgem! —
Ela fala como se fosse um insulto.
— Inferno, Mai, eu acabo de te mostrar... — queixa-se. — Já beijaram você alguma vez, sem que tenha sido eu?
— Claro que sim, — respondo-lhe tentando parecer ofendida. Ok...
talvez, duas vezes.
— E nenhum rapaz bonito a fez se apaixonar? Realmente, não
entendo. Tem vinte e um anos, quase vinte e dois. Você é bonita. — Volta a
passar a mão pelo cabelo.
Bonita. Ruborizo-me de alegria. Marília Mendonça me considera bonita.
Entrelaço os dedos e olho para ela fixamente, tentando dissimular meu
estúpido sorriso. Talvez ela seja míope, meu subconsciente adormecido
levanta a cabeça. Onde estava quando eu necessitava dela?
— E você está realmente falando sobre o que quero fazer, quando não
tem experiência?
Junta suas sobrancelhas outra vez.
— Por que evitou o sexo? Conte-me, por favor.
Encolho os ombros.
— Ninguém realmente, você sabe... — Ninguém me fez sentir assim, só
você. E no final, você é uma espécie de monstro. — Por que está tão zangada
comigo? — sussurro-lhe.
— Não estou zangada contigo, estou zangada comigo mesmo. Eu
pensei que... — ela suspira. Ela olha atentamente para mim e balança a
cabeça. — Quer partir ? — pergunta-me, em tom gentil.
— Não, a menos que você queira que eu parta — murmuro. Oh não...
Eu não quero partir.
Claro que não. Eu gosto tê-la aqui. — Ela me diz franzindo o cenho
e dá uma olhada ao relógio. — É tarde. — E volta a levantar os olhos para
mim. — Você está mordendo o lábio. — Diz-me com voz rouca e me olha
especulativa.
— Desculpe.
— Não se desculpe. É que eu também quero mordê-lo, forte.
Fico boquiaberta... Como pode me dizer essas coisas e esperar que não
me afetem?
— Venha, — Ela murmura.
— O que?
— Vamos arrumar o problema agora mesmo.
— O que quer dizer? Que problema?
— Seu problema, Mai. Vou fazer amor com você, agora.Soltei dois de uma vez agora só volto se eu ganhar pelo menos 20 estrelinhas, e 20 comentários.....
Pliss☺️No próximo cap, Marilhão vai resolver o problema da Mai 😏🔥🥵
Tchau gatinhas 😘
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Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)
FanfictionQuando Maiara Carla entrevista a jovem empresária Marilia Mendonça. Descobre nela uma mulher atraente, brilhante e profundamente dominadora.ingenua e inocente,Maiara se surpreende ao perceber que, a despeito da inigmatica reserva de Mendonça, está d...