Ela é Muito Areia Para Meu Caminhãozinho

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Adrenalina percorre meu corpo, seja por ter escapado por um triz do ciclista, seja por está próxima a Marília, e fico agitada e fraca. Não!!! Grita o meu inconsciente enquanto Mendonça se afasta,. deixando-me desconsolada. Ela mantém as mãos em meus ombros, mais está distante, observando minhas reações com cuidado, e só consigo pensar que queria ser beijada, deixei isso bastante óbvio, e ela não me beijou. Ela não me quer, ela realmente não me quer. Estraguei nosso encontro de modo, magnífico.

Entendi, respiro conseguindo falar.
Obrigada, murmuro coberta de humilhação. Como pude interpretar tão mal a situação entre nós? Preciso me afastar dela.

Pelo quê?
Ela franze a testa, não tirou as mãos de mim.

Por me salvar.
Digo em voz baixa.

Aquele indiota estava na contra mão. Ainda bem que eu estava aqui, nem quero pensar no que poderia ter acontecido com você. Quer ir ao hotel, se sentar um pouco?

Ela me solta, deixando as mãos caírem ao lado do corpo. E fico parada na sua frente me sentindo uma idiota.

Balançando a cabeça, clareio as ideias. Só quero ir embora. Todas as minhas esperanças vagas e desarticuladas foram destruídas, ela não me quer. No que eu estava pensando? Eu me repreendo, o que Marília Mendonça ia querer com você? Meu inconsciente zomba de mim. Envolvo-me com os braços e ao me virar para rua, vejo com alívio o homenzinho verde está aceso, atravesso depressa, conciente de que Mendonça está atrás de mim. Do lado de fora do hotel, viro-me rapidamente para encara-la, mais não consigo olhar em seus olhos.

Obrigada pelo chá, e por posar para as fotos. Murmuro

Maiara.... eu....
Ela para, e como a angústia em sua voz exige minha atenção, olho de má vontade para ela. Seus olhos cinzentos estão tristes quando ela passa a mão pelo cabelo. Ela parece dividida, frustrada, a expressão fria, sem todo aquele cuidadoso controle.

Oque, Marília? Digo com irritação, depois que ela não diz nada.

Só quero ir embora, preciso levar dali, meu frágil orgulho ferido e cuidar para que ele se recupere.

Boa sorte, nas provas.
Murmura ela.
Há? É por isso que ela parece tão desolada? Está é a grande despedida?
Só me deseja sorte nas provas?

Obrigada,. não consigo disfarçar o sarcasmo na voz, até logo Sra. Mendonça.
Dou meia volta, vagamente espantada por não tropeçar, e sem olhar de novo pra ela, sumo na calçada em direção a garagem subterrânea.

Uma vez sobre o concreto frio e escuro da garagem com sua triste luz fluorecente, encosto na parede e ponho as mãos na cabeça. No que eu estava pensando? Lágrimas espontânea e inportunas se a comulam em meus olhos. Porque eu estou chorando? Vou afundando no chão, irritada comigo mesma por essa reação insensata.

Levantando os joelhos eu me encolho toda, quero me torna o menenor possível, talvez a dor absurda fique menor se eu diminuir. Encostando a cabeça nos joelhos, deixo as lágrimas caírem a vontade. Estou chorando a perca de algo que eu nunca tive, que ridículo, chorar por algo que nunca existiu. Minhas esperanças perdidas, meus sonhos perdidos, minhas expectativas destruídas. Nunca fui rejeitada, tudo bem..... sempre fui uma das últimas a ser escolhida para basquete e voley, mais eu entendia isso.
Correr fazendo outra coisa ao mesmo tempo, como pular ou jogar uma bola não é minha praia, sou um sério estorvo em qualquer campo esportivo.

Romanticamente porém eu já mais me expus, uma vida de insegurança sou muito pálida, muito magra, muito desleixada, descordenada, minha lista de defeitos é longa. Sempre fui eu a repelir quais quer possíveis admiradores. Houve aquele cara na aula de química que gostava de mim, mas ninguém já mais despertou meu interesse, ninguém exceto a filha da mãe de Marília Mendonça, talvez eu pudesse ser mais simpática com os homens, como Dantas Clayton, e até com Japinha, embora tenha certeza de que nenhum deles foi encontrado chorando soluçando sozinho em um lugar escuro. Talvez eu só precise de uma choradeira

Pare!! Pare agora!!!. Meu inconsciente parece grita pra mim de braços cruzados batendo o pé de frustração. Entre no carro e vá para casa estude, esqueça ela.... agora! E chega dessa porcaria de altapiedade lamuriosa, respiro fundo para me alcamar e me levanto. Controle-se, Maiara! Encaminho-me para o carro de Maraisa, e enxugando as lágrimas. Não vou pensar nela de novo, posso simplesmente assumir esse incidente como uma experiência positiva e me concentrar nas provas.

Maraisa está sentada a mesa de jantar diante do laptop quando chego. Seu sorriso acolhedor murcha quando me vê.

Maiara, o que houve?
Há, não.... sem a inquisição de Maraisa Henrique, balanço a cabeça a maneira Carla de se pedir para ser deixada em paz, mas é como se eu tivesse lidando com uma cega, surda e muda.

Você andou chorando.
Ela tem um talento excepcional para afirma o óbvio as vezes.

O que aquela filha da mãe fez com você? Resmunga ela com uma  cara  que nossa assusta.

Nada Maraisa....
Na verdade o problema é esse. A ideia me faz dá um sorriso irônico.

Então porque andou chorando?
Você nunca chora. Diz ela, num tom mais suave e se levanta, os olhos castanhos cheios de preocupação, e me dá um abraço, preciso dizer só uma coisa só para que ela me deixe em paz.

Quase fui atropelada por um ciclista.
É o melhor que consigo dizer, mais isso a destrai momentaneamente....


Nossa Maiara você está bem? Ficou machucada? Ela faz um rápido exame visual em mim....

Não. Marília me salvo, murmuro, mais fiquei muito abalada.

Imagino, como foi o encontro? Sei que você odeia café.

Tomei chá, foi ótimo nada pra contar de fato, não sei por que ela me convidou.

Ela gosta de você, Maiara.
Ela me larga.

Não gosta mais. Não vou encontrá-la de novo.
Sim, consigo falar num tom neutro.

Como assim?

Droga ela está intrigada, vou para a cozinha pra ela não poder ver o meu rosto.

Pois é ela é muito areia para meu caminhãozinho,
Maraisa, digo num tom mais seco que consigo.

Como assim?

Ah, Maraisa isso é evidente.
Viro-me e a encaro ali parada na porta da cozinha.

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora