A chama da vela é demasiada quente. Ela treme e dança sobre a
brisa morna, uma brisa que não traz nenhum alivio para o calor. Suave
como asas de gaze elas batem de um lado para outro na escuridão,
polvilhando escalas empoeiradas no círculo de luz. Eu estou lutando para
resistir, mas estou atraída. E então é tão brilhante, eu estou voando muito
perto do sol, deslumbrada pela luz, frita e derretendo do calor, cansada de
meus empenhos para ficar no ar. Eu estou tão quente. O calor… é sufocante,
insuportável. Ela me acorda.
Eu abro meus olhos e eu estou envolta em Marília Mendonça. Ela está
embrulhada ao meu redor como uma bandeira da vitória. Ela está
profundamente adormecida com sua cabeça em meu peito, seu braço sobre
mim, segurando-me perto, uma de suas pernas está jogada e enganchada
em torno das minhas. Ela está me sufocando com o calor de seu corpo, ela é
pesada. Eu tomo um momento para absorver que ela está ainda em minha
cama e dormindo, já tem luz lá fora, é de manhã. Ela passou a noite inteira
comigo.
Meu braço direito está estendido, sem dúvida em busca de um lugar
fresco, e como eu processo o fato que ela está ainda comigo, o pensamento
ocorre que eu posso tocá-la. Ela está adormecida. Timidamente, eu levanto a
minha mão e corro as pontas de meus dedos sobre as suas costas. Profunda,
em sua garganta, eu ouço um gemido fraco, angustiado e ela se mexe. Ela
aninha em meu tórax, inalando profundamente enquanto ela desperta.
Sonolenta, piscando, os seus olhos cinza se encontram com os meus de
baixo de seus cabelos despenteados.
— Bom dia, — ela murmura e franze a testa. — até em meu
sono eu estou atraída por você. — Ela se move devagar, descolou seus
membros de mim enquanto ela se ajeita. Eu me tornei ciente de sua ereção
contra meu quadril. Ela nota a minha reação em meus olhos, ela sorri um
sorriso sensual e lento.
— Hmm… isso tem possibilidades, mas eu penso que nós deveremos
esperar até domingo. — Ela se inclina e fuça minha orelha com seu nariz.
Eu ruborizo, entretanto eu sinto sete tons de escarlate do seu calor.
— Você é muito quente, — eu murmuro.
— Você não é tão ruim, — ela murmura e se aperta contra mim,
sugestivamente.
Eu corei um pouco mais. Não foi isso que eu quis dizer. Ela se escora
em cima em seu cotovelo e olha para mim, divertida. Ela inclina-se, e para
minha surpresa, planta um beijo gentil em meus lábios.
— Dormiu bem? — Ela pergunta.
Eu concordo com a cabeça, olhando fixamente para ela, e eu percebo
que eu dormi muito bem, exceto talvez pela última meia hora, quando eu
estava com muito calor.
— Eu também. — Ela franze a testa. — Sim, muito bem. — Ela
levanta suas sobrancelhas surpresa e confusa.
— Que horas são?
Eu olho para o meu relógio.
— É 7:30.
— 7:30… merda. — Ela saiu da cama e pegou a sua calça jeans.
Foi minha vez de olhar divertida, enquanto me sento. Marília Mendonça
está atrasada e agitada. Isso é algo que eu nunca vi antes. Eu tardiamente
percebo que meu traseiro não está mais dolorido.
— Você é uma péssima influência para mim. Eu tenho uma reunião.
Eu tenho que ir, tenho que estar em Portland às oito. Você está sorrindo
para mim?
— Sim.
Ela sorri.
— Eu estou atrasada. Eu não costumo me atrasar. Outra primeira
vez, Senhorita Carla. — Ela puxa em seu casaco e em seguida se abaixa e
agarra minha cabeça, com uma mão de cada lado.
— Domingo, — ela disse, e a palavra estava carregada com uma
promessa não dita.
Minhas entranhas se contraem e então se descontraem em uma
antecipação deliciosa. A sensação é esquisita. Que inferno, se minha cabeça
estivesse à altura do meu corpo. Ela inclina-se e beija-me rapidamente. Ela
pega as suas coisas na minha mesa de cabeceira e os sapatos, que ela não
coloca.
— Taylor virá avaliar o seu Fusca. Eu estava falando sério. Não o
dirija. Vejo você em minha casa no domingo. Vou enviar um e-mail para você
mais tarde. — E como um vendaval, ela se foi.
Nossa... Marília Mendonça passou a noite comigo, e eu me sinto
descansada. E não houve sexo, só carinho. Ela me disse que ela nunca
dormiu com ninguém, mas ela dormiu comigo três vezes.
Sorri e lentamente sai da minha cama. Eu me sinto mais otimista do
que eu tenho pelo último dia ou assim. Dirijo-me à cozinha, precisando de
uma xícara de chá.
Depois do café da manhã, tomo banho e me visto rapidamente para
meu último dia em Clayton. É o fim de uma era, adeus para o Sr. & Sra.
Clayton, WSU, Vancouver, o apartamento, meu Fusca. Olho para o relógio, é
só 7:52. Eu tenho tempo.
De: Maiara Carla
Assunto: Ataque e Espancamento: Os efeitos posteriores
Data: 27 de maio 2015 08:05
Para: Marília Mendonça
Querida Sra. Mendonça
Você queria saber por que eu me senti confusa depois que você, que
eufemismo devemos aplicar, espancada, castigada, batida, atacada. Bem,
durante todo o processo alarmante eu me senti humilhada, aviltada e
abusada. E para minha grande mortificação, você está certo, eu estava
excitada, o que foi inesperado. Como você bem sabe, todas as coisas sexuais
são novas para mim, eu gostaria de ser mais experiente e, portanto, mais
preparada. Fiquei chocada ao me sentir excitada.
O que realmente me preocupou foi como me senti depois. E isso é
mais difícil de articular.
Fiquei feliz por que você estava feliz. Senti-me aliviada por não ser tão
doloroso quanto eu pensei que seria. E quando eu estava deitada em seus
braços, me senti saciada. Mas me sinto muito desconfortável, até culpada,
me sentindo dessa forma. Não combina bem comigo, eu estou confusa como
resultado. Isso responde a sua pergunta?
Espero que o mundo de Fusões e Aquisições seja tão estimulante
como sempre… e que você não tenha se atrasado muito.
Obrigado por ficar comigo.
De: Marília Mendonça
Assunto: Livre Sua Mente
Data: 27 de maio 2015 08:24
Para: Maiara Carla
Interessante… ligeiramente exagerada no titulo, Senhorita Carla.
Para responder aos seus pontos:
• Eu vou continuar com as palmadas, assim como está.
• Então você se sentiu humilhada, vil, abusada e agredida, você é
muito Tess Durbeyfield. Creio que foi você quem decidiu pela degradação se
bem me lembro. Você realmente sente assim ou você pensa que você deveria
se sentir assim?
São duas coisas muito diferentes. Se é assim que você se sente, você
acha que poderia tentar e abraçar estes sentimentos , lidar com eles, por
mim? Isso é o que uma submissa faria.
• Eu sou grata por sua inexperiência. Eu valorizo isso, e eu estou só
começando a entender o que significa. Simplificando… isso significa que você
é minha em todos os sentidos.
• Sim, você ficou excitada, que por sua vez é muito excitante, não há
nada de errado com isto.
• Feliz nem sequer começa a definir o que senti. Alegria estática
chega perto.
• Surra de punição dói muito mais que surra sensual. De modo que,
é quase tão difícil para quem dá quanto para quem recebe. A menos que,
naturalmente, você cometa alguma transgressão grave, caso em que usarei
alguns implementos para castigar você. Minha mão estava muito dolorida.
Mas eu gosto disso.
• Eu me senti muito saciada, muito mais do que você poderia saber.
• Não desperdice sua energia em culpa, sentimentos de injustiça, etc.
Nós somos adultas responsáveis e o que nós fazemos atrás de portas
fechadas está entre nós mesmos. Você precisa liberar a sua mente e escutar
o seu corpo.
• O mundo de M&A não é quase tão estimulante quanto você é
Senhorita Carla.
Caramba… minha em todos os sentidos. Minha respiração disparou.
De: Maiara Carla
Assunto: Consentindo Adultos!
Data: 27 de maio 2015 08:26
Para: Marília Mendonça
Você não está em uma reunião?
Eu estou muito contente por sua mão estar dolorida.
E se eu escutasse o meu corpo, eu estaria no Alasca agora.
PS: Eu pensarei sobre abraçar estes sentimentos.
De: Marília Mendonça
Assunto: Você não chamou a policia
Data: 27 de maio 2015 08:35
Para: Maiara Carla
Senhorita Carla
Eu estou em uma reunião discutindo mercados futuros, se você
estiver realmente interessada.
Para o registro: você permaneceu ao meu lado sabendo o que eu iria
fazer.
Você não fez, em qualquer momento me pediu para parar, você não
usou qualquer uma das palavras seguras.
Você é uma adulta e você tem escolhas.
Francamente, eu estou ansiosa pela próxima vez que minha mão
esteja a tocando com dor.
Você, obviamente não está escutando a parte certa de seu corpo.
O Alasca é muito frio e sem nenhum lugar para correr. Eu acharia
você.
Eu posso controlar o seu telefone celular, lembrar?
Vá trabalhar.
Eu franzi a testa para a tela. Ela está certa, claro. É minha escolha.
Hmm. Ela está falando sério sobre me achar, eu devia decidir fugir durante
algum tempo? Minha mente voou brevemente para a oferta da minha mãe.
Eu bato resposta.
De: Maiara Carla
Assunto: Espreitador
Data: 27 de maio 2015 08:36
Para: Marília Mendonça
Você buscou terapia para suas propensões de assediadora?
De: Marília Mendonça
Assunto: Espreitador? Eu?
Data: 27 de maio 2015 08:38
Para: Maiara Carla
Eu pago ao eminente Dr. Flynn uma pequena fortuna para que ele se
ocupe de minhas tendência de assédio e de outras propensões.
Vá trabalhar.
De: Maiara Carla
Assunto: Charlatões caros
Data: 27 de maio 2015 08:40
Para: Marília Mendonça
Eu posso humildemente sugerir que você busque uma segunda
opinião?
Eu não estou certa que esse Dr. Flynn é muito efetivo.
De: Marília Mendonça
Assunto: Segundas Opiniões
Data: 27 de maio 2015 08:43
Para: Maiara Carla
Não é da sua conta, humilde ou não, mas Dr. Flynn é a segunda
opinião.
Você terá que acelerar em seu novo carro, pondo você mesma em
risco desnecessário, penso que isto é contra as regras.
VÁ TRABALHAR.
De: Maiara Carla
Assunto: ALTOS CAPITAIS
Data: 27 de maio 2015 08:47
Para: Marília Mendonça
Como o objeto de suas propensões é espreitar, eu penso que é da
minha conta realmente.
Eu não assinei ainda. Então não há limites de regras. E eu não
começo até as 9:30.
De: Marília Mendonça
Assunto: Linguística descritiva
Data: 27 de maio 2015 08:49
Para: Maiara Carla
Sem limites? Não sei onde isso aparece no Dicionário Webster.
De: Maiara Carla
Assunto: Linguística descritiva
Data: 27 de maio 2015 08:52
Para: Marília Mendonça
Está entre excesso de controle e perseguidora.
E linguística descritiva é um limite duro para mim.
Você vai parar de me aborrecer agora?
Eu gostaria de ir trabalhar em meu novo carro.
De: Marília Mendonça
Assunto: Jovem desafiadora, mas divertida
Data: 27 de maio 2015 08:56
Para: Maiara Carla
A palma da minha mão está coçando.
Dirija com segurança, Senhorita Carla.
O Audi é uma alegria para dirigir. Tem direção hidráulica. Wanda,
meu Fusca, não tem nenhum poder, de qualquer jeito, então meu treino
diário, dirigindo meu Fusca, cessará. Oh, mas eu terei um instrutor de
educação física particular para enfrentar, de acordo com as regras de
Marília. Eu franzo a testa. Odeio me exercitar.
Enquanto eu estou dirigindo, eu tento analisar a nossa troca de e- mails. Ela é um paternalista filho da puta, às vezes. E então eu penso sobre
Ruth e eu me sinto culpada. Mas, claro, ela não era sua mãe biológica.
Hmm isso é um mundo inteiro de dor desconhecida. Bem, paternalista filho
da puta funciona bem, então. Sim. Eu sou uma adulta, obrigado por me
lembrar, Marília Mendonça é a minha escolha. O problema é, eu só quero
Marília Mendonça, não toda sua… bagagem. E agora ela tem uma bagagem para
encher um 74727. Eu não poderia simplesmente deitar-me e abraça-la?
Como uma submissa? Eu disse que ia tentar. Isso é uma enorme pergunta.
Eu puxo o carro para o estacionamento de Clayton. Enquanto faço
meu caminho, eu mal posso acreditar que é meu último dia. Felizmente, a
loja está ocupada e o tempo passa depressa. Na hora do almoço, o Sr.
Clayton me convoca parar ir ao almoxarifado. Ele está em pé ao lado de um
motoboy.
— Senhorita Carla? — O motoboy pergunta. Eu franzo a testa
interrogativamente para o Sr. Clayton, que encolhe os ombros, tão perplexo
quanto eu. Meu coração afunda. O que Marília me enviou agora? Eu
assino o pacote pequeno e abro imediatamente. É um BlackBerry. Meu
coração afunda ainda mais. Eu o deixo ligado.
De: Marília Mendonça
Assunto: BlackBerry SOB EMPRÉSTIMO
Data: 27 de maio 2015 11:15
Para: Maiara Carla
Eu preciso ser capaz de contatar você em todos os momentos, e uma
vez que esta é sua forma mais honesta de comunicação, eu percebi que você
precisava de um BlackBerry.
Assunto: O consumismo Enlouquecido
Data: 27 de maio 2015 13:22
Para: Marília Mendonça
Eu penso que você precisa chamar o Dr. Flynn agora mesmo.
Suas tendências de perseguidora estão numa correria louca.
Eu estou no trabalho. Vou enviar um e-mail para você quando eu
chegar em casa.
Obrigado por mais este dispositivo.
Eu não estava errada quando disse que você era uma total
consumista.
Por que você faz isto?
De: Marília Mendonça
Assunto: Sagacidade de uma jovem
Data: 27 de maio 2015 13:24
Para: Maiara Carla
Direto no ponto, como sempre, Senhorita Carla.
Dr. Flynn está de férias.
E eu faço isto porque posso.
Eu coloquei a coisa em meu bolso de trás, já o odiando. Trocar e-mail
com Marília é viciante, mas eu devo trabalhar. Ele vibra uma vez contra o
meu traseiro… que hábil, eu ironicamente penso, mas convocando toda a
minha força de vontade, eu o ignoro.
As quatro, o Sr. e Sra. Clayton reúnem todos os outros empregados
na loja, e durante um discurso embaraçoso de enrolar o cabelo, presenteia- me com um cheque de trezentos dólares.
Naquele momento, vêm em minha mente os acontecimentos das três
últimas semanas de exames, graduação, intensas fodidas com um bilionário,
defloração, limites duros e suaves, salas de jogos sem consoles, passeios de
helicóptero e o fato que eu me mudarei amanhã. Incrivelmente, eu me
seguro. Meu subconsciente está com temor. Eu abraço os Claytons bem
apertado. Eles foram gentis e generosos como empregadores, eu vou sentir
falta deles.
Maraisa está saindo de seu carro quando eu chego em casa.
— O que é isto? — Ela diz acusadoramente, apontando para o Audi.
Eu não posso resistir.
— É um carro, — eu satirizo. Ela estreita os olhos, e por um breve
momento, eu me pergunto se ela vai me pôr através de seus joelhos também.
— Meu presente de formatura. — Eu tento agir com indiferença. Sim, eu
recebo carros caros, dados para mim todos os dias. Ela fica de boca aberta.
— Generosa, a bastarda acima de tudo, não é?
Concordo com a cabeça.
— Eu tentei não aceitá-lo, mas francamente, não vale apena a briga.
Maraisa aperta os lábios.
— Não admira que você esteja tão sobrecarregada. Eu notei que ela
ficou.
— Sim. — Eu sorrio melancolicamente.
— Vamos terminar de empacotar?
Concordo com a cabeça e sigo-a para dentro. Eu verifico o e-mail de
Marília.
De: Marília Mendonça
Assunto: Domingo
Data: 27 de maio 2015 13:40
Para: Maiara Carla
Devo vê-la à 1 da tarde de domingo?
O médico estará em Escala para vê-la às 1:30.
Eu estou partindo para Seattle agora.
Espero que sua mudança seja ok, eu estou ansiosa por domingo.
Droga, ela poderia estar discutindo o tempo. Eu decido enviar um e- mail assim que nós terminarmos a embalagem, ela pode ser um minuto tão
divertida, e então ela pode ser tão formal e sufocante. É difícil de continuar.
Honestamente, é como um e-mail para um empregado. Eu desvio meu olhar
desafiadoramente e me junto a Maraisa para embalar.
Maraisa e eu estamos na cozinha quando ouvimos uma batida na porta.
Taylor está na varanda, me olhando em seu terno impecável. Eu noto o
rastro de ex-soldado em seu corte de cabelo curto, físico elegante, e seu
olhar frio.
— Senhorita Carla, — ela diz. — Eu vim por seu carro.
— Oh sim, claro. Entre, eu vou pegar as chaves.
Seguramente isto está acima e além da chamada do dever. Eu
pergunto-me novamente a descrição do trabalho de Taylor. Eu lhe entrego as
chaves, e nós andamos em um silêncio desconfortável para mim, em direção
ao meu Fusca azul claro. Abro a porta e removo a lanterna do porta-luvas. É
isto aí.
Não tem mais nada de pessoal em Wanda. Adeus, Wanda. Obrigada.
Eu acaricio seu teto enquanto fecho a porta do passageiro.
— Há quanto tempo você trabalha para a Sra. Mendonça? — Eu pergunto.
— Quatro anos, Senhorita Carla.
De repente, eu tenho um desejo irresistível de bombardeá-lo com
perguntas. O que este homem deve saber sobre Marília, todos os seus
segredos. Entretanto, ele provavelmente assinou um contrato de
confidencialidade.
Eu olho nervosamente para ele. Ele tem a mesma expressão taciturna
de Ray, e amorno com ele.
— Ela é uma boa Mulher, Senhorita Carla, — ele diz, e ele sorri
ligeiramente. Com isto, ele me dá um aceno de cabeça, sobe em meu carro e
vai embora.
Apartamento, Fusca, Claytons, é tudo mudança agora. Eu agito
minha cabeça enquanto eu vago de volta para dentro. E a maior mudança de
todas é Marília Mendonça. Taylor pensa que ela é uma boa mulher.
Posso acreditar nele?
Japinha junta-se nós com comida chinesa em caixas para viagem, às
oito. Nós terminamos. Está tudo empacotado e pronto para mudar. ElA traz
várias garrafas da cerveja, Maraisa e eu nos sentamos no sofá enquanto ela está
de pernas cruzadas no chão, entre nós. Nós assistimos porcarias na TV,
bebemos cerveja, e quando a noite avança, nós ternamente e em voz alta
relembramos, enquanto a cerveja faz seu efeito. Foram quatro anos muito
bons.
O clima entre Japinha e eu voltou ao normal, o beijo tentado foi
esquecido. Bem, ele foi varrido para debaixo do tapete que minha deusa está
deitada em cima, comendo uvas e tocando seus dedos, a espera, não muito
pacientemente, do domingo. Ouvimos uma batida na porta e meu coração
pula até a minha garganta. Será?
Maraisa responde a porta e está quase pulando fora de seus pés por
Elliot. Ele a segura num abraço de Hollywood, e rapidamente o abraço se
transforma num apaixonado beijo no estilo europeu. Honestamente…
consigam um quarto. Japinha e eu olhamos fixamente um para o outro. Estou
estarrecida com a falta de modéstia.
— Vamos caminhar até o bar? — Eu peço a Japinha, que acena com a
cabeça freneticamente. Nós estamos muito desconfortáveis com o desenrolar
de sexo desenfreado diante de nós. Maraisa olha para mim, corada e com os
olhos brilhantes.
— Japinha e eu estamos saindo para uma bebida rápida. — Afasto meus
olhos dos dela. Ha! Eu ainda posso afastar a vista quando eu quero.
— Certo, — ela sorri.
—Oi Elliot, adeus Elliot.
Ele pisca um grande olho azul para mim, e Japinha e eu estamos fora da
porta, dando uma risadinha, como adolescentes. Enquanto nós passeamos
até o bar, eu ponho meu braço no de Japinha. Nossa ela é tão descomplicada.
— Eu realmente não apreciei isto antes.
— Você ainda virá para a abertura de minha amostra, não é?
— Claro, Japinha, quando é?
— 9 de junho.
— Que dia é? — De repente eu entrei em pânico.
— É uma quinta-feira.
— Sim, eu devo vir… e você nos visitará em Seattle?
— Tente me parar. — Ela sorri.
É tarde quando eu volto do bar. Maraisa e Elliot não estão em nenhum
lugar para serem vistos, mas menino, eles podem ser ouvidos. Puta merda.
Espero que eu não seja tão barulhenta. Eu sei que Marília não é. Eu
ruborizo com o pensamento e fujo para o meu quarto. Depois de um abraço
não de todo desajeitado, mas breve, Japinha se foi. Eu não sei quando a verei
novamente, provavelmente, na sua apresentação fotográfica, e mais uma vez,
estou encantada por ela finalmente ter uma exposição. Vou sentir faltar e de
seu charme de menino. Eu não pude contar-lhe sobre o Fusca, eu sei que ela
vai pirar quando descobrir, mas só posso lidar com uma mulher de cada vez
pirando a minha volta. Uma vez no meu quarto, eu verifico o computador, e
claro, tem um e-mail de Marília.
De: Marília Mendonça
Assunto: Onde você está?
Data: 27 de maio 2015 22:14
Para: Maiara Carla
‘Eu estou no trabalho. Vou enviar e-mail para você quando eu chegar
em casa.’
Você está ainda no trabalho ou você empacotou o seu telefone,
BlackBerry e MacBook?
Ligue-me, ou posso ser forçada a ligar para Elliot.
Droga… Japinha… merda.
Eu agarro meu telefone. Cinco chamadas perdidas e uma mensagem
de voz. Como tentativa, eu escuto a mensagem. É Marília.
‘Eu acho que você precisa aprender a administrar minhas
expectativas. Eu não sou uma mulher paciente. Se você disser que vai entrar
em contato comigo quando você terminar de trabalhar, então você deve ter a
decência de fazê-lo. Caso contrário, eu me preocupo, e não é uma emoção que
eu estou familiarizada, e eu não tolero isto muito bem. Ligue-me.’
Merda dupla. Será que ela vai me dar uma pausa? Eu olho de cara
feia para o telefone. Ela está me sufocando. Com um medo profundo
enrolando em meu estômago, eu procuro o seu número e aperto para ligar.
Meu coração está em minha boca enquanto eu espero por ela responder. Ela
provavelmente gostaria de bater sete sombras de demônios de mim. O
pensamento está me deprimindo.
— Oi, — ela diz baixinho, e sua resposta me deixa fora de equilíbrio,
porque eu estou esperando sua raiva, mas que qualquer coisa, ela parece
aliviada.
— Oi, — eu murmuro.
— Eu estava preocupada com você.
— Eu sei. Eu sinto muito por não responder, mas eu estou bem.
Ela faz uma pausa.
— Você teve uma noite agradável? — Ela é decisivamente cortês.
— Sim. Nós terminamos de empacotar e Maraisa e eu compartilhamos
comida chinesa com Japinha. — Eu fecho meus olhos firmemente quando digo o
nome de Japinha. Marília não diz nada.
— E você? — Pergunto para preencher o abismo ensurdecedor do
silêncio repentino. Eu não vou deixar que ela me faça sentir culpada sobre
Japinha.
Eventualmente, ela suspira.
— Eu fui a um jantar para angariar fundos. Foi mortalmente
maçante. Saí logo que pude.
Ela soava tão triste e resignada. Meu coração apertou. Fico
imaginando-a em todas aquelas noites sentada atrás do piano em sua
enorme sala de estar e a melancolia agridoce insuportável da música que ela
estava tocando.
— Eu gostaria que você estivesse aqui, — eu sussurro, porque eu
tenho vontade de segurá-la. Acalma-la.
Embora ela não me permita. Eu quero sua proximidade.
— Gostaria? — Ela murmura suavemente. Maldição. Isto não soa
como ela, e meu couro cabeludo parece ter espinhos brotando, de apreensão.
— Sim, — eu respiro. Depois de uma eternidade, ela suspira.
— Verei você domingo?
— Sim, domingo, — eu murmuro, e uma onda de excitação atravessa
meu corpo.
— Boa noite.
— Boa noite, Senhora.
Minha continência a pega desprevenida, e eu ouvir seu suspiro.— Boa sorte com sua mudança amanhã, Maiara. — Sua voz é
suave. E nós duas estamos pendurados no telefone como adolescentes,
quando nenhum dos dois quer desligar.
— Você desliga, — eu sussurro. Finalmente, eu sinto seu sorriso.
— Não, você desliga. — E eu sei que ela está sorrindo.
— Eu não quero.
— Nem eu.
— Você estava muito brava comigo?
— Sim.
— Você ainda está?
— Não.
— Então você não vai me castigar?
— Não. Eu sou uma mulher de age conforme o momento.
— Eu notei.
— Você pode desligar agora, Senhorita Carla.
— Você realmente me quer, Senhora?
— Vá para a cama, Maiara.
— Sim, Senhora.
Nós dois permanecemos na linha.
— Você sempre acha que vai ser capaz de fazer o que diz? — Ela está
divertida e irritada ao mesmo tempo.
— Talvez. Vamos ver depois de domingo. — E eu aperto ‘fim' no
telefone.
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Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)
FanfictionQuando Maiara Carla entrevista a jovem empresária Marilia Mendonça. Descobre nela uma mulher atraente, brilhante e profundamente dominadora.ingenua e inocente,Maiara se surpreende ao perceber que, a despeito da inigmatica reserva de Mendonça, está d...