Capítulo 8

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Meu coração está palpitando. O elevador chega ao primeiro andar, e saiu às pressas tão logo as portas se abrem. Tropeço de novo mas felizmente, sem me estatelar no imaculado piso de arenito. Corro para as largas portas de vidros e logo estou livre ao ar revigorante, limpo e úmido de Seattle. Erguendo o rosto recebo com prazer a chuva refrescante. Fecho os olhos e respiro fundo, purificando-me, tentando recuperar o equilíbrio que me resta. Mulher nenhuma jamais me afetou como Marília Mendonça, e não consigo entender porquê. Será sua aparência? Sua educação? Riqueza? Poder? Não entendo minha reação? Irracional. Dou um imenso suspiro de alívio. O que foi aquilo tudo, pelo amor de Deus? Encostada nos pilares de aço do prédio, tento valentimente me acalmar e organizar meus pensamentos, balanço a cabeça, o que foi isso? Meu coração se estabiliza no ritmo normal, e consigo respirar tranquilamente de novo.
Encaminho-me para o carro.

Deixando para trás os limites da Cidade, começo a me sentir tola e envergonhada ao repassar mentalmente a entrevista. Concerteza estou tentando uma reação exagerada há algo imaginário, tudo bem, então ela é muito atraente. Segura, autoritária, a vontade com sigo mesma. Mais por outro lado é arrogante e apesar de todos aqueles modos impecáveis, é autocrático e fria. Bem superficialmente. Uma arrepio involuntário desse pela minha espinha. Ela pode ser arrogante, mas tem o direito de ser. Já realizou muita coisa, numa idade muito precosse. Não tem paciência para lidar com idiotas, mais porque deveria? De novo, estou irritada pelo fato de Maraisa, não ter me fornecido uma biografia.

Enquanto vou em direção a Rodovia Interestadual 5, minha mente continua vagando. Estou verdadeiramente perplexa quanto ao que faz alguém ser tão direcionado ao sussesso. Alguma de suas respostas foram enigmáticas, como se ela tivesse intenções ocultas. E as perguntas de Maraisa......

Confiro o velocímetro, estou dirigindo com mais cautela do que estaria em qualquer outra ocasião. E sei que é por causa da lembrança de dois penetrantes olhos cinzentos me encarando e da voz austera, me dizendo para dirigir com cuidado. Balanço a cabeça, me dou conta de que Mendonça parece uma mulher com o dobro de sua idade. Esqueça isso!! Maiara eu me repreendo. Decido que no geral, foi  uma experiência interessante, mais que não devo ficar pensando nela. Não pense mais nisso. Não vou vê-la nunca mais. Imediatamente me ânimo com essa ideia, ligo o som e almento o volume, recosto no banco e ouço, Rock Indie retumbante enquanto piso no acelerador. Quando alcanço a Interestadual 5, percebo que posso dirigir na velocidade que eu quiser. Moramos num pequeno condomínio de apartamento duplex em Vancouver , perto do campus WSU. Tenho sorte os pais de Maraisa compraram o apartamento pra ela, e eu pago uma ninharia de aluguel. Já é meu lar há quatro anos. Quando estaciono na frente de casa, sei que Maraisa vai requerer um relato detalhado, e ela é tenaz. Bem, pelo menos ela tem o gravador. Espero não ter que elabora muito, além do que já foi dito na entrevista.

Maiara!!! Você voltou....
Maraisa estar sentada na nossa sala de estar, cercada de livros. É óbvio que andou estudando para as provas finais. Está usando o pijama de flanela rosa estampado de coelhinhos fofos que ela reserva para quando rompe com os namorados, para todos os tipos de doenças e para baixo-astral em geral. Ela se levanta no salto e me dá um abraço apertado.

Estava começando, a ficar preocupada. Esperava que você voltasse antes.

Ah, achei que fiz um bom tempo, considerando que eu fiz uma boa Intrevista. Aceno para ela com o gravador.

Maiara!! Muito obrigada fico lhe devendo essa. Como foi? Como ela é?...
Há não lá vem a inquisição de Maraisa Henrique, faço um esforço para responder a pergunta dela. O que posso dizer.

Ainda bem que acabou, e não preciso vê-la de novo. Ela é bastante intimidadora, sabe? Dou de ombros. É muito focada, chega a ser intensa.... e jovem, muito jovem, Maraisa me olha inocentemente. Lanço um olhar desdenhoso para ela.

Não faça essa cara de boba, por que não me deu uma biografia? Ela fez com que eu me sentisse uma idiota por não ter feito se quer uma pesquisa básica. Maraisa tapa a boca com a mão.

Nossa, Maiara desculpe, eu não pensei nisso. Bufo de raiva.

No geral, ela foi educada, formal, ligeiramente antequada, como se tivesse envelhecido antes do tempo. Ela não fala como uma mulher de vinte e poucos anos. Quantos anos ela tem,afinal?

Vinte sete, ou vinte oito, acho...
Nossa, Maiara, me desculpe. Eu devia ter preparado você, mais estava muito apavorada, me passe o gravador para eu começar a transcrever a entrevista.

Você parece melhor, tomou a sopa?
Pergunto querendo mudar de assunto.

Tomei, e estava uma delícia como sempre. Estou me sentindo muito melhor.
Ela sorrir agradecida para mim. Olho o relógio.

Tenho que correr, ainda dá para eu pegar meu turno na Cleyton's.

Maiara!!! Você vai ficar exausta....

Vou ficar bem, vejo você mais tarde.....


Será se eu mereço uma estrelinha 🌟🥺

Cinquenta Tons De Cinza (Adapt Mailila)Onde histórias criam vida. Descubra agora