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Naquele mesmo dia à noite

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Naquele mesmo dia à noite...

Mafe
Chego em casa cansada após um dia exaustivo de trabalho e já nem sei se esse é realmente o lugar em que eu gostaria de estar. Antes esse era o meu refúgio, mas agora já nem sei, estou tão frustrada com os acontecimentos e a falta de responsabilidade do Léo que estou desgostosa de vir embora.

Léo - Me perdoa, eu te amo!- me aproximo e mesmo com a fisionomia brava e cansada, ela baixa a guarda e a abraço.- É só uma fase que estamos passando, tenho certeza que logo iremos superar isso.

Mafe - E que fase! Eu só quero que você tenha consciência das suas responsabilidades.

Léo - Eu refleti muito essa tarde e vou me esforçar mais.- dou um selinho nela.

Mafe
Eu me sinto em um looping infinito, parece que já ouvi essa frase outras vezes antes e não vi nenhuma melhora até hoje. Conversamos um pouco e ele acabou me convencendo a ir jantar fora, confesso que até fiquei um pouquinho animada.

Léo - Olha amor, que lindo.- me refiro a um casal sentado próximo de nós, eles tinham um bebê.

Mafe - Muito lindo mesmo.

Léo - As vezes eu fico imaginando a gente com o nosso.- ela come mais uma garfada e não diz nada.- Você não quer ter um filho comigo?

Mafe - Do jeito que as coisas estão, não! Filhos exigem responsabilidades.

Léo - Uma indireta bem direta.

Mafe - Eu disse alguma mentira?

Léo - Claro que não, mas conheço algumas pessoas que amadureceram após o nascimento dos filhos.

Mafe - Acho que esse não é o seu caso, você se enrola com coisas simples como: ir ao mercado, me buscar no trabalho, voltar para casa após o futebol. Imagina com filho? Se eu não posso contar com você para as coisas simples, com quem eu vou contar nas noites em claro, nos momentos de cólica, gastos, acompanhar ao médico, auxiliar durante a quarentena e toda a atenção que uma criança exige? Filhos não são bonecos que quando a gente está cansado simplesmente guarda de volta na caixa.

Léo - Ok, já entendi! Não precisava desse discurso todo.

Mafe
Sinto que exagerei nos argumentos depois da cara que ele fez ao me responder, o Léo tem o dom de me fazer sentir culpada, mesmo quando eu só estou tentando ser responsável.
Ele acabou mudando de assunto e tudo foi ficando mais leve, até ri. Acabamos o jantar e fomos dar uma volta no shopping, brincamos naquelas máquinas de pegar ursinhos de pelúcia, obviamente eu não consegui pegar nenhum, mas o Léo pegou um para mim, foi muito divertido.
Chegamos em casa e fui para o banho, não demorou muito para eu sentir um abraço em volta da minha cintura. Cansada, carente e me sentindo impotente, acabei me entregando àquele momento e transamos.
Nos próximos dias o Léo se esforçou bastante para mostrar que está disposto a mudar, ele até estava chegando na hora para me buscar. Hoje o tempo mudou, o céu estava fechado e pesado, ele não respondeu as minhas mensagens o dia inteiro.
No final do expediente saio junto com a Mah e nos despedimos em frente ao escritório, andei poucos passos até o estacionamento e tentei ligar para ele enquanto o esperava. Observo alguns colegas indo embora e alguns até se despedindo de mim, desejando um bom descanso. Uma chuva fraca começa a cair, olho para os lados ainda na esperança de que ele esteja chegando. O escritório está fechado e já não tenho onde me abrigar da chuva, olho novamente no celular e nada. A chuva é uma ótima oportunidade para deixar algumas lágrimas caírem. Não, eu não acredito que ele fez isso novamente.- penso. Me acho uma idiota por sempre acreditar que o nosso relacionamento tem futuro, que isso é só uma fase que logo vai passar, por sempre baixar a guarda e dar oportunidades. Pego o celular e abro o aplicativo para chamar um carro, enquanto o aplicativo conecta, sinto que a chuva já não cai mais sobre mim. Perdida nos meus pensamentos, com raiva do Léo e tentando usar o celular, não percebi a pessoa com o guarda-chuva se aproximar.

Lucas - Oi!- ela me olha um pouco assustada, talvez por não ter percebido a minha aproximação.

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