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MafeQuando ganhei alta e fui para casa, a minha filha já estava com 17 dias, foram 17 dias difíceis, tristes e lutando para melhorar e ir ao encontro dela

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Mafe
Quando ganhei alta e fui para casa, a minha filha já estava com 17 dias, foram 17 dias difíceis, tristes e lutando para melhorar e ir ao encontro dela. Eu fiquei muito emocionada quando peguei ela em meus braços pela primeira vez, aquele serzinho tão pequeno que habitou em meu ventre por poucos meses e que eu nem pude ver nascer direito. Tive muita ajuda da minha mãe, eu não tinha experiência nenhuma, sentia que estava fazendo tudo errado na maioria das vezes, e além de tudo, eu ainda estava me recuperando da cesárea.
Eu me esforçava todos os dias para recuperar esses 17 dias longe dela, criar laços, fazer ela se reconectar com o meu cheiro, com os batimentos do meu coração, tentar fazer ela pegar meu peito, sim, eu tinha esperança de que ainda fosse conseguir amamentar, mas  cada tentativa era um pouco frustrante já que ela chorava muito e eu acabava dando fórmula. Chorei muitas vezes me sentindo incapaz. A minha mãe tentou me acalmar e ajudar o máximo que podia, a bebê também tinha cólica e era horrível ver ela com aquela dor.
...

Margô - Filha, fiz uma pequena lista e vou ao mercado, daqui a pouco eu volto.

Mafe - Tá bom mãe, pega o meu cartão. Está na gaveta da cômoda do meu quarto.

Margô - Você precisa de alguma coisa?- ela nega.

Mafe - De tarde, quero ver se vamos ao cartório registrar ela.- a minha mãe sorri.

Margô - Essa é uma ótima notícia, ela precisa de um nome mesmo.

Mafe - Sim...- a mãe sai e tento novamente insistir em amamentar, mas ela chora, nervosa, acabo chorando também. Na tentativa de acalmá-la, vou até a cozinha com ela no colo para fazer uma mamadeira com a fórmula, ela está impaciente e chora muito, tento conversar com ela até conseguir fazer a mamadeira, mas não funciona muito. O resultado? Mais lágrimas de ambas.

Lucas - Hey. Deixa que eu te ajudo.- chego para visitar elas e sou guiado até a cozinha pelo choro da bebê e a conversa da Nanda tentando acalmá-la, entro lá e a Nanda está atrapalhada tentando fazer uma mamadeira, nervosa e chorando também.- Senta um pouco, você precisa cuidar dessa cesárea.- Termino de fazer a mamadeira com a bebê no colo.- Pronto?- ela deu a mamadeira e peguei a bebê para fazer arrotar, ela acabou golfando na minha camisa, rimos da situação. Consegui fazer ela dormir no meu colo.

Mafe - Como você consegue?- tento observar para ver onde estou errando.

Lucas - Bom, eu já tenho dois filhos... Mas eu também fiquei nervoso no primeiro, um pouco perdido e não sabia o que estava fazendo na maioria das vezes. Mas você não pode se desesperar, ela sente que você está nervosa, é tudo uma questão de prática.- ela concorda com a cabeça.- Não é bom você ficar sozinha, sua mãe já voltou para o interior?

Mafe - Não, ela foi ao mercado. Mas acredito que no final do mês ela volta pra casa, coitada já está aqui há quase 20 dias...- tomara que até lá eu consiga cuidar melhor da minha filha.- penso.

Lucas - Vai dar tudo certo.- ela me olha.

Mafe
Parece que ele leu o meu pensamento. Ele conseguiu fazer ela dormir, mas acabou dormindo também.

Margô - Cheguei!! Olha quem eu encontrei lá embaixo.- falo entrando com a Martina que me ajuda com as sacolas.

Mafe - Shiiii!- peço silêncio e elas observam o Lucas e a bebê dormindo graciosamente no sofá.

Mah - Aí, que coisa mais linda amiga.- abraço ela.

Mafe - Sim, nem parece que me deixa quase louca quando começa a chorar.- rimos.

Mah - Sim, mas eu não estou falando disso.- ela me olha sem entender.- Estou falando dessa cena dos dois dormindo juntinhos.

Mafe - Amiga, ela adora ele.- ela ri. Tentamos fazer o máximo de silêncio possível para não acordar eles, o Lucas estava com a fisionomia de cansado. Aproveitei aquele momento de paz e fui tomar um banho e lavar os cabelos, a mãe ficou com a Mah e elas prepararam o almoço.
O Lucas acordou e almoçou com nós três, conversamos um pouco, mas eles precisavam voltar para o escritório.

Lucas - Você quer carona?- pergunto para a Martina.

Mah - Eu aceito.- me despeço da bebê e da  Mafe.- Coisa boa esse cheirinho de bebê.- falo entregando ela para a Mafe.- Tchau, assim que der eu volto para dar mais um cheirinho nela.

Mafe - Pode vir sempre que quiser.- o Lucas também se aproxima e se despede de nós.- Vou lavar a sua camisa, mas... Como você vai para o escritório assim?- me preocupo e ele ri.

Lucas - Eu tenho outra no carro, sempre carrego uma extra, para quando visito a obra ou qualquer outro imprevisto.- ela fica mais tranquila.- Lembra de manter a calma e se precisar pode me chamar.

Mafe - Tá bom, obrigada por tudo.- ele beija a minha testa e sai. A tarde, enfim fomos ao cartório registrar a Gabriela. Mandei mensagem para o Léo, mas ele não respondeu. Ele não nos visitou nenhuma vez desde a minha alta.
Assim que voltamos para casa tento fazer o que o Lucas disse e manter a calma. Nas primeiras vezes foi muito complicado, mas aos poucos fui conseguindo.
Ligo para o Marcelo que fala todo feliz sobre a nova filial que está abrindo em São Paulo, penso que essa é a oportunidade que preciso para recomeçar.
O Lucas está muito ocupado com as novas etapas da construção das torres e o entusiasmo dele é grande.
Aos poucos estou aprendendo esse ofício da maternidade e agora consigo decifrar melhor cada chorinho da Gabi, infelizmente ela não pegou o meu peito, mesmo insistindo muito. Mas as cólicas deram uma boa melhorada e a minha mãe precisou voltar para a casa dela.


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