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Lucas - Bom dia!Os meninos estão prontos?

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Lucas - Bom dia!
Os meninos estão prontos?

Clara - Bom dia!- fico incomodada ao vê-lo chegar acompanhando na nossa casa para buscar os nossos filhos.- Eles acabaram de tomar café da manhã, foram escovar os dentes e pegar as mochilas.

Lucas - Vou lá ajudar eles.

Nanda - Bom dia!

Clara - Você vai levar eles na escola junto com o Lucas?

Nanda - Eu...

Lucas - Prontinho, já estamos de saída.- eles se despedem da mãe e dão um beijo e um abraço na Nanda.

Clara - Vão com Deus, eu amo vocês.- eles saem e fico intrigada com a presença dela que não os acompanhou.- Posso saber qual o motivo da sua presença ainda aqui?

Nanda - Eu acho que você já deve estar ciente do meu casamento com o Lucas...

Clara - Ah, sim. Os meninos também não falam em outra coisa.

Nanda - Estamos distribuindo os convites e eu trouxe o seu.- entrego para ela que olha com um certo desdém.

Clara - Que coisas mais brega, eu achei que morar juntos já seria o suficiente, mas pelo visto você conseguiu fazer o trabalho bem feito.

Nanda - Por mim apenas morar juntos já estava ótimo, afinal, ambos já passamos por isso antes, mas o Lucas faz questão...

Clara - Ah sim, e depois de esperarem esperançosos um pelo outro por dez anos, nada mais justo né.- ironizo.

Nanda - Na verdade, não é uma questão de justiça e nem nada do tipo. Eu não sei em que mundo você vive, que você acha que uma pessoa casa e tem filhos pensando em divórcio ou separação. Casamento não é isso, não é esperar dar errado, ou substituir um amor por outro porque aquele que você esperava não deu certo.
Eu tinha um sonho quando casei pela primeira vez, eu desejei muito tudo aquilo, desejei que desse certo, deixei todo o meu passado e reconstrui a minha vida. Eu tenho uma filha desse relacionamento, eu nunca imaginei que a minha vida desse essa guinada e me levasse de volta para o meu passado.
Eu não fui para a Itália atrapalhar a sua vida, também não me mantive no teu caminho quando vocês voltaram para o Brasil... Não que eu te deva satisfação de nada, mas sim, mesmo que nada entre na sua cabeça, eu vou repetir sempre que necessário que eu evitei o máximo que eu pude, inclusive mudando de estado. Porque eu não queria que os meninos precisassem, ou tivessem que passar, ou apenas sentissem que perderiam o pai, porque nunca foi o que desejei pra minha filha, muito menos para eles.

Clara - Você fala bonito, mas nada me convence, e agora com isso...- olho pro convite de casamento.- ... Só me faz ter mais certeza ainda, e ainda vem dizer que pensou nos meus filhos. Ah, por favor.- ri ironicamente.

Nanda - Você também fala bonito, pena que suas ações digam o contrário.

Clara - Você não sabe nada sobre mim, apenas que destruiu o meu casamento e tirou o pai dos meus filhos de casa.

Lucas - Fomos nós dois quem arruinamos a nossa relação.- entro para buscar o celular que esqueci e ouço parte da conversa.- Eu quando deixei você entrar na minha vida enquanto ainda me sentia emocionalmente ligado a Nanda, mesmo que distantes e você, que mesmo alegando querer salvar o nosso relacionamento acabou se envolvendo com outra pessoa.

Clara - A culpa foi toda sua, você não estava presente e eu me senti sozinha, desamparada...- grito em meio a algumas lágrimas.

Lucas - Amor, cê pode me esperar no carro com os meninos por favor.- peço e ela sai.- Eu sei da minha parcela de culpa, mas mesmo estando distante eu estava seguindo firme no nosso acordo de tentar salvar o que restou do nosso relacionamento. Enquanto estávamos casados eu não me envolvi com a Fernanda e nem com ninguém...

Clara - Agora quer transferir a culpa toda para mim?

Lucas - Quero que entenda de uma vez por todas que, eu só fui de verdade atrás da Fernanda depois da conversa que tivemos, da conversa que deixei claro que já sabia do relacionamento que você estava tendo.

Clara - Eu não estava feliz...- falo com um amargor na alma.

Lucas - Nenhum de nós estava, mas nem todos tivemos as mesmas reações e nem por isso te culpei em nenhum momento. Agora, você não pode culpar ela por toda a nossa infelicidade. Porque ela fez tudo o que estava ao alcance dela pra sair do nosso caminho...

Clara - Lógico que você vai defender ela, não é. Por isso ela fala nesse rompante, de adultera para adultera.

Lucas - Eu nunca disse pra ela sobre o seu relacionamento extraconjugal. Enquanto você buscou uma saída que te satisfizesse, ela pegou a filha dela, poucos objetos pessoais e foi embora, foi embora pra não ficar no nosso caminho, nós nunca tivemos um caso, se é isso que você está insinuando e se é esse o motivo de você a tratar dessa forma.
Eu já assumi a minha parcela de culpa, seria bastante maduro da sua parte assumir a sua também, ao invés de passar o resto da vida culpando os outros pela sua infelicidade.

Clara - Eu sempre vou culpá-la pelo fato de você nunca ter me amado...

Lucas - A culpa foi só minha, não dela.- falo pegando o meu celular e saindo, no hall do apartamento encontro o João chegando.- Bom dia!

João - Bom dia!- entro e ela me olha tentando se recompor.

Clara - Bom dia amor!- me aproximo para dar um selinho nele que vira o rosto.

João - Eu passei pra ver se você queria carona para o escritório, mas vejo que não deveria ter vindo.

Clara - Por que você está dizendo isso? Não vai nem me dar um beijo?

João - Porque claramente você ainda não aceitou esse divórcio, mesmo já tendo passado quase um ano...

Clara - Claro que não é isso. Você está equivocado...

João - Será que estou mesmo? Eu vi o escândalo que você deu por não aceitar o novo casamento do seu ex marido, você não aceita o fato dele sentir algo por ela que perdura anos... Ficou comigo apenas porque estava se sentindo infeliz no seu casamento.

Clara - João, eu nunca me senti tão amada, desejada e querida como você me faz sentir. Eu sempre deixei claro quando estamos juntos...

João - Mas é com ele que você deseja estar, é ele que você ama...

Clara - Não é isso, eu apenas quis colocar pra fora tudo o que eu sentia esses anos todos. Você acha que é fácil se sentir a sombra de um amor que você nunca vai ser? Eu queria que ele soubesse todas as dores que eu carreguei comigo esses anos todos, as dúvidas sobre ele estar ou não tendo um caso com ela...

João - E se tivesse? Você também estava tendo. Concordo com ele, está na hora de você começa a assumir as suas culpas.
Se você realmente quiser viver algo comigo, precisa seguir em frente e deixar eles viverem em paz, caso contrário a gente acaba por aqui e você vai viver sozinha a sua vida amargurada.- coloco as mãos nos bolsos e vou saindo.

Clara - João, João...- tento alcançar ele, mas ele apenas bate a porta e sai, choro.


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