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Mafe
Permaneci na UTI por mais dois dias até ser transferida para o quarto. Eu precisei fazer fisioterapia para ajudar na circulação, a fisioterapeuta era uma querida e tinha muita delicadeza quando me tocava. Eu já estava falando muito melhor e tudo o que eu mais queria era ficar boa logo e ir para casa poder ver, pegar e tocar na minha filha.
A minha mãe contou que o Lucas e a Martina vinham me visitar frequentemente, eu fiquei feliz por ouvir isso. Mas como o meu estado ainda inspirava cuidados, a minha mãe não informou logo que eu fui para o quarto.
...

Lucas
A dona Margô seguia me informando sobre o estado da Nanda, passei algumas vezes na casa dela para ver a bebê, era impressionante como parece que ela já me conhecia. Se estava chorando, bastava falar com ela que parava na hora e agia como se estivesse procurando de onde vinha a minha voz. Foram dias de aflição, angústia e espera, até ela avisar que a Nanda tinha saído da UTI e estava no quarto. Na mesma hora saí do escritório e fui para lá, no caminho parei para comprar algumas flores. Entro e ela está distraída assistindo Ana Maria Braga, me aproximo, mas ela nem se dá conta.- Bom dia!- ela me olha e sorri.

Mafe - Bom dia!

Lucas - Que bom que você está bem, eu estava louco pra te ver...- falo acariciando o seu rosto e cabelos.- Que belo susto você deu na gente.

Mafe - Desculpa...

Lucas - Não precisa se desculpar, foi forma de falar. Pelo amor de Deus, promete que nunca mais vai fazer isso.

Mafe - Olha, eu não pretendo ter mais filhos.- falo rindo, brincando e ele me olha com ternura.

Lucas - Como você está se sentindo?

Mafe - Eu nem sei explicar... Mas acho que o pior de tudo é ficar longe da minha filha.

Lucas - Eu entendo, mas ela está linda e se parece muito com você.

Mafe - Você viu ela?- ele me mostra uma foto segurando ela e é impossível não me emocionar.

Mafe - Ela é linda, não é?- falo babona.

Lucas - Muito, cê precisa ver como ela para de chorar quando eu falo com ela.- ela sorriu.

Mafe - A mãe me disse. Ela contou que esses dias ela não parava de chorar por nada, aí você apareceu por lá e foi o único que conseguiu acalmar ela.

Lucas - Tua mãe acha que ela tem cólica. Provavelmente é esse leite, o intestino dela ainda é imaturo para produtos infantis industrializados. Mas a pediatra disse que só tem essas duas fórmulas para dar a ela por enquanto, que precisamos insistir e esperar melhorar.

Mafe - Tadinha, nem consegui amamentar. Acho que ela não vai pegar o peito depois...

Lucas - Mas você pode tentar, talvez na insistência...

Mafe - É, talvez.- falo com uma pontinha de esperança. Ele trouxe flores lindas para mim, em dois tons, segundo ele, um tom para mim e outro para a bebê.

Lucas - Precisamos parar com isso.- ela me olha.- Só chamamos ela de bebê. Cê ainda não escolheu um nome para ela?

Mafe - Ah, é muito difícil e eu também não tive tempo né.- ele ri.

Lucas - Você teve 7 meses e meio...- agora ela que ri.

Mafe - Eu disse que é muito difícil...- ele ficou boa parte da tarde me fazendo companhia, assistiu a minha fisioterapia e conversou muito com a fisioterapeuta, ele queria aprender tudo. Mas ela explicou que provavelmente amanhã eu já não iria precisar mais fazer.
A minha pressão já voltou ao normal, mas devido a convulsão e ao coma, eu ainda estou sem previsão de alta, o que me deixou muito chateada.

Lucas - Cê precisa focar em ficar tranquila, ficar bem, isso vai ajudar na produção de leite também...

Mafe - Eu sei, mas eu quero ir embora. Eu nem conheço a minha filha ainda...- choramingo e ele me dá o maior apoio.-
Foi muito bom receber a sua visita.- agradeço.

Lucas - Quando a tua mãe chegou eu quis deixar o horário de visitas para ela, mas se eu pudesse eu não sairia daqui.- nos olhamos.

Mafe - Obrigada.- ele sorriu.- E como estão os meninos?- ele sorriu e conversarmos mais um pouco sobre isso e outros assuntos. A visita do Lucas alegrou a minha tarde, é muito bom ver um rosto conhecido, agora que a mãe precisa ficar em casa com a minha filha.

 A visita do Lucas alegrou a minha tarde, é muito bom ver um rosto conhecido, agora que a mãe precisa ficar em casa com a minha filha

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