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- sua filha da puta - digo indo pra cima dela

- acho melhor você não se preocupar comigo hoje- ela diz enquanto eu aperto seu pescoço - sua mulher está lá embaixo.

Ela aponta com o rosto vermelho e eu olho vendo a Ana desesperada olhando prós lados e logo solto a vagabunda.

-isso corre atrás do seu amor, só que você sabe que nunca se esquecerá de mim, Gabriel.

Nem olho mas pra a piranha na minha frente, só desço correndo puxando a arma, e procurando aonde ela estava.

A Alicia vulgo alerquina foi meu primeiro amor, quando eu ainda era moleque, primeira mulher que peguei na vida, logo ela engravidou me deixando sem escape. Eu tinha 17 anos e não tinha pra onde correr, e pá, entrei pro tráfico, só que a vagabunda me ameaçava, falando que ia sumir com meu filho.

E eu gostava tanto dela que fiz de tudo por ela, só que meses se passavam e a barriga só crescia, foi aí que tivemos uma discussão, e eu descobri que ela abortou a criança, com 8 meses porra! Já estava quase completa.

Ela já era envolvida no tráfico, e já era mais velha com maturidade e eu ainda moleque, fiz de tudo por ela, quando descobri essa porra que ela fez foi aí que fiz inferno na vida dela, fiz ela sumir do morro, e me tornei esse perdido que sou hoje.

Poucos anos depois descobri que ela estava se envolvendo com o dono do morro inimigo, complexo da maré, isso só subiu meu ódio por ela, mesmo eu gostando da filha da puta. Nunca tive notícias dela dês dos meus 18 anos, e hoje ela me aparece.

...

- vem porra!- puxo a Ana tapando a boca dela pra ela não gritar.

- Gabriel?- ela começa a chorar desesperada - que ódio de você - a maluca começa a me bater.

- para maluca- digo segurando nos braços dela- da pra tu se acalmar?

- você me fez de otária, fiquei te esperando a horas - Ana diz chorando e aquilo me matou.

- Ana me desculpa, eu tive que resolver uns bagulhos, eu descobri sobre a invasão hoje.- puxo ela pra um abraço - vem cá criança.

Ela só chorava assustava enquanto os barulhos de tiro não cessava, abraço ela ali naquele beco escuro enquanto chovia forte. Eu tava em paz, meus parceiros sabia comanda os bagulhos.

- porque não me avisou?- ela diz ainda encostada no meu peito.

- eu tentei, tu não me atendeu e eu fiquei preocupado pô - passo a mão no cabelo dela.

- quem era ?- ela me olha no fundo dos olhos - aquela morena conversando com você.

- que mulher?- meti o louco pra ela por que não queria explicar, principalmente logo agora.

- não se faz de idiota, Ret.

- em casa eu te conto, agora não dá pô, fica suave que os tiros tão parando.

Meu radinho toca me fazendo levar um susto.

-ja vazaram patrão, encontrei a alicia sangrando no chão, e do lado dela tinha o papel com o nome da Ana...

- porra, manda limpar essa porra que vou levar a Ana em casa, avisa pros moradores nenhuma sai na rua, todo mundo dentro e casa .

- quem é alicia?- Ana pergunta e eu me levanto segurando na sua mão.

- amor, eu vou te contar, mas dá pra esperar o meu momento, por favor?- ela afirma olhando por chão e eu abraço ela de lado.

Andamos até onde deixei minha moto e falei pra ela subir, ela tava toda assustada por conta dos corpos no chão, vidros quebrados e paredes furadas.

- é normal acontecer isso- digo tentando tranquilizar ela.

- Gabriel! - olho pra ela que estava com o olhar em um ponto específico.- aquilo é a minha mãe?- ela diz com os olhos arregalados e a voz quase não saindo

Sinto meu coração acelera as batidas e olho pro mesmo lugar que ela tava olhando .

VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora