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Ana


-mãe - olho pro Hariel sentando na cadeira na minha frente.

Eu estava jantando sozinha, virou costume por aqui, enquanto eu comia, também refletia um pouco sobre tudo que estava acontecendo.

- oi hari- olho pro seu rosto.

- briguei denovo - ele diz baixo e eu respiro fundo fechando os olhos - o pai foi me buscar, deu o show dele e geral vazou, depois veio com papo que depois ia trocar ideia comigo.

- pra que ficar brigando cara? - pergunta tranquila pra ele que apenas me olha com o rosto triste.

- acho que pra chamar atenção do meu pai- seus olhos enche de lágrimas e ele se levanta da cadeira indo para seu quarto.

Era sempre assim, Hariel arrumava confusão e o Ret ia lá da uma de bom pai.

Me dói tanto ver meu filho assim, querendo atenção do seu próprio pai, e eu não consigo fazer nada por ele. O Ret me prometeu que ia ser um bom pai, mas mentiu.

Escuto um barulho de porta abrindo e eu levo um susto saindo dos meus pensamentos, olho pra trás vendo o Ret entrando em casa cheio de sacolas.

- iae- Ret diz sem me olhar e eu apenas me levanto.

Fazia semanas que ele não dormia em casa, as vezes dava uma passada pra ver se estava tudo bem, mas depois sumia.

- trouxe um lanche pra nós - Ret coloca as. Sacolas encima da mesa.

- já jantei - pego o meu prato encima da mesa e coloco na pia.

Me afasto indo para meu quarto dormir, mas o Ret me puxa devagar me fazendo olhar pra ele.

-Ana, vamo troca um ideia eu e tu, te levo num lugar maneiro pô.

- não quero sair Ret- digo calma olhando pro seu rosto.

Ele não parecia bêbado nem drogado, parecia que realmente queria conversar de verdade, e eu era muito trouxa e iria escutar oque ele queria falar.

-po vamo conversar Ana, não quero ficar nesse clima chato contigo nem com o meu filho - ele diz sério.

- oque te fez querer mudar? 16 anos nessa palhaçada cara, eu tô tão cansada Ret, nunca te cobrei nada, só respeito, é o mínimo!

- eu tô ligado, errei fui moleque pô, mas me arrependi e quero mudar isso, mermo esse tempo todo ter passado eu continuo te amando Ana, sinto saudade do teu abraço só teu beijo, de te tocar e tá junto de tu pô.

- é, mas eu não sou otária, não adianta vim falar coisas daora e depois sumir, faz semanas que você não dorme em casa! E eu nunca cheguei te perguntando aonde você estava esse tempo todo.

Seu aperto afrouxou e eu me sentei na cadeira colocando a mão na cabeça.

- pô, eu tô aqui tentando mudar, só quero que te confie em mim- eu nego com a cabeça.

- eu não confio em você- falo séria - eu já larguei a mão de você, só quero que você cumpra seu papel de pai, seu filho precisa de você, cadê o Gabriel que conheci? Disse que ia ser o melhor pai, ele sumiu não é?

Ret começa a mudar o semblante, e como eu o conhecia muito bem, sabia que ele ia sair me deixando falar sozinha.

Mas não, ele se aproxima de mim, me puxa deixando nós dois frente a frente, ele me puxa para um abraço, e eu nem pude encostar de tanto choque que levei.

Fazia anos sem encostar, sem muito menos um abraço.

- eu te amo Ana, sei que falar não vai adiantar nada, mas eu vou provar pra tu que quero mudar e torna nossa vida diferente se ligou - Ret diz baixo no meu ouvido enquanto me abraçava e minha mão apenas encostava na sua costa.

Meu coração acelerou, odiava me deixar levar, odiava oque ele me causava.

- tudo bem - digo me afastando e abrindo a sacola pegando meu lanche e ele da uma risada de lado.

-vou troca ideia com o Hariel - Ret diz pegando um lanche e levando para o quarto do Hariel.

VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora