23.

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Segui ela com minha moto, e nada da criança olhar pra trás.

- Ana pô, tô falando contigo - e ela me ignora andando.- oque eu fiz? Fala pra mim .

Dessa vez desço da moto e puxo o braço dela pra que elas pudesse olhar pra mim e conversar, mas ela desvia o olhar do meu, seus olhos vermelhos me matava de um jeito que nem eu sabia...

- oque foi?

-me deixa Ret, só te peço isso- ela diz baixo

- não, eu quero entender o porquê de tu tá chorando - seguro no seu queixo fazendo ela me olhar.

- tô chateada, minha amiga deve achar que eu sou maior talarica- ela diz de uma vez- era minha única amiga.

- qual foi pô, eu e a Caroline não temos nada - ela rir negando, e desviar olhar- se ela é tua amiga de verdade ela vai entender

- ret, qual o problema de você falar ? Eu sei que tu gosta dela poxa, eu cheguei lá tu tava rindo e todo feliz, o segurança até recuou, aí tem história - Ana diz parecendo cansada - eu não tô te cobrando não, até porque sou sua amiga, só não queria que as pessoas ficassem com impressão errada de mim.

A Ana tinha esses bagulhos de pensar muito no que os outros achava, bagulho chato, eu não ligo pra oque acham de mim não pô, quem tem que achar é nós mermo.

- quer falar sobre isso? A gente fala pô, vamo da uma volta, no final te prometo conversar sobre.- ela cruza os braços pensando.

- vão falar um monte de mim- Ana diz toda receosa- não quero que chegue essas coisas na minha mãe Gabriel.

- Ana, nos é amigo tu tá ligada já, não rola nada de errado entre nós dois, pra que essa preocupação pô? E quem fala merda de tu, vai escutar um monte, fica namoralzinha.

Ela olha os lados e depois me olha e afirma com a cabeça. Hariel só ficava de olho na gente escutando conversa, me viro olhando pra ele e faço um sinal pra ele vazar.

Antes dele sair ele se despede da Ana, da um abraço nela que retribuí.

- fica bem pô- Hariel fala baixo pra ela que assente- qualquer coisa é só me ligar.

Eles se desgruda e o hariel me encara, olho serinho pra ele que vai embora subindo na moto dele, ele acelera fazendo maior barulho pela vizinhança, e foi de propósito.

- dês de quando vocês dois tem essa intimidade toda?- pergunto curioso pra saber a resposta dela, até porque única vez que vi eles juntos foi lá em casa.

- a gente sempre tá junto - Ana diz se aproximando de mim e logo pega o capacete na minha mão - saímos para o shopping, comer lanches, ele me espera no salão de beleza.

Eu não sabia dessas paradas não, eles dois estavam envolvidos pelo visto, e não era coisa simples não. Por mas que o Hariel seja meu irmão, a gente não é tão próximo igual antes dele ir pra São Paulo, hoje em dia nos falamos o mínimo e o básico, e nunca cheguei pra conversar essas paradas com ele.

Fiquei calado e subi na moto esperando ela subir, eu não tinha outro lugar pra levar a criança, não podia sair da favela, então levava ela pra vê a vista do Vidigal, eu queria fazer uma parada daora também, mas nem dava pra me arriscar assim.

A gente chega no alto e ela desce da moto toda boba olhando a vista, não sei se ela fazia isso pra me impressionar ou porque realmente achava bonito.

- tu mete mó caô - digo me aproximando e sentando no muro que era de frente pra vista.

- porque?- ela se senta no meu lado meio com medo por causa da altura mas logo me olhar.

- queria te levar pra um lugar mais daora- digo olhando pra vista- pique restaurante chique, uns passeio daora, viajar e pá, mas nem cola.

Ana mantém o olhar confuso em mim.

- eu gosto de vim aqui, pode ter certeza que sempre vou lembra de você quando eu vim - ela sorrir me fazendo surgi um sorriso também - e outra, eu nem tenho roupas pra esses evento chiques.

- nem eu- digo olhando pra meu traje e nos dois caímos na risada.

Gostava mesmo de andar de chinelinho branco com minha bermuda preta e uma camiseta de time ta ligado, era parada minha.

VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora