10.

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Saio de casa, e me viro trancando a porta

- caramba criança - Ret diz abaixando o vidro- nem parece que não tomou banho.

Reviro os olhos e abro a porta do carro, me sento e olho pra ele

- quero comer o x-tudo- digo cruzando os braços.

Aparece um pequeno sorriso no canto da sua boca e ele nega com a cabeça dando rumo com o carro.

Meu celular começa a tocar, o toque era um louvor da Bruna Carla, eu amo.

-oi mãe, bença

- filha, está tudo bem por aí?

- sim, vim da uma volta com o Ret- ele diminui os olhos me olhando

- cuidado Ana, deixa eu falar com ele.- entrego o celular pra ele que me olhar sem entender.

- boa noite dona- Ret diz enquanto dirigi

- boa noite filho, toma conta da minha filha viu, estou confiando em você.

- fica tranquila dona, Jajá devolvo a criança- pego o celular - mãe depois falo com a senhora

-tchau, cuidado em, beijo meu amor.

...

-sua mãe confia em mim- Ret fala olhando pra rua.

- se eu fosse ela, não confiaria - tiro onda com a cara dele.

Ele me olha sério e eu dou muita risada

- se não confiasse, não colocava um traficante mais perigoso do rio de janeiro, dentro da tua casa - ele diz irônico

- eu não tenho medo de tu Ret- eu tinha um pouco.

- não?- ele freia o carro super rápido e eu dou um grito.

- AI QUE ÓDIO

Coloco a mão no coração que estava disparando, enquanto o idiota estava dando risada.

- eu não confiaria - ele volta a dirigir como nada tivesse acontecido.

- não fala mas comigo Ret!- digo séria olhando pro caminho, meu coração ainda estava disparado.

-Gabriel- olho pra ele sem entender - meu nome é Gabriel, criança.

Fico surpresa, porque ele estava me falando o nome dele?

- tá me dizendo seu nome?- ele afirma e estaciona o carro, bem aonde a gente veio de moto na outra vez - porque?

- tu é de confiança - ele diz abrindo a porta.

Saio do carro, ficamos ali parados olhando a vista, era muito linda, dava uma alegria enorme no meu coração, Deus tinha feito tudo perfeito.

Gabriel se sentou no muro baixo que tinha e ficou virado olhando.

- Gabriel?- ele se vira me olhando - porque está me tratando assim?

Não era normal pra mim, um homem me trata bem, ainda mas ele, que não tem uma fama nada boa, e eu estava confusa, não sabia oque ele queria.

- e qual que é o problema?- ele pergunta sério.

- não é nenhum é que- respiro fundo e sento do seu lado - se isso é só pra me usar não vai adia...

- tá louca?- ele me interrompe - não tô tendo segunda intenções contigo não Ana Clara.

Acho que ele não gostou do que eu disse.

Ele se levanta ficando de pé e pegando o celular, parecia ter perdido a paciência.

- me desculpa - tento acalmar ele- é que eu nunca tive vínculo com nenhum homem, a não ser da minha família, então é tudo diferente e estranho pra mim.

E me deixava totalmente confusa.

- te manda um papo, tô sendo daora contigo Ana Clara, não é todo mundo que tem esse lado meu não, sei que tu é esforçada pra porra, e nem sai pra curtir nem nada, e como minha coroa gosta de tu e se preocupar contigo, eu quis te levar pra um passeio maneiro- ele se vira denovo olhando a paisagem.

- não quero que tenha pena de mim- digo séria.- eu estou muito bem, não preciso sair pra ser feliz.

Pior coisa é as pessoas ficarem com pena de você

-tu quer ir embora?- Ret me pergunta firme sem me olhar.

Sua pergunta não era no sentido de ir embora, eu tinha entendido, mas fingi que não entendi o sentido.

Pensei, pensei, e não dava pra criar um vínculo com um traficante, eu poderia falar de deus pra ele, mas ele não poderia parar de ser quem ele é.

- sim- minha voz sai baixa e fraca.

Eu não queria ir, mas era o melhor a se fazer.

VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora