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- Ana?- o polícial me olha e eu logo vejo que era meu pai.

- pai?- digo surpresa e olho pro Ret que finalmente me olhou sem entender e logo seu olhar confuso virou de ódio.

Nesse pouco tempo tinha cinco polícias cercando o Ret que estava em pé com a mão na cabeça, enquanto encarava meu pai do meu lado.

- oque você tá fazendo com esse traficante, Ana Clara!- sua voz sai com autoridade fazendo todos nós olharem.

- por favor não leva ele- digo já com o rosto cheio de lágrimas- ele é tudo que eu tenho paí .

- que decepção - meu pai me ignora e faz um aviso para os outros policiais levarem ele.

Ele anda sem nem olhar pra trás, e eu sigo gritando pedindo pra soltar ele, implorando. Meu pai é delegado dês de que me conheço por gente, mas ele fazia mais coisas que a própria polícia.

- pai! Porfavor - digo segurando sua mãe que solta da minha rapidamente.

- vai embora Ana Clara!- ele diz autoritário enquanto os outros policiais colocavam o Ret no camburão.- seu namoradinho não vai sair da prisão nem tão cedo, que falta de vergonha sua! Sempre te dei tudo que você quis.

- oque você me deu? Eu não te vejo dês que mudei pro morro, você mesmo disse que se eu fosse com minha mãe, você esqueceria de mim! E foi isso que você fez né! Ótimo pai, e agora eu não tenho mais a ninguém.

- para de falar merda Ana!

- é a verdade ué, acho que você não sabe, ou sabe e se fez de desentendido. A mamãe morreu! - ele me olha com olhar de dó - eu só tinha o Ret, e você vai tirar ele de mim também?

- amanhã resolvo com você, estou fazendo meu trabalho - ele vai até o carro de polícial- se ele não quisesse ser preso, não cometia crime - ele entra no carro seguindo os outros me deixando sozinha na frente daquele restaurante.

Logo procuro o carro do Ret as pressas, eu não era muito boa em dirigir e também não tinha carteira, mas por amor a gente faz tudo e mais um pouco.

Volto pra dentro do restaurante pegando a chave do carro e o celular do Ret que ficou encima da mesa que estávamos. Todos os olhares eram em mim, olhar de julgamento, curiosidade e dó.

Entro no carro e vejo o radinho do Gabriel, eu tento mexer naquilo apertando os botões, logo acendeu uma luz vermelha e eu levo um susto.

-fala tu Ret (cabelinho)-respiro fundo sem saber oque falar, e o nervosismo ao mesmo tempo)

- o Ret foi pego, eu tô indo em direção a delegacia!

- como é que é Ana?( L7 entra)

- alguém me ajuda por favor, eu nao sei oque fazer, estávamos no restaurante e a polícia chegou enquadrando ele e levaram eu tentei mas não deu.

- atenção a todos! Planejamento mudou, vapores da esquerda( cabelinho, L7, IG) rastrea ele pelo relógio, e vapores da direita arma a fuga dele. Ana fica na boa e volta pro morro e se proteger, hoje vai ter trocação!( poze)

Desligo o radinho prestando atenção no caminho, paro o carro um lugar pouco afastado da delegacia e desço indo até lá andando.

...

- você não pode fazer isso!- digo em prantos e meu pai apenas continua fumando o cigarro.

- me dá um motivo pra não prender o traficante mais procurado, ou melhor... O dono da favela!- ele diz entre os dentes me deixando mais enfurecida.

- eu tô grávida!- não tinha outra alternativa.

Meu pai logo tira o cigarro da boca e me olha sério sem acreditar.

- para de palhaçada Ana Clara! - ele diz se levantando.

- eu não tô brincando! Eu preciso dele nesses próximos meses pai, eu já falei, não tenho mais ninguém! Quer que eu entre em uma depressão profunda? E morra junto com meu filho?

Eu sabia como mexer com o psicológico do meu pai, a Ana Clara que ele conhecia, ela nunca mentiria algo tão grave assim...

- que merda Ana! Como você deixou isso acontecer garota! Eu sempre te falei como é esse tipo de gente porra!- ele diz gritando.

- mas eu me apaixonei papai, pela primeira vez, eu só preciso que o senhor faça isso por mim! Prometo que nunca mas te peço nada- digo forçando o choro.

Ele anda pro lado e pro outro nervoso.


VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora