VIVAZ

5.

Ret
Vidigal, RJ

- filho?- olho pra minha mãe.- quem era a garota que você levou pro asfalto?

- ixi, tá curiosa em coroa - digo rindo- a fofoca chega cedo no teu ouvido.

- tô falando sério Gabriel, você nunca carrega mulher na sua moto, qual foi da fita?- a coroa diz se achando a bandida

- aí bandida, as fofocas nessa porra roda a solta- digo gastando da cara dela

- quem era?

- era a Ana, levei ela até o bagulho que ela trabalha pô, nada demais- digo olhando pro celular

- aí que tudo- ela diz chegando perto- filho ela é uma boa menina, você combinam muito, eu super apoio.

- tá viajando- digo sério - eu só dei uma carona porque um cara tava mexendo com ela.

- chama ela pra vim jantar comigo hoje- minha mãe diz animada

- chama a senhora, tenho nada ver com isso não - digo e vejo logo o chinelo voar na minha cabeça.

- chama ela pra vim aqui hoje!- minha mãe diz séria

- sério que tu gostou daquela criança?- digo me levantando

- sim, ela é um amor

- tá, eu chamo ela pra vocês ficarem fofocando aí.

Vejo minha mãe toda Feliz fazendo janta, era bom vê ela assim, sempre foi muito sozinha, as outras mulheres não gostam dela pelo fato dela ser minha mãe.

...

- me espera tomar um banho - Ana diz entrando na sua casa - vem entra.

Entro já sem paciência mas também não falo nada. A mãe dela olha confusa ao me vê entrando ali.

- oi meus queridos - ela diz secando a mão no pano de prato

- oi mãe, peguei uma carona com o Ret, a mãe dele me chamou pra jantar com ela hoje - ela diz dando um beijo na sua mãe - vou só tomar um banho, o Ret vai me esperar aqui tá?

- que ótimo que vocês estão se aproximando - Maria diz me olhando.

Mas parecia que ela estava preocupada pelo fato de ser eu alí.

- fica tranquila, minha mãe que chamou ela, eu só obedeci- digo - iae como a senhora está?

A Ana já tinha entrando no banheiro enquanto eu conversava com sua mãe.

- eu tô bem filho, só estou um pouco cansada, preciso dormi cedo hoje porque amanhã tenho que ir na feira - ela diz sentando no sofá e coloca a mão pra eu sentar junto.

- se quiser ajudar eu mando uns cara te ajuda pô - digo com os braços cruzados - ta ligado que se precisar é só chamar.

A dona era simples, mulher gente boa, sua casa não era chique mas era super confortável, um lugar bom de ficar eu diria.

Escuto o barulho da porta abrindo e Ana saindo de calça jeans e um moletom.

- banho de gato rápido foi esse - digo olhando ela que me mostrar a língua pra mim- quando chamo de criança reclama.

- deixa meu banho, tu sabe que eu sou uma gata mesmo- ela diz entrando em outra porta.

Coitada

Não respondi porque a mãe dela estava do meu lado, essa feia se acha.

...

- sobe- digo subindo na moto

Ela não diz nada e sobe na minha moto e acelero indo em direção a minha casa que não era tão longe daqui.

- porque ela quis jantar comigo?- Ana perguntou

- sei não - digo abrindo o portão

- porque você é tão grosso? Não sabe conversar normal?- ela diz me seguindo

- Não - ela me olha emburrada e eu entro dentro de casa deixando ela pra trás - chegou sua encomenda.

Minha mãe se vira toda Feliz e Ana entra toda marrenta.

Elas se abraçam.

- aí que bom que você veio- ela diz apertando a menina- vem, você deve estar com fome.

- fica tranquila Madalena, eu estou bem- digo acompanhando ela pra cozinha.

Me viro em direção a porta de saída.

- filho! - olho pra ela- você não vai fazer essa desfeita comigo?

respiro fundo e volto.

- pô vou dá um pião - digo chegando perto dela.

- só depois de jantar junto com a gente - ela diz séria e eu não falo mais nada.

Sento na frente encarando a criança

- já volto- a coroa diz entrando no banheiro

- culpa sua- digo bolado cruzando os braços

- tenho nada haver com isso - ela fica séria.

Já tava boladão.

- para de me encara assim, parece que quer me matar - ela diz cruzando os braços.

- quer saber mesmo?- nego com a cabeça rindo- até que tu é bonitinha, não tinha reparado no teu rosto.

Ela abre a boca e fecha várias vezes.

- faz duas semanas que estou morando aqui e você não reparou no meu rosto? Nossa Ret - cruzou os braços.

- claro, só reparei no teu corpo.

Sua expressão muda na hora, era como eu tivesse xingado ela de algo horrível.