42

6.4K 355 10
                                    

Ret
Delegacia Villas grande

Fiquei logo bolado meu parceiro, Ana mentiu pra mim, ou melhor nem me contou que ela era filha de verme. Aquilo me deixou cheio de ódio, fiz mó bagulho chave pra ela pô.

Agora tô jogado no quartinho escuro sem saber oque vai acontecer comigo, se esses filhos da puta vão me matar ou prender.
Fico na minha briza encarando a aliança dourada brilhante no meu dedo.

Eu amo aquela mulher, mas esse bagulho me deixou no ódio mermo! Não é porque fui pego, por ela eu pagaria minha pena e pá e nos vivia feliz pô, o bagulho foi por esconder isso de mim.

- bora filho da puta - a porta é aberta e o policial me puxa.

Eu fico calado cheio de ódio e ele me leva pra uma salinha com algumas cadeiras.

- isso é oque? Um funeral?- digo olhando sério pra aquele filho da puta que eu tava ligado que era pai da Ana.

- brinca não moleque, tu tem muita sorte Demorô - ele diz vindo na minha direção com a chave tirando as algemas.- tu vai ser solto.

- como é que é?- meto sérinho.

- Ana me disse que precisava de você nesses últimos meses, e oque eu não faço pela minha filha!- ele respira fundo - não queria esse futuro pra ela, a envolver com um bandidinho- ele me olha com nojo- só mando um recado, cuida bem dela e da criança! Se eu souber que tu pisou na bola e mato você sem dor.

Criança? Oque a Ana tá aprontando.

Ele me encara e sai da sala, eu permaneço sério olhando pra ele com ódio. Logo a Ana entra na sala.

- amor, como você está? - ela vem me abraçando, tento me manter sério e não abraça ela mas logo me desmanchei todo.

- que papo é esse de cuida bem de você e da criança?- fico na frente dela serinho.

A Ana tava grávida? Mas como ela nem falou nada.

- é - ela olha pra trás depois me olha toda nervosa - vamos embora em casa conversámos, aqui tem câmera.

- fala Ana - digo sério mas ela só me repreende com o olhar.

...

Fiquei brizado nesse papo de criança, pô, não era algo que eu queria agora mas já até imaginei meu filho. Eu ia ser um pai brabo, mas oque mais me pegava era o fato dela tá me enrolando com esse assunto.

Ana para meu carro na frente da delegacia e os policiais me acompanha até ele. Por brinde ganhei um bagulho amarrado na minha perna, os cana disse que é pra eu não sair da favela, se eu sair ele apita e eu sou preso, ou melhor como o querido sogro falou... Morto.

- Ana - digo entrando no carro fechando a porta na cara do cana.- vai me fala essas paradas ou não?.

- da pra você se acalmar?- ela fala em voz alta passando a mão na cabeça me fazendo olhar serinho pra ela- eu tô cansada Gabriel, tô aqui dês de ontem, quando eu chegar em casa, tomar um banho e jantar a gente conversa beleza?

- Demorô - me virei olhando pra pista, ela não tava errada não, tá virada dês de ontem tentando me soltar.

Fomos o caminho todo em silêncio, nem sabia que ela dirigia. Quase morri nos sinais vermelho, e levei mais umas multas nas costas mas tudo Mec.

Chegamos na entrada do morro e quando viram meu carro logo cercaram olhando sério e pegando na arma, abaixei o vidro pra eles me verem.

- fica de boa que o pai tá Mec pô - digo dando soquinho neles.

- pô patrão, nem a cadeia te segura- dei risada mas a Ana acelerou me fazendo vira olhando pra ela já de cara fechada.

VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora