VIVAZ

6.

Antes dela me responder minha coroa chega salvando a caminhada.

- vamos comer crianças- minha mãe serve os pratos na mesa.

Cada um se serve e comemos em silêncio, o olhar de indignação no rosto da Ana estava estampado, deve ser pelo oque disse, mas eu não mentir.

- Ana - a coroa quebra o silêncio - conseguiu arruma um emprego?

- sim, graça a Deus, estava precisando - ela sorrir.- estou trabalhando no restaurante

- que bom filha, quantos anos você está?

- 22 anos- ela volta a comer.

- novinha ainda, tem muito pra viver- a coroa diz- eu estava pensando em ir na sua igreja.

- que ótimo!- a criança responde minha mãe toda animada.

- você marca direitinho o horário, tabom?

- te informo direitinho - ela termina de comer - sua comida está ótima dona Madalena, muito obrigada.

A criança se levanta indo lava a louça e eu fico olhando aquilo.

- não precisa filha - a coroa insiste

- não! Eu vou lavar, a senhora fez o trabalho de cozinha - ela diz continuando

- não precisa Ana - a mãe diz- deixa que o Ret lava

As duas olham pra mim

-qual foi, tenho nada haver com isso não - digo me levantando - ela quer lavar deixa ela

- Não me faça te chama pelo nome- minha mãe diz séria - ela lavar e você secar.

Eu nem morava mas com ela, eu só ficava a maior parte do meu tempo porque ela se sente sozinha, já que o Hariel foi pra são Paulo, agora tenho que lavar louça.

- lava rápido então criança - digo chegando perto dela que nem me olhava.

Reparei nela naquela calça justa, não tive como não olhar, seu corpo era bonito, devia usar mais roupas assim, mas só vive de vestido e saia.

- ficou muda?- pergunto e ela respira fundo ainda sem me olhar.

- não quero conversar com homem tipo você - ela diz séria mas parecia chateada.

- qual foi maluca, fiz nada contigo - digo sem entender.

Ela me encara e logo me ligo que foi por causa que falei o bagulho do corpo dela.

- pô foi mal aí, não foi na maldade não - tento me fazer de vítima.

- não fala mas nada comigo por favor - ela diz terminando de lavar a louça e me deixa sozinho secando.
...

- Gabriel - minha mãe me chama no cantinho - oque tu falou pra menina?

- não tô entendendo essas paradas agora- cruzo os braços

- percebi que ela ficou chateada, não quis me falar sobre, mas conheço o filho que tenho - ela fala séria mas em um tom mais baixo.

- eu não vou ficar medindo minhas palavras por causa de buceta não - digo e logo levo um tapão.

- respeita a menina Gabriel! Ela é crente, tu bem falou merda pra ela, você vai pedi desculpas!

- vou pedi desculpas nenhuma, quando falei ela não quis me ouvir - digo sério - eu vou dá um pião.

- então leva ela pra sair com você como desculpa.

Eu já estava ficando estressado com esses papos.

- que levar ela Oque mãe?- passo a mão no rosto já sem paciência - não quero mulher na minha cola não, já tô cansado dessa menina já.

- Gabriel eu estou mandando - ela diz autoritária

Respiro fundo e volto pra sala.

- criança - ela fingi que nem ouviu - tô falando com tu mané.

- tô escutando - ela diz olhando para suas unhas

- vamo da uma volta - digo pra ela que arqueia a sombrancelha pra mim e cruza os braços.

- tu acha que eu vou sair na rua uma hora dessa? Ainda mas com o dono no tráfico.

Tráfico não, do morro, mó feio esse jeito de falar.

- tô te chamando na humildade, te deixo em casa rápido pô - digo tentando ficar calmo

Minha mãe entra na sala

- vocês vão sair?- ela pergunta olhando pra a criança que fica toda sem graça.

A coroa metia mó caô, e a criança não conseguia dizer não pra coroa, então ela iria.

Até dei uma risada dessa merda delas.

- sim- a criança se levanta - muito obrigada por hoje dona Madalena, passar lá em casa pra conhecer minha mãe - ela diz abraçando a coroa.

- claro meu amor, obrigada você - a coroa me olha - cuida bem da menina.

O as ideias da veia.

Falei nada e sai de casa já subi na minha moto esperando a criança.