15.

9.5K 516 22
                                    

Ret

Essas paradas de insegurança, nunca dei bola não, mas percebi que a Ana é toda assim, pô a mina é bonita e fica com ideia errada na cabeça.

Fiquei deitado esperando ela sair do banho, ia troca uma ideia com ela, depois ia voltar pro baile, tirei meu tênis e fiquei deitado na cama dela, cheirinho mó bom .

- tá aqui ainda - ela entra no quarto com o pijama dela e uma toalha na cabeça.

- quantos pijamas de criança tu tem?

- vários - ela rir - qual é o problema com meu pijama?

- nenhum- me viro de barriga pra cima - deixa eu te perguntar uma coisa?

Fiquei pensando nessa parada, que ela tanto fala da Caroline, tô ligado que elas se conhecem e pá, mas porque coloca ela no bate papo.

- fala- ela se senta e pentea o cabelo dela me olhando.

- a Caroline fez ou falou algo pra tu?- ela nega- e porque tu botou ela na conversa?

- ai ret- ela se vira olhando pro espelho - a Carolina é toda bonita, acho uma sacanagem você deixa ela lá e vim escutar as besteira que se passa na minha mente.

- eu não tenho nada sério com ela não - fico de lado olhando pra ela que terminar de pentear o cabelo se senta na beira da cama.

- não tô falando isso- ela encara o teto- não faz sentido você fingi que se preocupar comigo, eu sei que você não liga pra ninguém, o Ret que conheci é um grosso, arrogante e não trata bem as pessoas- ela respira fundo e me encara - e você está fazendo diferente do que eu conheço.

Ela estava certa, tô me preocupando atoa.

-certinha tu- me sento e ela se aproveita pra deitar no canto da cama.- vou vazar

- viu- ela rir negando - esse é o Ret que eu conheço .

Me viro pra ela cruzando os braços, vou ou fico? Isso se passava na minha mente, a garota precisava de alguém agora, a mãe dela tá longe, mas eu não tenho paciência pra esses perreco dela não.

- vou vazar pra beber um copo de água - corrijo indo em direção a cozinha.

- se sinta em casa - ela debocha .

Porque eu tô confuso? Essa criança me deixa todo pensativo, que merda.

Fiquei um tempo na cozinha pensando, aproveitei e pedi uma pizza pra entregar aqui.

Pizza chegou, e eu fui pegar, aí tive coragem de voltar no quarto dela, mas quando entrei ela tava dormindo

- Ana - me sento na beira da cama - pedi uma pizza para nós.

Ela abre os olhos devagar, só falar em comida que ela acorda pô.

- que gentil- sua voz sai roca.

Começamos a comer em silêncio, decidi quebrar fazendo uma pergunta.

- oque tu quer pro teu futuro?- ela levanta o rosto pra mim pensando.

- eu planejei tudo- ela fica toda animada - quero fazer faculdade de medicina, é meu sonho, e encontrar alguém que busque a Deus comigo, me passe paz e tranquilidade, alguém que eu ame de verdade e que aceite minhas condições, quero casar e ter uma família, esse é meu sonho- ela morde outro pedaço.

Nada que ela descreveu eu poderia fazer, então essa foi a melhor resposta que eu podia ouvir.

- que daora pô

- e você?

- eu?- ela afirma com a cabeça - eu sou traficante Ana, não tenho que sonhar com nada não, hoje eu tô aqui, amanhã eu posso não estar pô.

Ela fica quieta, parecia está pensando.

- você não pode sair do crime?

- não, eu entrei novo, só saio quando a morte bater na minha porta pô, por isso não fico planejando nada, não posso botar alguém nessa vida comigo, ainda mas uma cria no mundo.

- entendo, mas pode contar comigo - olho pra ela.- sei que não confia em ninguém, mas pode confiar em mim Biel.

Olha oque essa maluca tá falando

- não confio em ninguém Ana - solto um sorriso negando

- eu sei, mas tô te falando que em mim você pode, eu não tenho ninguém pra confiar, você também não, então a gente pode ser amigos - ela diz séria.

Tive nem reação e dei risada, a garota maluca, bagulho de amigo entre mulher e homem não existe pô.

- eu vou poder te beijar?- ela faz careta negando - então não quero ser teu amigo não.

- credo Gabriel, você não tem coração mesmo né - nego e ela rir.

VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora